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domingo, 17 de março de 2013
Fantasmas e excesso de aposentadorias por invalidez assombram a Prefeitura de Niterói
Fantasmas "sem noção" ainda cobram cargos
O texto abaixo foi publicado hoje na Coluna Informe, do jornal O Fluminense. O fato relatado pela secretária Patrícia Audi tem se repetido também em outras áreas da Prefeitura de Niterói.
Na Vice-Prefeitura, na semana passada, fomos procurados por uma pessoa que se mostrava indignada por ter sido excluída da folha de pagamentos. Em tom de desafio, bradava se sentir injustiçada pois faltava-lhe apenas dois anos para se aposentar. Ao ser questionada por ser desconhecida na Vice-Prefeitura e perguntada onde esteve todo esse tempo, falou com naturalidade que não teria condição de trabalhar pois mora em Búzios!!! Ainda assim, considerava normal ser mantida na folha!!!
A atual administração já enxugou 1.100 cargos, demitindo de imediato os chamados "fantasmas", uma vergonhosa constatação, considerando-se que esta fraude drena recursos que deveriam estar sendo aplicados nas muitas prioridades de investimentos e serviços que a cidade precisa, principalmente a população mais pobre.
Os cortes de pessoal resultarão, até o final do ano, numa redução de gastos da ordem de R$ 40 milhões. Outros R$ 28 milhões serão poupados com a renegociação de contratos de prestação de serviços.
Nem todos os exonerados eram "fantasmas", pois todos os órgãos da Prefeitura tiveram metas de redução na folha como parte do choque de gestão implementado pelo prefeito Rodrigo Neves. As medidas são duras, mas necessárias para o equilíbrio das contas do governo municipal que recebeu da administração passada uma dívida de cerca de R$ 600 milhões. O fato é que, com 1.100 pessoas a menos, as atividades da Prefeitura continuam normalmente e estão até melhores. Pessoas com "regalias", podendo receber sem trabalhar, contaminam a administração fazendo com que funcionários que "carregam o piano" sintam-se injustiçados. De fato são.
O que se verificou em Niterói foi que o inchaço na folha de pagamentos herdada das administrações anteriores ocorreu por nomeações de milhares de pessoas para cargos comissionados. Muitas destas pessoas (nomeadas em cargos comissionados) são profissionais dedicados e importantes para a administração municipal, mas muitos sequer trabalhavam. E, há que se salientar que, ao contrário do que muitos imaginavam, esses fantasmas que assombravam a Prefeitura eram principalmente pessoas de classe média, muitos de formação profissional que poderia contribuir muito para a cidade, como médicos, advogados, engenheiros, etc.
Tudo indica que um grande escândalo esconde-se na NITPREV. Nos últimos 5 anos, 65% das aposentadorias foram concedidas por invalidez!!! A média nacional é de 17% e no RJ, o número é 9%. O que houve então com os servidores de Niterói?
Agora, a Prefeitura desenvolve um recadastramento de servidores, audita a folha de pagamentos e as aposentadorias para identificar as irregularidades. E que paguem aqueles com "culpa no cartório".
Axel Grael
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Coluna INFORME, jornal O Fluminense, Domingo, 17 de março de 2013.
Fantasma cobra cargo
Dias após ser exonerada da Secretaria de Planejamento, no início do ano, uma funcionária fantasma que “assombrava” o órgão deu as caras. Ela compareceu ao 10º andar do prédio da Prefeitura e queria saber o que havia acontecido. Com o contra-cheque em mão, a mulher, que tinha um cargo comissionado, procurou a secretária Patrícia Audi para tentar reverter a decisão.
Argumentou que é mãe de família e que tem filhos para criar. Sem sucesso, ainda alegou: “ninguém me disse que precisava vir trabalhar”. A mulher e outros três funcionários fantasmas da secretaria, também exonerados, recebiam até R$ 2 mil por mês.
A ação da Secretaria de Planejamento faz parte de uma força tarefa envolvendo outras secretarias para regularizar a folha salarial da Prefeitura.
Alto nível de periculosidade
O serviço público em Niterói parece mais perigoso se a gente comparar com o restante do País. A desconfiança da secretária de Planejamento, Patrícia Audi, no entanto, é outra: fraude. Patrícia contou que o levantamento preliminar identificou que 65% das aposentadorias concedidas pela Nitprev nos últimos cinco anos foram por invalidez. A média nacional, segundo a secretária, é de 17%. Já a média estadual é de apenas 9%. Uma auditoria será realizada na Nitprev para tentar elucidar a questão.
Fonte: O Fluminense
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Leia também: Pente-fino na folha de pagamentos da Prefeitura
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