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quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Entrevista de Lars Grael para o site do VIRADÃO ESPORTIVO
Viradão Esportivo entrevista Lars Schmidt Grael, velejador brasileiro, veleja na classe Star com o proeiro Marcelo Jordão, classificando-se em terceiro lugar no campeonato brasileiro de 2006. Comandou também o barco Agripina/Asa Aluminio, campeão do Campeonato Brasileiro da Classe Oceano 2006 e continua ativo na vela .
- Como surgiu o interesse por esse esporte?
Desde que meu avô materno, que era dinamarquês, chegou ao Brasil e se encantou com a Baía de Guanabara, a vela virou uma tradição de família. Eu velejo desde que me entendo por gente e é no mar onde realmente me sinto em casa. Nossos tios Axel e Erik Schmidt foram campeões na Vela e serviram como grande inspiração para mim e meus irmãos.
- Título mais importante conquistado?
Sem dúvida, as duas medalhas olímpicas que conquistei na classe Tornado. Mas há outras conquistas que também me orgulham, como o bi-campeonato sul americano e o bronze no Mundial de 2009 da classe Star, a mais técnica e mais difícil da vela olímpica. Para mim, poder voltar a competir em alto nível depois do acidente contra os ditos "normais" é sempre uma vitória.
- Seu maior recorde?
Não sou muito ligado em recordes, mas tive o recorde do tempo corrigido da regata Santos-Rio no meu antigo barco H3+ . Dezessete títulos nacionais em classes olímpicas e panamericanas pode não ser um recorde, mas é motivo de orgulho!
- Quem é seu maior rival na modalidade?
Não tenho um rival. Somos todos amigos. Mas há sempre aqueles velejadores que, vencer, é mais difícil e, por isso mesmo, mais gratificante. Entre estes eu colocaria meu irmão Torben e o Robert Scheidt.
- Um dos momentos mais difícies da sua vida foi o acidente de 1998. Como você conseguiu superar este obstáculo?
Com muita vontade de viver, de voltar a velejar e de voltar ao convívio dos meus amigos. Superei também com o apoio e o amor da minha mulher Renata e de toda a minha família.
- Após o acidente, já pensava em voltar para o mundo dos esportes? Sentiu algum tipo de preconceito?
Na verdade, tudo que eu mais queria era voltar a navegar. Depois, naturalmente, voltei a competir. A partir daí fui progredindo e retomando a vida esportiva. Eu, talvez por ser uma pessoa pública, não sinto muito o preconceito, mas sei que ele existe contra todos os deficientes. Aliás, sempre digo que temos que mostrar que nós podemos tirar esse 'd' da palavra deficiente e mostrar para nós mesmos e mostrar para a sociedade o quanto podemos ser eficientes. Em qualquer atividade.
- Como foi ocupar cargos tão importantes no governo tais como: Secretário Nacional de Esportes no Ministério do Esporte e Turismo ? E sobre a experiência de assumir a Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer?
Para mim, foi um desafio inteiramente diferente. Embora eu sempre tivesse um envolvimento e uma posição política, que aprendi com meu pai, nunca imaginei ocupar nenhum cargo público. Quando o presidente Fernando Henrique me convidou para fazer parte do Indesp, órgão do antigo Ministério do Esporte Turismo, já extinto, eu tinha o preconceito, como a maioria das pessoas tem, de que o serviço público era algo muito ruim. Imaginava que as pessoas que ali estavam ficavam sempre entre o descaso e a má intenção. Mas fui surpreendido por uma turma muita boa, gente muito desprendida e competente que, apesar de tudo, procura fazer o melhor. Pude ver que há um outro lado e junto com estes verdadeiros abnegados conseguimos realizar coisas boas e importantes para o esporte que estão aí até hoje.
Claro que o governo tem uma gestão muito diferente da iniciativa privada. Por vezes, é muito desgastante e frustrante ver que boas ideias se perdem no meio do caminho por questões políticas. Mas, de forma geral, foi uma experiência muito boa que pude repetir no Estado de São Paulo com o governador Geraldo Alckmin. Mas, sinceramente, não tenho a ambição hoje de voltar a nenhum governo. A política no Brasil está de um jeito que qualquer cidadão de bem fica enojado e com verdadeiro repúdio. É uma pena, pois, como falei, existem sim pessoas com espírito público e ideais elevados. Torço para que o Brasil reencontre o caminho da democracia verdadeira, com liberdade e respeito a todos os cidadãos, e que o governo possa servir mais ao coletivo e não a interesses corporativos e alheios.
- Sua filha caçula Sofia mencionou querer se tornar uma grande velejadora aos 7anos de idade, assim como alguns da família incluindo você, ela optou por esse esporte por acompanhar suas competições? Como você vê o interesse dela por essa modalidade?
Na nossa família, acredito que o interesse acaba sendo natural. Lógico que ninguém força ninguém a nada. Como nossa vida é no mar, nos clubes, nas regatas, todo nosso círculo familiar e de amizades giram em torno da Vela. Portanto, acho normal que qualquer criança que circule neste meio acabe se interessando pelo esporte. Além do mais, velejar é algo muito prazeroso, lúdico. Um esporte praticado na natureza e que não faz distinção de idade, tamanho, força ou qualquer outro pré-requisito. Basta saber nadar.
- Em sua juventude você queria ser parceiro de seu irmão a ponto de seu pai ameaçar um corte de mesada caso ele não quisesse. Seu irmão era referência pra você?
O primeiro campeonato mundial que conquistamos foi em dupla, em 1983. O Torben é mais velho que eu e sempre foi um bom exemplo para mim. Hoje ele é um dos velejadores mais completos do mundo, com medalhas olímpicas, participações em America's Cups e conquistou o último título da regata de volta ao mundo. Para mim, ele sempre será uma referência, claro.
- Você já teve diversos parceiros no esporte, já velejou com irmão, cunhado e outros. Pensa em velejar e até competir com seu filho Nicholas que já está no mundo dos esportes?
Como disse, a Vela é um esporte muito democrático. Em suas diversas categorias e modalidades há espaço para todos. Eu não só já velejei com o Nicholas, como já ganhamos algumas regatas juntos. Se um dia ele competir contra mim, e vencer, será motivo de muito orgulho, pois eu sei o quanto sou competitivo e dou trabalho aos adversários.
- Quais são seus projetos para o futuro?
Por enquanto, penso em continuar me dedicando a Vela, que é minha vida, e às palestras que sempre ajudam a levar uma mensagem legal para os diversos públicos que ouvem minha história e, de uma forma ou de outra, acabam usando algo desta minha experiência para suas vidas. Expandir as ações do Instituto Rumo Náutico (Projeto Grael) e atuar em outras ações do gênero: Instituto LiveWright e Atletas pela Cidadania, também mantém minha chama do espírito público acesa!
- Um atleta que seja referência?
Bem, como já falei, meu irmão Torben Grael. Tem também um atleta de tiro ao alvo que eu sempre relembro, o húngaro Károly Takács. Ele era sargento do exército do seu país e, mesmo sendo o melhor atirador de lá, em 1936 não pode competir na Alemanha porque naquela época só oficiais graduados podiam representar a Hungria em jogos olímpicos. Muito frustrado, ele estava treinando para os jogos de 1940, que acabaram não acontecendo por causa da 2ª Guerra Mundial, quando uma granada decepou seu braço direito. Mesmo assim, ele perseverou e aprendeu a atirar com a mão esquerda. Resultado: aos 38 anos de idade foi medalha de ouro e bateu o recorde mundial da Pistola Rápida de 25m em Londres 1948 e se tornou o primeiro deficiente a ser campeão olímpico. Em Helsinki, em 1952, ganhou outro ouro para se tornar um dos raros bicampeões olímpicos da história do tiro ao alvo. Quando o perguntaram como ele havia conseguido na mão esquerda a mesma precisão que tinha na mão direita, ele simplesmente respondeu: "eu sempre atirei com a mente e não com as mãos". Sou ainda um grande admirador de outros atletas como Zico, Adhemar Ferreira da Silva e a trina de campeões da F-1 (Fittipaldi, Piquet e Senna).
