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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Lars Grael debate o esporte universitário no Brasil


Luciano Cabral, Presidente da CBDU (esquerda) e Lars Grael (direita), em encontro na CBDU. Foto: Luiz Pires/Fotojump


Um dos maiores ídolos do esporte olímpico brasileiro, Lars Schmidt Grael (50), atleta da vela competitiva possui duas medalhas olímpicas de bronze, foi campeão brasileiro pela primeira vez quando tinha apenas 16 anos de idade, já foi campeão mundial em 1983 e hoje atua como diretor técnico da Confederação Brasileira de Clubes (CBC). O atleta é irmão de Torben Grael, também velejador e maior medalhista olímpico do Brasil com cinco medalhas.

Durante visita realizada no mês de maio a sede da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) em Brasília, Lars concedeu uma entrevista ao Assessor de imprensa da CBDU, Everton Melo. Na pauta do bate-papo foram abordados temas como o esporte universitário no Brasil; a relação da CBDU com a CBC e não poderia faltar a vela.

Confira na íntegra, a entrevista ping-pong com Lars Grael.

CBDU - Em toda sua carreira na vela competitiva, você chegou a ser atleta universitário?

Lars Grael - Na verdade não. Quando comecei a minha carreira atlética já fui para as categorias de competição, vela pan-americana ( Snipe), quando fui campeão brasileiro pela primeira vez, em 1980, na cidade de Maceió. Em seguida bicampeão, em 1981, Brasília e Campeão Mundial em 1983. A partir destas conquistas já fui direto para o time olímpico Brasileiro nas Olimpíadas de Los Angeles 84 (Bronze), Seul 88, Barcelona 92 e Atlanta 96 (Bronze).

Depois em 1998 sofri o acidente na minha perna que me afastou das competições por um tempo, mas me trouxe a atuar mais na gestão do esporte. Fui chamado para formar o Ministério do Turismo e Esporte do Governo Federal, criado em 1999. Atuei como Secretário Nacional do Esporte em 2001 e 2002. Também trabalhei como Secretário da Juventude do Governo de São Paulo até 2006.

Em seguida voltei às competições de vela no começo de 2006. Obtive títulos e sempre estive atuante nos movimentos com atletas no Brasil. hoje atuo como diretor técnico da CBC, motivo pelo qual me trouxe aqui hoje na CBDU, a fim de tratarmos a relação de interesses de trabalho conjunto das duas organizações.

CBDU - O que você entende de desporto universitário?

Lars Grael - O esporte universitário é fundamental na complementação da formação de valores educacionais e saúde física dos alunos universitários no Brasil. Pela ótica do esporte, o desporto nas universidades atua como mola propulsora de esportes de alto rendimento. Nos países de potência olímpica, o esporte universitário é um trampolim final na evolução do atleta para chegar numa medalha olímpica. No Brasil, a tradição do trabalho que a CBDU tem feito no país ao longo dos anos, é notável.

Hoje a entidade é muito mais democrática e dinâmica, comprometida com o esporte. O país aproxima- se do que esperamos do papel do desporto universitário. O compromisso de sediar a Universiade de Brasília, em 2019, deixa claro esse prestigio obtido pela CBDU, com o apoio do Ministério do Esporte do Governo Federal.

CBDU- A CBDU procura sempre realizar parcerias com outras Confederações desportivas do Brasil, exemplo a CBC. Como você visualiza os benefícios que podem ser extraídos dessas relações para o esporte universitário e profissional?

Lars Grael - Fundamental. A CBDU tem um papel presente na formulação de política do Ministério do Esporte. Ela tem uma relação próxima constante com o Comitê Olímpico Brasileiro e a CBC. Então isso mostra que essa interação precisa existir para que haja uma consistência na ação de uma entidade a fim de entender a outra como parceira estratégica e jamais como um competidor.

CBDU - Quais os planos para estreitar o relacionamento entre a CBDU e a CBC?

Lars Grael – A CBC foi reconhecida na última regulamentação da Lei Pelé que rege o esporte brasileiro e foi equiparada ao mesmo grau de importância hierárquico do COB e do CPB. Passou a receber recursos oriundos das loterias através da lei Agnelo Piva onde a regulamentação diz que 5% deste montante precisam ser direcionados ao desporto universitário. Por isso viemos aqui para combinarmos a estratégia da aplicação desses benefícios para o desenvolvimento do desporto universitário brasileiro, afim de que seja coerente com a política da CBC e CBDU.

CBDU –Você mencionou anteriormentea Universiade de Brasília 2019. O que podemos esperar deste grande evento no Brasil, após a realização da Copa do Mundo da FIFA e dos Jogos Olímpicos Rio 2016, também em terras brasileiras?

Lars Grael - A consolidação de um país que passará pelo processo de gestão dos maiores eventos esportivo do planeta. Nós fizemos uma sequência de realização de jogos muito importantes com os Jogos Sul-americanos de 2002 que credenciou o Brasil a fazer os Jogos Pan-americanos de 2007, que credenciou o Brasil a fazer os jogos do Rio 2016, ao mesmo tempo a Copa das Confederações em 2013, a Copa do Mundo de 2014, no futebol e também os Jogos Mundiais Militares em 2011, essenciais para testar o Rio de Janeiro, no quesito da segurança e por fim a Universiade 2019, em Brasília, para fechar o processo.

O que será interessante para o país, pois vai descentralizar estes eventos do eixo Rio-São Paulo e acontecerá na capital federal dando destaque a esta cidade com plenas condições de sediar uma Universiade. Eu espero que o Brasil tenha uma grande figura nesta Universiade, porque ela será a primeira medição daquilo que pode se chamar de legado. Estes Jogos permitirão uma leitura de como o país evolui nos esportes após todos estes eventos.

CBDU – Para finalizar. Em relação a vela universitária. O quê esperar?

Lars Grael – Nem sempre em suas edições, a Universiade tem a modalidade da vela no programa oficial por conta do esporte depender de condições naturais. Algumas cidades - sede não puderam realizar as competições da vela. Acredito que Brasília deveria ter a vela sim, pois a cidade possui o Lago Paranoá que além de ser totalmente despoluído é um dos principais locais de vela do Brasil. O local já sediou várias competições nacionais de alta relevância, ou seja , a estrutura técnica já existe para realizar a competição. Tem tudo a ver a modalidade acontecer. Eu disse para o presidente Luciano que como entusiasta do esporte, eu seria um voluntário para que este sonho se realize.

Considerações finais, Lars Grael - Vamos trabalhar com todo o gás para que o esporte Brasileiro cresça. Principalmente o desporto universitário através da CBDU. Obrigado pela atenção.

Clique aqui e confira a matéria sobre a reunião entre a CBDU e CBC, com Lars Grael.

Fonte: CBDU




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