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domingo, 1 de abril de 2018

FAO: Niterói é destaque em publicação sobre ambiente



Axel Grael recebeu convite para escrever texto sobre as características do município com o intuito de incentivar outras cidades ao redor do mundo. Fotos: Arquivo


Pamela Souza


Organização das Nações Unidas cita proporção “per capita” de zonas verdes protegidas na cidade

Niterói ganhou destaque mundial em sustentabilidade urbana. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) lançou, na última semana, em Roma, a publicação “Florestas e cidades sustentáveis – histórias inspiradoras de todo o mundo”, que evidencia as cidades que têm compromisso com um futuro mais sustentável. Niterói é a única cidade brasileira a ser citada e, de acordo com a ONU, tem a maior proporção de zonas protegidas per capita em todas as regiões metropolitanas do Brasil.

Em junho do ano passado, Niterói foi uma das participantes de um evento da organização em Lima, no Peru, sobre silvicultura urbana, arboricultura e paisagismo urbano. O engajamento da cidade no que diz respeito à preservação das áreas verdes e o investimento em florestas urbanas para beneficiar o bem-estar dos niteroienses chamou a atenção da FAO.


Área em fase de reflorestamento pela Prefeitura no Morro da Boa Vista. 


Dessa forma, surgiu o convite para que o secretário executivo e engenheiro Florestal Axel Grael escrevesse um texto sobre as características do município, com o intuito de incentivar outras cidades ao redor do mundo a seguir o exemplo de políticas voltadas para o assunto.

“Niterói é uma boa referência para o mundo. Porque em um país que enfrenta dificuldades econômicas e sociais como o Brasil, conseguir priorizar as políticas de sustentabilidade é uma forma de avançar e de superar, inclusive, as dificuldades sociais”, conta Axel.

A dimensão de seu território coberto com áreas verdes, segundo o secretário, diferenciou Niterói das demais cidades participantes do evento, principalmente pela iniciativa “Programa Niterói Mais Verde”, que vem, desde 2014, ampliando as unidades de conservação. Atualmente, as zonas públicas de vegetação já somam quase 7.495 hectares, o que resulta, em média, 123,2 metros quadrados de florestas para cada niteroiense.

“Abordei nosso trabalho na área de arborização pública. Niterói tem a grande vantagem de ser uma cidade litorânea, então nós temos uma diversidade muito grande de ecossistemas. Temos o oceano, a Baía de Guanabara, praias, costões rochosos, o sistema lagunar, montanhas e temos os ambientes urbanos, que nós estamos nessa gestão cuidando bem”, destaca Grael, citando, ainda, as reformas do Horto do Fonseca e Barreto, além do reflorestamento de encostas, como a recuperação de 9,5 hectares do Morro Boa Vista, no Centro. Até 2020, toda a área de 22,5 hectares já estará completamente recuperada.

O destaque dado a Niterói, internacionalmente, faz consolidar as políticas públicas voltadas para a sustentabilidade no meio urbano. Investindo na recuperação dos ecossistemas da cidade e na proteção da área verde ainda existente, a Prefeitura de Niterói espera voltar os olhos da população para essa questão, priorizando iniciativas como as que já estão sendo realizadas.

“Quanto mais essas políticas sejam consensuais, mais serão estáveis. Então você evita que no futuro alguém decida tirar a prioridade dos parques. Isso nos ajuda a dar lastro social para essas políticas públicas. Esse reconhecimento é importante porque estimula a nossa equipe a seguir em frente”, salienta Axel.

Políticas sociais – Em breve, a Prefeitura de Niterói lançará o projeto Ecossocial, que ainda está em processo de finalização. De acordo com o secretário Axel Grael, o programa prevê a contratação de 400 pessoas de comunidades carentes da cidade, que não estejam trabalhando nem estudando, para reflorestar 100 hectares de vegetação e ajudar na manutenção das áreas verdes.

O aporte é US$ 1,5 milhão, conforme cita Axel na publicação da FAO. O Ecossocial contará, ainda, com o apoio de organizações e empresas privadas. A ideia, além de reflorestar áreas da cidade, é reinserir essas pessoas no mercado de trabalho e na rede de educação.

Fonte: O Fluminense



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