- Deixe um recado para a galera do viradão.
Que jamais esqueçam que o esporte é uma ferramenta de inclusão e de educação importantíssima. E que só o esporte consegue unir diversão garantida com competição saudável, ensinar o respeito às regras e ao adversário e a superação não do outro, mas de si mesmo.
Por: Rogerio Garcia e Daiany Dutra
Fonte: Viradão Esportivo
Para empresários, ONGs são vilãs agora também no CONAMA
Empresários contestam poder das ONGs no meio ambiente
Monitor Mercantil
29/09/2010 - 18:09
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O presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, questionou a limitada participação empresarial no plenário do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Afirmou que, embora o setor de transporte tenha íntima ligação com o meio ambiente, a participação da Confederação Nacional do Transporte (CNT) no Conama é inexpressiva. Disse que, igualmente, a representação empresarial, no todo, é irrelevante, em um conselho que terá grande importância no futuro próximo. Afirmou, em carta: "Há disparidade entre a representação da chamada "sociedade civil" (organizações não-governamentais) e dos sindicatos de trabalhadores em relação aos empresários".
Mostrou que há apenas oito conselheiros indicados por confederações empresariais - um deles da CNT - o que corresponde a 7,7% de um plenário com 108 representantes. Já os 22 indicados por ONGs e sindicatos de trabalhadores representam, em conjunto, 21,2% do conselho. Manteli chamou atenção para o fato de que a abrangência dos assuntos tratados pelo Conama acaba incidindo em todos os ramos da atividade empresarial. Em recentes declarações, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), acusou o Ministério do Meio Ambiente de estar "completamente dominado pelas ONGs". Afirmou: "É uma distorção, pois o ministério deveria representar o Estado, não ONGs estrangeiras". Rebelo não é deputado do baixo clero: foi presidente da Câmara, ministro da Coordenação Política e líder do Governo Lula na Câmara.
Comentou Wilen Manteli que a CNT representa quatro modais de transporte, com importância para geração de políticas públicas de redução do consumo de combustíveis fósseis e emissão de gás carbônico. Destaca que toda atividade envolve a prestação de um serviço de transporte, sem o que o produto ou serviço não conseguiriam expressividade econômica. E acentuou Manteli: "A atual composição do Conama, bem como seu processo decisório, por maioria de votos unitários, fazem com que o poder executivo conte com 71,7% dos votantes (37,5% do Governo Federal, 25,9% dos governos estaduais e 7,7% dos governos municipais) sendo que os 28,9% restantes são compostos predominantemente por ONGs (21,2% representantes da "sociedade civil"), uma vez que apenas 7,7% dos votos no Conama pertencem à representação empresarial".
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MINHA OPINIÃO:
O texto publicado no Monitor Mercantil mostra que, na contramão da democracia, as ONGs, viraram os bodes espiatórios e as grandes vilãs de certos setores empresariais. Depois de serem oficialmente "satanizadas" pelo lamentável texto do relator do projeto de lei de revisão do Código Florestal, de triste autoria do deputado Aldo Rebelo, agora a artilharia anti-sociedade civil visa intimidar a ação das "temidas" ONGs no CONAMA.
Por muitos anos, entre 1991 e 2008, nos períodos em que estive no governo, representei o RJ como conselheiro no CONAMA. Vi esse colegiado passar por muitas transformações, por muitas críticas (as vezes corretas, outras injustas), por inúmeras tentativas de enfraquecê-lo, mas acima de tudo, aprendi com o convívio com o CONAMA, a respeitá-lo como um importante espaço de concertação de interesses no conflituoso cenário ambiental brasileiro. Bem ou mal, com todas as suas fraquezas, o CONAMA produziu ao longo de sua história a grande maioria do acervo regulatório ambiental no país.
Apesar de integrante e identificado com a agenda dos estados no CONAMA, como conselheiro apoiei muitas das teses dos ambientalistas e outras vezes fomos adversários. O mesmo ocorreu com as matérias dos setores empresariais ou outros no CONAMA. Isso ocorreu devido à minhas convicções mas também da leitura dos problemas que tinha no papel de representante do governo fluminense e de dirigente de órgão ambiental do RJ. Isso é corriqueiro e ocorre com todos os conselheiros.
A reclamação empresarial, conforme a matéria, não expressa a verdade. Mesmo minoritários no plenário, os seus representantes têm sido muito eficientes nas articulações de bastidores, onde acabam arregimentando votos, principalmente da majoritária bancada do próprio Governo Federal. Portanto, o setor empresarial não tem tido maiores dificuldades de aprovar os regulamentos de seu interesse. As suas derrotas aconteceram quando as suas causas eram tão desprovidas de legitimidade e bom senso que não conseguiam apoio nem mesmo dos tradicionais aliados.
As forças representadas no CONAMA reunem-se em "bancadas", que muitas vezes votam em bloco, outras vezes não. A maior bancada é a do governo federal, com representantes de todos os ministérios e autarquias. Quando querem ou quando são convocados pela Casa Civil, "passam o rodo" sem a menor dificuldade. Outra bancada numerosa é a dos estados, com representantes de cada unidade da Federação. Sua ação é articulada pela ABEMA - Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente. Assim como os estados, os municípios também tem representação, com um critério de proporcionalidade regional. O mesmo sistema adota-se para as ONGs, que elegem seus representantes por regiões do país.
A representação ambientalista (ONGs), contra a qual parecem insurgirem-se os empresários, é flagrantemente minoritária, mas graças à ação aguerrida de muitos de seus representantes, têm sido realmente bem sucedidas ao longo da história, tendo gerado teses de discussão para o CONAMA que foram aprovadas e hoje são cumpridas. É verdade que muitas vezes, comparado ao lastro técnico que representantes governamentais e mesmo dos lobbies empresariais contam para dar suporte àos seus conselheiros, as ONGs eventualmente pecam pela baixa qualidade técnica de suas proposições. Apesar disso, os conselheiros da sociedade civil tem se servido de boas assessorias técnicas de forma a coloca-los em igualdade com os demais interlocutores.
Enfim. Mas então, do que reclamam estes empresários? Por que as ONGs são vistas como ameaça? Por que negociar com a sociedade civil e conviver com o lobby dos interesses legítimos que representam causa tanto desconforto?
Fica a curiosidade e a preocupação.
Axel Grael.
Monitor Mercantil
29/09/2010 - 18:09
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O presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, questionou a limitada participação empresarial no plenário do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Afirmou que, embora o setor de transporte tenha íntima ligação com o meio ambiente, a participação da Confederação Nacional do Transporte (CNT) no Conama é inexpressiva. Disse que, igualmente, a representação empresarial, no todo, é irrelevante, em um conselho que terá grande importância no futuro próximo. Afirmou, em carta: "Há disparidade entre a representação da chamada "sociedade civil" (organizações não-governamentais) e dos sindicatos de trabalhadores em relação aos empresários".
Mostrou que há apenas oito conselheiros indicados por confederações empresariais - um deles da CNT - o que corresponde a 7,7% de um plenário com 108 representantes. Já os 22 indicados por ONGs e sindicatos de trabalhadores representam, em conjunto, 21,2% do conselho. Manteli chamou atenção para o fato de que a abrangência dos assuntos tratados pelo Conama acaba incidindo em todos os ramos da atividade empresarial. Em recentes declarações, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), acusou o Ministério do Meio Ambiente de estar "completamente dominado pelas ONGs". Afirmou: "É uma distorção, pois o ministério deveria representar o Estado, não ONGs estrangeiras". Rebelo não é deputado do baixo clero: foi presidente da Câmara, ministro da Coordenação Política e líder do Governo Lula na Câmara.
