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segunda-feira, 8 de junho de 2015

TERRAÇO VERDE: Projetos que usam plantas para recobrir telhados ganham, aos poucos, espaço nas lajes

 

Casa em São Francisco, Niterói. O telhado original da casa era de amianto. O imóvel ganhou 197 metros quadrados de telhado verdinho, em que impera uma grama baixa.

Os chamados jardins suspensos ajudam a dar refresco no calor

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RIO - Numa época em que palavras como “ecologia” e “sustentabilidade” ainda não faziam parte do vocabulário da maioria, eles eram chamados simplesmente de jardins suspensos. Elevados à categoria de terraços ou tetos verdes, os projetos que usam plantas para recobrir lajes e telhados começam, pouco a pouco, a ganhar mais espaço na cidade. Seguindo a cartilha da arquitetura sustentável, prédios comerciais ou edifícios públicos construídos ou retrofitados recentemente no Centro do Rio ganharam um cantinho verde no topo. É o caso da sede do Tribunal de Justiça, que desde 2013 tem um tapetão de quase dois mil metros quadrados. Na Barra, o mesmo conceito foi aplicado no Village Mall, que tem uma área de 860 metros quadrados.

Um dos melhores exemplos de telhado verde das antigas está no Palácio Gustavo Capanema, ícone do modernismo brasileiro, no Centro. Restaurado recentemente, o jardim foi criado nos anos 40 por Burle Marx.

— O telhado verde hoje está em voga devido às questões ambientais e ao conforto térmico, mas é algo que já vinha sendo feito por Burle Marx e sua equipe desde as décadas de 40 e 50. Dependendo do projeto, encontramos soluções como jardins sobre uma laje que não teria uso — diz o arquiteto Julio Ono, do escritório de paisagismo Burle Marx.

Atualmente, o escritório está por trás de projetos para torres modernas, como a do Centro Empresarial Senado, na Avenida Henrique Valadares, no Centro, e para edifícios revitalizados, como o da Biblioteca Parque Estadual, na Avenida Presidente Vargas, no mesmo bairro.


O gramado inclinado que haverá no MIS - Divulgação


O novo prédio do Museu da Imagem do Som (MIS), em Copacabana, também terá uma telhado verde. Mais um projeto com a marca do escritório Burle Marx. Com 227 metros quadrados, ele vai ocupar cerca de um terço da área externa acessível ao público no último pavimento.

Tudo foi pensado como um grande gramado, onde os visitantes poderão se sentar ou deitar, tanto para assistir a filmes num telão retrátil que haverá no local, quanto para contemplar o visual da praia que fica bem em frente.

— Esse terraço verde foi pensado para seguir o conceito de todo o projeto do prédio, assinado pelo escritório americano Diller Scofidio + Renfro, que convida os pedestres a usarem o espaço como extensão do calçadão de Copacabana. Ele será feito de grama sobre uma laje inclinada. Lembra um pouco o conceito daqueles gramados inclinados da Quinta da Boa Vista — compara Julio Ono.

CERTIFICADO AMBIENTAL
O crescimento do número de projetos de tetos verdes, segundo especialistas, é proporcional ao aumento do interesse dos empreendedores em conquistar a certificação ambiental.

— Além das questões estéticas, por trás do crescimento dos tapetes verdes nos terraços está a busca do certificado LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) — diz a paisagista Heloisa Guinle Ribeiro Dantas, que, junto com a paisagista Barbara Rezende, já fez dezenas de lajes verdes nos últimos cinco anos.

Especializada em projetos sustentáveis, a arquiteta Camille Kurowsky, de 32 anos, trabalha com iniciativas desse tipo desde 2010 e, no último ano, percebeu um aumento de interesse da clientela pelos telhados ecológicos. Só em 2014, ela recebeu 50 pedidos de clientes interessados em criar tetos verdes em casas e escritórios.

O primeiro telhado verde de Camille fica em Niterói. E ainda hoje ela considera o projeto muito atual. A casa, situada no bairro de São Francisco, antes tinha uma cobertura cinzenta, com telhas de amianto, que não era usada pela família. Depois da intervenção da arquiteta, o imóvel ganhou 197 metros quadrados de telhado verdinho, em que impera uma grama baixa.


Terraco do Shopping Village Mall, na Barra - Fabio Rossi / Fabio Rossi


— Não havia acesso ao telhado, que era todo coberto de telhas de amianto, muito usadas na década de 50. Criamos uma escada e fizemos no terraço uma pequena área de lazer, com churrasqueira e ducha — diz ela, acrescentando que, além da beleza, o uso do teto verde ameniza o calor e, em consequência, leva a uma economia de energia. — A temperatura dentro do prédio chega a diminuir até sete graus, dependendo do tipo de telhado. Em locais frios, o efeito é inverso, pois ele mantém as temperaturas mais estáveis.

Fonte: O Globo


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Um comentário:

  1. Prezado Vice-prefeito,
    como o governo federal não incentiva a micro geração distribuida (vulgarmente conhecida como painel solar para revenda ao SIN), será que a prefeitura de Niterói pode dar algum incentivo para isso, e transformar a cidade mais limpa?
    Já existe um bairro em Paraty com essa solução, mas uma cidade inteira ainda não.
    Solicitei uma cotação para minha residência e me foi apresentado o valor de R$16.000,00 para gerar 300kWh (em média). Como a minha conta de luz dá menos de R$200,00, essa solução se pagaria em um pouco menos de 10 anos. Porém, se colocar este dinheiro para render, ele vai pagar a minha conta de luz todo mes.
    Então fica a dúvida: por que eu faria um investimento se não tenho retorno?
    A prefeitura poderia emitir algum tipo de benefício? Redução no IPTU, por exemplo? Fica a minha dúvida e sugestão.

    Obrigado.

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