Comentou Wilen Manteli que a CNT representa quatro modais de transporte, com importância para geração de políticas públicas de redução do consumo de combustíveis fósseis e emissão de gás carbônico. Destaca que toda atividade envolve a prestação de um serviço de transporte, sem o que o produto ou serviço não conseguiriam expressividade econômica. E acentuou Manteli: "A atual composição do Conama, bem como seu processo decisório, por maioria de votos unitários, fazem com que o poder executivo conte com 71,7% dos votantes (37,5% do Governo Federal, 25,9% dos governos estaduais e 7,7% dos governos municipais) sendo que os 28,9% restantes são compostos predominantemente por ONGs (21,2% representantes da "sociedade civil"), uma vez que apenas 7,7% dos votos no Conama pertencem à representação empresarial".
Diante disso, a ABTP pleiteia, com apoio da Federação Nacional das Empresas de Navegação (Fenavega) e CNT, revisão do modelo do Conama, de modo que a representação empresarial seja ao menos igualada à representação de sindicatos de trabalhadores e ONGs. Recentemente, foi sancionada a Lei 12.305, que criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Trata-se de um tema que deverá mobilizar o meio empresarial e a própria sociedade, nos próximos meses. E Manteli não aceita que ONGs tenham mais poder do que confederações empresariais. O Brasil produz 57 milhões de toneladas de lixo por ano e, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), só 2,4% dos resíduos sólidos urbanos são reciclados, contra quase 50% de alguns países desenvolvidos. O tema interessa a outras confederações, como CNI (indústria), CNC (comércio e serviços) e CNA (agricultura).
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MINHA OPINIÃO:
O texto publicado no Monitor Mercantil mostra que, na contramão da democracia, as ONGs, viraram os bodes espiatórios e as grandes vilãs de certos setores empresariais. Depois de serem oficialmente "satanizadas" pelo lamentável texto do relator do projeto de lei de revisão do Código Florestal, de triste autoria do deputado Aldo Rebelo, agora a artilharia anti-sociedade civil visa intimidar a ação das "temidas" ONGs no CONAMA.
Por muitos anos, entre 1991 e 2008, nos períodos em que estive no governo, representei o RJ como conselheiro no CONAMA. Vi esse colegiado passar por muitas transformações, por muitas críticas (as vezes corretas, outras injustas), por inúmeras tentativas de enfraquecê-lo, mas acima de tudo, aprendi com o convívio com o CONAMA, a respeitá-lo como um importante espaço de concertação de interesses no conflituoso cenário ambiental brasileiro. Bem ou mal, com todas as suas fraquezas, o CONAMA produziu ao longo de sua história a grande maioria do acervo regulatório ambiental no país.
Apesar de integrante e identificado com a agenda dos estados no CONAMA, como conselheiro apoiei muitas das teses dos ambientalistas e outras vezes fomos adversários. O mesmo ocorreu com as matérias dos setores empresariais ou outros no CONAMA. Isso ocorreu devido à minhas convicções mas também da leitura dos problemas que tinha no papel de representante do governo fluminense e de dirigente de órgão ambiental do RJ. Isso é corriqueiro e ocorre com todos os conselheiros.
A reclamação empresarial, conforme a matéria, não expressa a verdade. Mesmo minoritários no plenário, os seus representantes têm sido muito eficientes nas articulações de bastidores, onde acabam arregimentando votos, principalmente da majoritária bancada do próprio Governo Federal. Portanto, o setor empresarial não tem tido maiores dificuldades de aprovar os regulamentos de seu interesse. As suas derrotas aconteceram quando as suas causas eram tão desprovidas de legitimidade e bom senso que não conseguiam apoio nem mesmo dos tradicionais aliados.
As forças representadas no CONAMA reunem-se em "bancadas", que muitas vezes votam em bloco, outras vezes não. A maior bancada é a do governo federal, com representantes de todos os ministérios e autarquias. Quando querem ou quando são convocados pela Casa Civil, "passam o rodo" sem a menor dificuldade. Outra bancada numerosa é a dos estados, com representantes de cada unidade da Federação. Sua ação é articulada pela ABEMA - Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente. Assim como os estados, os municípios também tem representação, com um critério de proporcionalidade regional. O mesmo sistema adota-se para as ONGs, que elegem seus representantes por regiões do país.
A representação ambientalista (ONGs), contra a qual parecem insurgirem-se os empresários, é flagrantemente minoritária, mas graças à ação aguerrida de muitos de seus representantes, têm sido realmente bem sucedidas ao longo da história, tendo gerado teses de discussão para o CONAMA que foram aprovadas e hoje são cumpridas. É verdade que muitas vezes, comparado ao lastro técnico que representantes governamentais e mesmo dos lobbies empresariais contam para dar suporte àos seus conselheiros, as ONGs eventualmente pecam pela baixa qualidade técnica de suas proposições. Apesar disso, os conselheiros da sociedade civil tem se servido de boas assessorias técnicas de forma a coloca-los em igualdade com os demais interlocutores.
Enfim. Mas então, do que reclamam estes empresários? Por que as ONGs são vistas como ameaça? Por que negociar com a sociedade civil e conviver com o lobby dos interesses legítimos que representam causa tanto desconforto?
Fica a curiosidade e a preocupação.
Axel Grael.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
"Liderança comunitária pode ser aprendida", diz Marcos Kisil a Mobilizadores
O presente texto teve autorização expressa do autor para publicação aqui no Blog. Somos muito gratos ao Marcos Kisil e parabenizamos a excelente qualidade do presente texto, assim como outras contribuições que tem dado atraves do IDIS ao desenvolvimento do Terceiro Setor brasileiro.
Axel Grael
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LIDERANÇA COMUNITÁRIA PODE SER APRENDIDA
27/9/2010 – Site IDIS (http://www.idis.org.br/)
"A liderança é resultado de um misto de potencial genético e de processos de aprendizagem." Quem diz isso é o fundador e diretor-presidente do IDIS, Dr. Marcos Kisil, em entrevista concedida ao portal dos mobilizadores do Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida (COEP). Segundo ele, a liderança tanto pode ser ensinada como ser aprendida. "Porém, depende muito do desejo de cada indivíduo em exercitar seu autoconhecimento para estimular ou reprimir certas atitudes, melhor conhecer seus possíveis liderados, e saber a circunstância de exercício da liderança."
Presente em 1.106 municípios, a rede de mobilizadores COEP reúne pessoas que atuam ou desejam atuar na área social, no Brasil e no exterior. Confira, abaixo, a reprodução da entrevista. A versão original pode ser lida clicando aqui.
Quais as principais características que uma liderança comunitária deve ter?
Entendemos a liderança comunitária como o conjunto de líderes que atuam numa comunidade específica, buscando articular o desenvolvimento de seus componentes econômico, social, ambiental e cultural de maneira integrada. Essa liderança deve buscar compromisso com o bem estar da comunidade através da escuta, da reflexão, da ação, ter humildade para avaliar as suas decisões e corrigir os seus erros. Em poucas palavras: servir à comunidade e seus cidadãos.
O líder nasce pronto ou a liderança pode ser ensinada e aprendida? Caso possa ser ensinada, como e onde isso pode ser feito?
Existem certos traços de liderança que hoje sabemos que resultam de certo potencial genético, porém, esses traços terão ou não significado dependendo de serem adequadamente estimulados. E isto pode resultar de um processo de aprendizagem. Da mesma maneira, certos traços que são desfavoráveis para o exercício da liderança podem ser conhecidos e administrados para que não prejudiquem o exercício da liderança. E isto também pode ser parte de um processo de aprendizagem. Assim, a liderança pode ser ensinada, e pode ser aprendida. Porém, depende muito do desejo de cada indivíduo em exercitar seu autoconhecimento para estimular ou reprimir certas atitudes, melhor conhecer seus possíveis liderados, e saber a circunstância de exercício da liderança. Assim pode desenvolver, através do conhecimento, as habilidades e atitudes que necessita, bem como procurar evitá-las se lhes forem prejudiciais.
O que é e por que o IDIS criou o conceito de liderança servidora?
Na verdade, o conceito de liderança servidora foi definido por Robert Greenleaf como uma filosofia e uma prática de liderança e, a seguir, outros autores claramente se posicionaram na mesma direção como Ken Blanchard, Stephen Covey, Peter Senge, Max DePree, entre outros. A ideia central é que o líder tem a intenção de servir alguém com sua capacidade, tirocínio, relacionamento. Ser líder é uma conseqüência. O líder servidor busca atuar com os outros em harmonia, com sabedoria, humildade, coerência e, acima de tudo, auto-motivação para não desanimar diante dos inúmeros obstáculos que encontrar no dia a dia.
Em resumo o líder servidor é aquele que:
. tem mente aberta para quebrar paradigmas;
. sabe conquistar a confiança de todos os seus colaboradores, diretos e indiretos;
. serve aos seus comandados;
. assume a responsabilidade do grupo;
. é positivamente sensível para engajar toda a equipe nos mais diferentes desafios;
. não se esconde quando a “bomba” está prestes a explodir. Pelo contrário, é o primeiro a tomar atitudes cabíveis;
. se fortalece cada vez que um problema/desafio é superado;
. sabe cobrar dos seus pares com inteligência e dinamismo;
. desenvolve um dom especial de inspirar toda a equipe para enfrentar os mais variados obstáculos.
Como identificar potenciais líderes numa comunidade?
Em geral, não existem maiores dificuldades em encontrar quem são os líderes de uma comunidade. Pessoas e entidades locais rapidamente ajudam a identificar quem é quem nas decisões que afetam a comunidade, seja no setor público, privado ou nas organizações da sociedade civil. A questão é encontrar quais os líderes que se identificam com uma liderança servidora. Identificá-los necessita de um período de observação, conhecer fatos relevantes que cercam decisões tomadas por esses líderes, a apreciação feita por pares e por subordinados. Para um observador treinado é sempre possível essa identificação. Alguns traços de comportamento ajudam a identificar líderes locais ou aqueles que potencialmente poderão a vir a sê-lo. Entre essas características ou traços estão:
• necessidade íntima de conseguir pessoalmente transformar uma realidade;
• necessidade de alcançar determinado poder para estar em condições de realizar a transformação identificada;
• possuir habilidades para relações interpessoais, a fim de conseguir liderar pessoas, grupos, e estabelecer as necessárias parcerias estratégicas com outros líderes;
• possuir habilidades cognitivas para identificar situações que necessitam ser transformadas, como buscar conhecer fatores determinantes de situações, avaliar possíveis soluções e estratégias para implantá-las, buscar adeptos ou seguidores e organizar o trabalho a ser feito;
• ter autoconfiança, que deve se refletir em: uma crença pessoal em valores; conhecimentos e habilidades adquiridos; saber lidar com situações e pessoas. Talvez esse seja o traço comportamental determinante da liderança, já que os seguidores aceitam ser liderados especialmente em situações em que não estão confiantes e, por isso, necessitam de suporte externo para guiar suas ações;
• exercitar permanentemente um comportamento ético em relação às causas que defende, às soluções que propõe, aos seguidores que lidera, aos outros líderes com quem estabelece relações e às organizações às quais se afilia.
Como em geral as comunidades percebem os líderes?
As pessoas tendem a considerar que os líderes devem ser pessoas hierarquicamente em condição de superioridade, que dita ordens. Muitas vezes, essa imagem equivocada chega até as organizações comunitárias, fazendo crer que os líderes devem sempre impor seu ponto de vista. O problema é que esses “líderes” assumem posições individuais sobre as reais necessidades da comunidade, atuando somente com base em sua informação e poder, tendo dificuldade de articular apoio ou de estabelecer uma coalizão de interesses. Como conseqüência, além de não saberem utilizar a posição que ocupam, ao sentirem dificuldades em “mandar”, recolhem-se à segurança do isolamento em suas organizações. Eles colocam seu orgulho e vaidade acima dos interesses coletivos. E por isso são “líderes” que não conseguem perceber que o poder é inerente ao posto que ocupam; não propriamente à sua pessoa. O líder não é aquele que tem “o poder”, mas quem tem o poder de agir a serviço do desenvolvimento sustentável da comunidade.”
O que é fundamental considerar na formação de lideranças comunitárias? Que aspectos devem ser observados e que pontos devem trabalhados?
No atual momento de necessidades da sociedade, especialmente quando se identifica grupos humanos ainda despojados de seus direitos mínimos, com dificuldades de se sentirem cidadãos, torna-se evidente a necessidade de se sentirem apoiados por um líder que esteja a serviço de suas necessidades.
Qual a importância de uma liderança para a promoção do desenvolvimento comunitário?
Essencial porque o caminho para o desenvolvimento comunitário exige ser visionário, estrategista, inspirador, gerenciador, negociador, facilitador de relacionamentos, formador de equipes de trabalho, analista de situações facilitadoras ou inibidoras do desenvolvimento. Essas funções são as funções de um líder servidor.
Talvez o melhor exemplo de nossa geração tenha sido a Dra. Zilda Arns e o magnífico trabalho à frente da Pastoral da Criança, e sua capilaridade em distintas comunidades do Brasil e do mundo.
Nos casos em que as comunidades já possuem lideranças, o que é possível fazer para fortalecê-las?
Auxiliá-las em seu desenvolvimento pessoal, institucional e comunitário.
Como um líder comunitário pode estimular o surgimento de novas lideranças entre os jovens da comunidade? O que deve fazer?
Pelo exemplo, e pela paciência em ser um “coach” [técnico ou treinador numa tradução do inglês] para novas lideranças. [O “coach” atua encorajando e/ou motivando, visando à satisfação de objetivos definidos por consenso].
Numa comunidade deve haver várias lideranças? Por quê?
Diversidade de questões e áreas de interesse para o desenvolvimento comunitário exige diferentes áreas de conhecimento e prática. Diversidade de liderança é uma absoluta necessidade.
Como propiciar o surgimento e a aceitação de novos líderes em comunidades onde há uma única liderança muito forte?
A ideia de que uma comunidade tenha uma só liderança muito forte não é uma realidade em nossa experiência, a menos que estejamos diante de um regime autoritário ou diante de pessoas com traços autocráticos de uso da força para seus eventuais benefícios. Em geral, embora um líder possa se destacar, numa democracia existem diferentes fontes de poder formal, e também de poder real, onde o líder é naturalmente aceito para liderar um grupo de pessoas. A capacitação e a aprendizagem fazem com que aflorem novos líderes de maneira regular para a comunidade.
Como a formação de redes pode auxiliar no desenvolvimento comunitário?
A formação de uma rede de pessoas e entidades de uma comunidade é um instrumento poderoso de participação na governança dos destinos de uma comunidade. Para tanto, deve ser adequadamente formada para representar diferentes grupos que se dispõem a encontrar o caminho do possível e consensual sobre prioridades e estratégias de enfrentamento das necessidades identificadas.
A ideia de rede pressupõe um trabalho de grupo que deve se transformar em trabalho de equipe de caráter horizontal e sem hierarquia entre os participantes. Isto leva tempo e necessita de formação sobre o que representa uma rede e como fazê-la operativa para benefício da comunidade. Também exige uma liderança facilitadora de relacionamento e de confiança entre os participantes.
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Axel Grael
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LIDERANÇA COMUNITÁRIA PODE SER APRENDIDA
27/9/2010 – Site IDIS (http://www.idis.org.br/)
"A liderança é resultado de um misto de potencial genético e de processos de aprendizagem." Quem diz isso é o fundador e diretor-presidente do IDIS, Dr. Marcos Kisil, em entrevista concedida ao portal dos mobilizadores do Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida (COEP). Segundo ele, a liderança tanto pode ser ensinada como ser aprendida. "Porém, depende muito do desejo de cada indivíduo em exercitar seu autoconhecimento para estimular ou reprimir certas atitudes, melhor conhecer seus possíveis liderados, e saber a circunstância de exercício da liderança."
Presente em 1.106 municípios, a rede de mobilizadores COEP reúne pessoas que atuam ou desejam atuar na área social, no Brasil e no exterior. Confira, abaixo, a reprodução da entrevista. A versão original pode ser lida clicando aqui.
Quais as principais características que uma liderança comunitária deve ter?
Entendemos a liderança comunitária como o conjunto de líderes que atuam numa comunidade específica, buscando articular o desenvolvimento de seus componentes econômico, social, ambiental e cultural de maneira integrada. Essa liderança deve buscar compromisso com o bem estar da comunidade através da escuta, da reflexão, da ação, ter humildade para avaliar as suas decisões e corrigir os seus erros. Em poucas palavras: servir à comunidade e seus cidadãos.
O líder nasce pronto ou a liderança pode ser ensinada e aprendida? Caso possa ser ensinada, como e onde isso pode ser feito?
Existem certos traços de liderança que hoje sabemos que resultam de certo potencial genético, porém, esses traços terão ou não significado dependendo de serem adequadamente estimulados. E isto pode resultar de um processo de aprendizagem. Da mesma maneira, certos traços que são desfavoráveis para o exercício da liderança podem ser conhecidos e administrados para que não prejudiquem o exercício da liderança. E isto também pode ser parte de um processo de aprendizagem. Assim, a liderança pode ser ensinada, e pode ser aprendida. Porém, depende muito do desejo de cada indivíduo em exercitar seu autoconhecimento para estimular ou reprimir certas atitudes, melhor conhecer seus possíveis liderados, e saber a circunstância de exercício da liderança. Assim pode desenvolver, através do conhecimento, as habilidades e atitudes que necessita, bem como procurar evitá-las se lhes forem prejudiciais.
O que é e por que o IDIS criou o conceito de liderança servidora?
Na verdade, o conceito de liderança servidora foi definido por Robert Greenleaf como uma filosofia e uma prática de liderança e, a seguir, outros autores claramente se posicionaram na mesma direção como Ken Blanchard, Stephen Covey, Peter Senge, Max DePree, entre outros. A ideia central é que o líder tem a intenção de servir alguém com sua capacidade, tirocínio, relacionamento. Ser líder é uma conseqüência. O líder servidor busca atuar com os outros em harmonia, com sabedoria, humildade, coerência e, acima de tudo, auto-motivação para não desanimar diante dos inúmeros obstáculos que encontrar no dia a dia.
Em resumo o líder servidor é aquele que:
. tem mente aberta para quebrar paradigmas;
. sabe conquistar a confiança de todos os seus colaboradores, diretos e indiretos;
. serve aos seus comandados;
. assume a responsabilidade do grupo;
. é positivamente sensível para engajar toda a equipe nos mais diferentes desafios;
. não se esconde quando a “bomba” está prestes a explodir. Pelo contrário, é o primeiro a tomar atitudes cabíveis;
. se fortalece cada vez que um problema/desafio é superado;
. sabe cobrar dos seus pares com inteligência e dinamismo;
. desenvolve um dom especial de inspirar toda a equipe para enfrentar os mais variados obstáculos.
Como identificar potenciais líderes numa comunidade?
Em geral, não existem maiores dificuldades em encontrar quem são os líderes de uma comunidade. Pessoas e entidades locais rapidamente ajudam a identificar quem é quem nas decisões que afetam a comunidade, seja no setor público, privado ou nas organizações da sociedade civil. A questão é encontrar quais os líderes que se identificam com uma liderança servidora. Identificá-los necessita de um período de observação, conhecer fatos relevantes que cercam decisões tomadas por esses líderes, a apreciação feita por pares e por subordinados. Para um observador treinado é sempre possível essa identificação. Alguns traços de comportamento ajudam a identificar líderes locais ou aqueles que potencialmente poderão a vir a sê-lo. Entre essas características ou traços estão:
• necessidade íntima de conseguir pessoalmente transformar uma realidade;
• necessidade de alcançar determinado poder para estar em condições de realizar a transformação identificada;
• possuir habilidades para relações interpessoais, a fim de conseguir liderar pessoas, grupos, e estabelecer as necessárias parcerias estratégicas com outros líderes;
• possuir habilidades cognitivas para identificar situações que necessitam ser transformadas, como buscar conhecer fatores determinantes de situações, avaliar possíveis soluções e estratégias para implantá-las, buscar adeptos ou seguidores e organizar o trabalho a ser feito;
• ter autoconfiança, que deve se refletir em: uma crença pessoal em valores; conhecimentos e habilidades adquiridos; saber lidar com situações e pessoas. Talvez esse seja o traço comportamental determinante da liderança, já que os seguidores aceitam ser liderados especialmente em situações em que não estão confiantes e, por isso, necessitam de suporte externo para guiar suas ações;
• exercitar permanentemente um comportamento ético em relação às causas que defende, às soluções que propõe, aos seguidores que lidera, aos outros líderes com quem estabelece relações e às organizações às quais se afilia.
Como em geral as comunidades percebem os líderes?
As pessoas tendem a considerar que os líderes devem ser pessoas hierarquicamente em condição de superioridade, que dita ordens. Muitas vezes, essa imagem equivocada chega até as organizações comunitárias, fazendo crer que os líderes devem sempre impor seu ponto de vista. O problema é que esses “líderes” assumem posições individuais sobre as reais necessidades da comunidade, atuando somente com base em sua informação e poder, tendo dificuldade de articular apoio ou de estabelecer uma coalizão de interesses. Como conseqüência, além de não saberem utilizar a posição que ocupam, ao sentirem dificuldades em “mandar”, recolhem-se à segurança do isolamento em suas organizações. Eles colocam seu orgulho e vaidade acima dos interesses coletivos. E por isso são “líderes” que não conseguem perceber que o poder é inerente ao posto que ocupam; não propriamente à sua pessoa. O líder não é aquele que tem “o poder”, mas quem tem o poder de agir a serviço do desenvolvimento sustentável da comunidade.”
O que é fundamental considerar na formação de lideranças comunitárias? Que aspectos devem ser observados e que pontos devem trabalhados?
No atual momento de necessidades da sociedade, especialmente quando se identifica grupos humanos ainda despojados de seus direitos mínimos, com dificuldades de se sentirem cidadãos, torna-se evidente a necessidade de se sentirem apoiados por um líder que esteja a serviço de suas necessidades.
Qual a importância de uma liderança para a promoção do desenvolvimento comunitário?
Essencial porque o caminho para o desenvolvimento comunitário exige ser visionário, estrategista, inspirador, gerenciador, negociador, facilitador de relacionamentos, formador de equipes de trabalho, analista de situações facilitadoras ou inibidoras do desenvolvimento. Essas funções são as funções de um líder servidor.
Talvez o melhor exemplo de nossa geração tenha sido a Dra. Zilda Arns e o magnífico trabalho à frente da Pastoral da Criança, e sua capilaridade em distintas comunidades do Brasil e do mundo.
Nos casos em que as comunidades já possuem lideranças, o que é possível fazer para fortalecê-las?
Auxiliá-las em seu desenvolvimento pessoal, institucional e comunitário.
Como um líder comunitário pode estimular o surgimento de novas lideranças entre os jovens da comunidade? O que deve fazer?
Pelo exemplo, e pela paciência em ser um “coach” [técnico ou treinador numa tradução do inglês] para novas lideranças. [O “coach” atua encorajando e/ou motivando, visando à satisfação de objetivos definidos por consenso].
Numa comunidade deve haver várias lideranças? Por quê?
Diversidade de questões e áreas de interesse para o desenvolvimento comunitário exige diferentes áreas de conhecimento e prática. Diversidade de liderança é uma absoluta necessidade.
Como propiciar o surgimento e a aceitação de novos líderes em comunidades onde há uma única liderança muito forte?
A ideia de que uma comunidade tenha uma só liderança muito forte não é uma realidade em nossa experiência, a menos que estejamos diante de um regime autoritário ou diante de pessoas com traços autocráticos de uso da força para seus eventuais benefícios. Em geral, embora um líder possa se destacar, numa democracia existem diferentes fontes de poder formal, e também de poder real, onde o líder é naturalmente aceito para liderar um grupo de pessoas. A capacitação e a aprendizagem fazem com que aflorem novos líderes de maneira regular para a comunidade.
Como a formação de redes pode auxiliar no desenvolvimento comunitário?
A formação de uma rede de pessoas e entidades de uma comunidade é um instrumento poderoso de participação na governança dos destinos de uma comunidade. Para tanto, deve ser adequadamente formada para representar diferentes grupos que se dispõem a encontrar o caminho do possível e consensual sobre prioridades e estratégias de enfrentamento das necessidades identificadas.
A ideia de rede pressupõe um trabalho de grupo que deve se transformar em trabalho de equipe de caráter horizontal e sem hierarquia entre os participantes. Isto leva tempo e necessita de formação sobre o que representa uma rede e como fazê-la operativa para benefício da comunidade. Também exige uma liderança facilitadora de relacionamento e de confiança entre os participantes.
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Cetesb começa a adotar padrão da OMS para a qualidade do ar ainda este ano
Mobilização consciente é a chave para resolver demandas sociais, até aquelas mais complicadas. Não é exagero afirmar que, em São Paulo, respirar é morrer aos poucos. Como não é possível deixar de respirar, a sociedade civil, por meio do Movimento Nossa São Paulo, organizou um abaixo-assinado, pedindo a mudança já nos padrões de medição da qualidade do ar.
É que a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) usa padrões defasados para medir a poluição do ar na capital paulista. Quando o ar é considerado ruim pela Cetesb, ele está na verdade três vezes pior se fossem levados em conta os padrões internacionais estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na quarta-feira da semana passada, representantes do Nossa São Paulo entregaram o documento ao presidente da companhia, Fernando Rei. E saíram de lá com o compromisso de, ainda este ano, iniciar-se a adoção dos padrões da OMS (mais rígidos) para medir a qualidade do ar paulistano. Em três anos, essa nova medição deve estar totalmente instituída.
Para Oded Grajew, presidente do Instituto Ethos e um dos representantes na entrega do abaixo-assinado, “os critérios da OMS são importantes porque indicam que, quando a qualidade do ar está abaixo de determinado patamar, a saúde das pessoas corre riscos.”
Também presente no encontro, Paulo Saldiva, pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo (USP), destacou que a adoção dos padrões da OMS tornará mais claro que a poluição não é apenas um problema ambiental, mas uma questão de saúde pública. Para ele, “essa constatação dará respaldo para que o gestor público tome medidas mais corajosas”.
Muitas pessoas podem se perguntar por que o movimento insiste tanto em assuntos como este. É simples: porque poluição mata. O Laboratório de Poluição Atmosférica da USP calcula que seis pessoas morram por dia, na cidade de São Paulo, em decorrência de doenças causadas pela poluição, que vão desde problemas respiratórios até alergias, dermatites e câncer.
Outras centenas de milhares tornam-se incapacitadas de trabalhar e de ter vida ativa por esses mesmos males. Portanto, a poluição traz prejuízos às pessoas e às finanças públicas. O mesmo laboratório calcula em R$ 82 milhões por ano os gastos com internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na região metropolitana de São Paulo, por problemas respiratórios.
Portanto, poluição é uma questão de saúde pública que só se resolverá se forem adotadas medidas para diminuí-la e até zerá-la. A adoção de critérios mais rígidos de medição pode ajudar a salvar vidas.
Confira abaixo os limites máximos de concentração de poluentes no ar utilizados como padrão pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e os da Cetesb, estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
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Limites de concentração anual de poluentes no ar (em microgramas por m3)
Comparação entre os dados indicados pela OMS e os atuais padrões da Cetesb.
Material particulado (poeira mais fina que penetra nos pulmões) OMS: 20 / CETESB: 50
Ozônio: OMS: 100 / CETESB 160
Poeira: OMS: 50 / CETESB: 150
Fumaça: OMS: 50 / CETESB: 150
Poeira fina: OMS: 25 / CETESB: Não indica
Monóxido de carbono: OMS: 9 / CETESB: 9
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Conhecendo a situação real da qualidade do ar em São Paulo, os moradores vão entender que não é mais possível conviver com tantos milhões de carros particulares nas ruas, pois é a fumaça dos automóveis que torna o ato de respirar quase um suicídio em nossa cidade.
É preciso aceitar o fato de que somente com menos carros nas ruas – e, mesmo assim, carros menos poluentes – é que conseguiremos diminuir a poluição em São Paulo. Para isso, é urgente que a cidade adote transporte público de boa qualidade e acessível a todos, bem como a inspeção veicular.
Por Cristina Spera / Edição de Benjamin S. Gonçalves (Instituto Ethos)
Crédito: José Jorge/Assessoria de Imprensa da Cetesb
Oded Grajew, representante do Movimento Nossa São Paulo entrega abaixo-assinado ao presidente da Cetesb, Fernando Rei. |
É que a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) usa padrões defasados para medir a poluição do ar na capital paulista. Quando o ar é considerado ruim pela Cetesb, ele está na verdade três vezes pior se fossem levados em conta os padrões internacionais estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na quarta-feira da semana passada, representantes do Nossa São Paulo entregaram o documento ao presidente da companhia, Fernando Rei. E saíram de lá com o compromisso de, ainda este ano, iniciar-se a adoção dos padrões da OMS (mais rígidos) para medir a qualidade do ar paulistano. Em três anos, essa nova medição deve estar totalmente instituída.
Para Oded Grajew, presidente do Instituto Ethos e um dos representantes na entrega do abaixo-assinado, “os critérios da OMS são importantes porque indicam que, quando a qualidade do ar está abaixo de determinado patamar, a saúde das pessoas corre riscos.”
Também presente no encontro, Paulo Saldiva, pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo (USP), destacou que a adoção dos padrões da OMS tornará mais claro que a poluição não é apenas um problema ambiental, mas uma questão de saúde pública. Para ele, “essa constatação dará respaldo para que o gestor público tome medidas mais corajosas”.
Muitas pessoas podem se perguntar por que o movimento insiste tanto em assuntos como este. É simples: porque poluição mata. O Laboratório de Poluição Atmosférica da USP calcula que seis pessoas morram por dia, na cidade de São Paulo, em decorrência de doenças causadas pela poluição, que vão desde problemas respiratórios até alergias, dermatites e câncer.
Outras centenas de milhares tornam-se incapacitadas de trabalhar e de ter vida ativa por esses mesmos males. Portanto, a poluição traz prejuízos às pessoas e às finanças públicas. O mesmo laboratório calcula em R$ 82 milhões por ano os gastos com internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na região metropolitana de São Paulo, por problemas respiratórios.
Portanto, poluição é uma questão de saúde pública que só se resolverá se forem adotadas medidas para diminuí-la e até zerá-la. A adoção de critérios mais rígidos de medição pode ajudar a salvar vidas.
Confira abaixo os limites máximos de concentração de poluentes no ar utilizados como padrão pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e os da Cetesb, estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
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Limites de concentração anual de poluentes no ar (em microgramas por m3)
Comparação entre os dados indicados pela OMS e os atuais padrões da Cetesb.
Material particulado (poeira mais fina que penetra nos pulmões) OMS: 20 / CETESB: 50
Ozônio: OMS: 100 / CETESB 160
Poeira: OMS: 50 / CETESB: 150
Fumaça: OMS: 50 / CETESB: 150
Poeira fina: OMS: 25 / CETESB: Não indica
Monóxido de carbono: OMS: 9 / CETESB: 9
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Conhecendo a situação real da qualidade do ar em São Paulo, os moradores vão entender que não é mais possível conviver com tantos milhões de carros particulares nas ruas, pois é a fumaça dos automóveis que torna o ato de respirar quase um suicídio em nossa cidade.
É preciso aceitar o fato de que somente com menos carros nas ruas – e, mesmo assim, carros menos poluentes – é que conseguiremos diminuir a poluição em São Paulo. Para isso, é urgente que a cidade adote transporte público de boa qualidade e acessível a todos, bem como a inspeção veicular.
Por Cristina Spera / Edição de Benjamin S. Gonçalves (Instituto Ethos)
Crédito: José Jorge/Assessoria de Imprensa da Cetesb
Um ótimo artigo: empreendedores de negócios e empreendedores sociais são o mesmo tipo de pessoas?
More than Manic
Submitted by Laura Zax on Mon, 2010-09-20 16:29.
What it really takes to be a social entrepreneur
Click here to read Segal's NYTimes piece, "Just Manic Enough."
Artigo do site da Ashoka.
Submitted by Laura Zax on Mon, 2010-09-20 16:29.
What it really takes to be a social entrepreneur
Empreendedor de negócios x empreendedor social |
Picture a Venn diagram. The left hand circle represents the personality of someone who is entrepreneurial. The right hand circle represents the personality of someone who is hypomanic. The overlap in the center—well, let’s just say it’s statistically significant.
So goes the analysis at the heart of Saturday's New York Times piece, "Just Manic Enough." “A thin line,” the article’s author David Segal writes, “separates the temperament of a promising entrepreneur from a person who could use, as they say in psychiatry, a little help.” Translation? Entrepreneurs are kind of crazy.
That’s old news to Ashoka founder Bill Drayton, who first set out in search of a very particular kind of crazy person almost 30 years ago. He articulated what, exactly, he was looking with a phrase that could just as easily describe paranoid schizophrenics as social entrepreneurs: “Are they possessed, really possessed, by an idea?”
The parallel between Segal and Drayton’s conclusions perhaps settles an interesting question: yes, entrepreneurs, both business and social alike, are a very peculiar breed. But it also raises another one: what’s the difference between a business entrepreneur and a social entrepreneur? Is it simply a matter of mission—the former seeking a financial goal the latter seeking a social one? Or is there more to it than that?
Are business entrepreneurs and social entrepreneurs different types of people?
Picture another Venn diagram, where the right hand circle represents the business entrepreneurs profiled in Segal's article and the right hand circle represents the social entrepreneurs chronicled David Bornstein’s book How to Change the World. There’s overlap, of course, but there’s also plenty of difference. From Ford to Jobs, Segal’s business entrepreneurs show hints of megalomania, “grandiosity.” Social entrepreneurs on the other hand “rarely announce themselves when they walk in the door,” writes Bornstein. “Strong ethical fiber” doesn’t appear on the list of must-haves for successful business entrepreneurs, but it is a fundamental criterion that Ashoka Fellows must meet. (That’s not to say that business entrepreneurs are unethical. But ethical fiber is not a fundamental trait for a business entrepreneur in the same way it is for a social entrepreneur.)
The biggest difference between the two types of entrepreneurs is exemplified by the following comparison: While the business entrepreneur profiled in Segal’s article, though barely into his twenties, had already started, grown, and sold two businesses by the time he entered college, the social entrepreneurs that the Ashoka team has tracked down over the course of three decades have, more often than not, devoted their entire lives to a single project. Bornstein puts the matter simply: “Major social change…takes a very long time.” So, though gratification is just around the corner for the successful business entrepreneur, even the most successful social entrepreneur turns one corner only to discover another corner on the horizon. And, however crazy it may seem, the social entrepreneur is fully aware of that fact.
Click here to read Segal's NYTimes piece, "Just Manic Enough."
Artigo do site da Ashoka.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Baleias e "cabeças de bagre"
Baleia franca como a que foi vítima do irresponsável australiano. |
Uma testemunha na cidade de Albany, no oeste da Austrália, disse ter visto um jovem montar sobre as costas de uma baleia-franca-austral na tarde de sexta-feira da semana passada.
De acordo com o site australiano ABC, a testemunha fotografou o incidente, mas a polícia decidiu não divulgar a foto enquanto as investigações estão em andamento.
Caso seja identificado, o jovem pode receber uma multa de quase US$ 10 mil por perturbar um animal selvagem.
As autoridades australianas estão irritadas com o caso. Um dos investigadores chamou o ato de "tolo e inconsequente".
Uma baleia-franca-austral chega a medir mais de 18 metros e pode pesar até oito toneladas. Uma pessoa pode até morrer caso seja atingida pela cauda da baleia.
As leis ambientais australianas obrigam as pessoas a se manterem no mínimo a 30 metros de mamíferos selvagens como a baleia-franca.
Fonte: BBC
domingo, 26 de setembro de 2010
Ministério do Meio Ambiente lança edital de consulta pública sobre Avaliação Ambiental Estratégica de projetos e políticas públicas
Para receber sugestões e comentários, está sob consulta pública até o dia 12 de outubro de 2010, o texto preliminar das diretrizes do Ministério do Meio Ambiente para a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE). Trata-se de um instrumento com orientações para facilitar a associação da questão ambiental no processo de planejamento das políticas públicas dos vários setores de governo.
A ideia é que o Brasil possua um instrumento voltado para sustentabilidade ambiental de programas, planos, projetos estruturantes, entre outros, e funcione como mecanismo facilitador no processo de decisão estratégica.
Com isso, a AAE permitirá fazer avaliação de risco, criar oportunidades e evitar situações de conflito, sempre que tenha implicações com mudanças climáticas, perda de biodiversidade, produção e segurança alimentar, unidades de conservação integral, uso compartilhado de recursos ambientais, entre outros assuntos.
A proposta em discussão ainda prevê a elaboração do Guia Metodológico para a Prática da AAE, no qual estarão expressos os fundamentos conceituais, técnicos e processuais para fazer a Avaliação Ambiental Estratégica.
Após o prazo de consulta pública, o Ministério do Meio Ambiente irá reunir as contribuições e publicar texto final. Contribuições e sugestões poderão ser encaminhadas para cema@mma.gov.br até o dia 12 de outubro de 2010.
Baixe o edital.
Fonte: http://pautasagendasoccivil.blogspot.com/2010/09/consulta-publica-para-avaliacao.html
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MINHA OPINIÃO
Ainda não li todo o documento publicado pelo edital, portanto ainda não posso emitir opinião sobre o mérito da proposta, mas posso chamar a atenção do leitor para a relevância da implementação da Avaliação Ambiental Estratégica. O assunto é da maior importância para o futuro do licenciamento ambiental e para a qualidade ambiental das políticas públicas no Brasil, pois permite a superação da visão pontual, focada apenas no empreendimento - é este um dos grandes defeitos do atual sistema de licenciamento ambiental.
As metodologias para a Avaliação Ambiental Estratégica partem de uma análise ambiental mais abrangente em termos temporais e de escala, além de considerar as sinergias existentes com outros empreendimentos previstos ou existentes para uma determinada região.
Quando estive na FEEMA, em minha segunda gestão como presidente do órgão (2007 a 2008), incorporamos os princípios da AAE para subsidiar a tomada de decisão em alguns casos emblemáticos do licenciamento ambiental no país, como o COMPERJ (sua análise levaria em consideração também a implantação do Arco Metropolitano, etc), do Porto do Açu e dos terminais portuários da região do Porto de Itaguaí.
Cabe registrar também que o assunto foi tema da Tese de doutorado da atual ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira. Portanto...o edital merece atenção do pessoal "do ramo".
Axel Grael
Ecobarreiras evitam despejo de 90 toneladas de lixo na baía
Com a nova barreira de garrafas PET, que tem 48 m de extensão, a estimativa é que, por mês, sejam retidas 30 toneladas de lixo flutuante no rio.
Pelo menos 90 toneladas de lixo deixarão de ser despejados mensalmente na Baía de Guanabara com a instalação de três novas ecobarreiras até o final do ano nos Rios Sarapuí, Iguaçu e Pavuna-Meriti, na Baixada Fluminense. O anúncio foi feito no dia 17 pela secretária estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Marilene Ramos, durante a inauguração da ecobarreira do Rio Botas, em Belford Roxo, da qual participou ainda o presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Luiz Firmino Martins Pereira. A previsão é a de que nova barreira ecológica impeça que 30 toneladas de resíduos por mês cheguem à Baía de Guanabara.
Fonte: Inea/EcoAgência
Foto: INEA |
- A instalação das ecobarreiras nos rios Botas, Sarapuí e Iguaçu, complementam o Projeto Iguaçu, um dos mais abrangentes programas de recuperação ambiental e de saneamento já desenvolvidos no estado - explicou Marilene Ramos. Ela reuniu-se, em Belford Roxo, com o prefeito de cidade, Alcides Rolim, com o qual conversou sobre as obras do PAC da baixada.
Segundo Marilene, o PAC da Baixada tem como objetivo o controle de inundações e a recuperação ambiental das bacias desses rios. “Em paralelo, desenvolvemos atividades de educação ambiental com a população local. O objetivo é conscientizar as pessoas a não jogarem lixo nesses cursos d´água, fato que agrava o problema das inundações. A população precisa colaborar. Não jogue lixo no rio”, pediu a secretária.
O lixo retido nas ecobarreiras é recolhido por cerca de 67 catadores de cooperativas filiadas à Febracom. O que pode ser reciclado, é separado e posteriormente comercializado, e a renda obtida é revertida para as próprias cooperativas. As ecobarreiras, que agora totalizam dez, além de três ecopontos - Marapendi, Volta Redonda e Barra Mansa - são operadas pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro, pela empresa Haztec e pela Coca-Coca, patrocinadora da ecobarreira do Rio Botas, que investiu R$ 65 mil na sua confecção e instalação.
As ecobarreiras já foram instaladas nos canais de Sernambetiba, Arroio Fundo, no Itanhangá, Canal do Cunha, no Rio Irajá, no Rio dos Cachorros, no Ceasa, no Canal do Mangue, em Docas e agora no Rio Botas. Já existe uma barreira ecológica instalada no Rio Meriti, na altura de Duque de Caxias. Marilene Ramos reiterou que, até 2016, serão instaladas mais nove ecobarreiras, fundamentais para a preservação de rios e lagoas do estado e um ecoponto em Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade.
- O programa foi incluído no plano estratégico das Olimpíadas de 2016 como compromisso para a remoção e reciclagem do lixo flutuante dos rios, reduzindo a poluição dos mananciais hídricos do estado - comentou a secretária.
Só no primeiro semestre deste ano, foram retirados 4,8 mil toneladas de lixo dos rios, das quais 67 toneladas de material para reciclagem, além de 120 toneladas dos três ecopontos.
Oportunidade de intercâmbio e de divulgação do trabalho das ONGs
Feira ONG Brasil 2010 abre espaço gratuito para exposição de projetos sociais
A Revista Filantropia e a Diálogo Social estão trazendo uma oportunidade ímpar para seu projeto social: a participação GRATUITA do evento ONG BRASIL 2010, que ocorrerá em São Paulo, no Expo Center Norte, de 25 a 27 de novembro de 2010.
Confirmando a participação, sua ONG terá um stand de 9 metros quadrados para expor suas ações, tecnologias sociais, produtos (caso o tenham) e, assim, garantir visibilidade e captação de parceiros.
Para participar, é necessário os seguintes pré-requisitos:
Ter sede estabelecida no Brasil;
Ter registro no CNPJ;
Garantir a presença de ao menos um representante no stand durante todos os dias de exposição (sob pena de não poder participar dos próximos eventos por um prazo de dois anos).
Preencher ficha de inscrição no site www.ongbrasil.com.br
Somente 500 ONGs serão contempladas com stands e o critério de seleção será:
Estado em que atua (há cotas específicas para cada estado)
Área de atuação da ONG (há cotas específicas para cada área)
Ordem de inscrição (para critério de desempate)
Além da expor e visitar os 500 stands da feira, você pode participar de outras -formas:
- Levando seu grupo cultural (música, dança, teatro, pintura, literatura entre outros)
- Participando de palestras, mini-cursos e sorteios.
A Revista Filantropia e a Diálogo Social estão apoiando o evento e esperamos que este se torne o maior evento em prol de organizações socia is do país. O ONG Brasil 2009 atingiu cerca de 5.000 participantes e 250 ONGs expostas. Nossa meta para este ano é DOBRAR esses números.
Mais informações sobre o evento no site http://www.ongbrasil.com.br/, pelo e-mail: ongbrasil@ubmbrazil.com.br ou pelo telefone (11) 4689-1935
A Revista Filantropia e a Diálogo Social estão trazendo uma oportunidade ímpar para seu projeto social: a participação GRATUITA do evento ONG BRASIL 2010, que ocorrerá em São Paulo, no Expo Center Norte, de 25 a 27 de novembro de 2010.
Confirmando a participação, sua ONG terá um stand de 9 metros quadrados para expor suas ações, tecnologias sociais, produtos (caso o tenham) e, assim, garantir visibilidade e captação de parceiros.
Para participar, é necessário os seguintes pré-requisitos:
Ter sede estabelecida no Brasil;
Ter registro no CNPJ;
Garantir a presença de ao menos um representante no stand durante todos os dias de exposição (sob pena de não poder participar dos próximos eventos por um prazo de dois anos).
Preencher ficha de inscrição no site www.ongbrasil.com.br
Somente 500 ONGs serão contempladas com stands e o critério de seleção será:
Estado em que atua (há cotas específicas para cada estado)
Área de atuação da ONG (há cotas específicas para cada área)
Ordem de inscrição (para critério de desempate)
Além da expor e visitar os 500 stands da feira, você pode participar de outras -formas:
- Levando seu grupo cultural (música, dança, teatro, pintura, literatura entre outros)
- Participando de palestras, mini-cursos e sorteios.
A Revista Filantropia e a Diálogo Social estão apoiando o evento e esperamos que este se torne o maior evento em prol de organizações socia is do país. O ONG Brasil 2009 atingiu cerca de 5.000 participantes e 250 ONGs expostas. Nossa meta para este ano é DOBRAR esses números.
Mais informações sobre o evento no site http://www.ongbrasil.com.br/, pelo e-mail: ongbrasil@ubmbrazil.com.br ou pelo telefone (11) 4689-1935
Dirigente da ONU visita o Projeto Grael e oferece cooperação
Wilfried Lemke, Subsecretário Geral do Escritório das Nações Unidas de Esporte para o Desenvolvimento e a Paz.
Na última sexta feira, 24 de setembro, o Sr. Wilfried Lemke, Subsecretário Geral do Escritório das Nações Unidas de Esporte para o Desenvolvimento e a Paz (UNOSDP), visitou a sede do Projeto Grael, em Niterói, onde foi recebido para direção da organização e por um de seus fundadores, o medalhista olímpico Torben Grael.
O dirigente da ONU, estava acompanhado do Cônsul-Geral Adjunto da Alemanha no Rio de Janeiro, Sr. Marcus Haas, por autoridades do Ministério das Relações Exteriores relacionados à área de esportes, do Sr. Antoine Tardy, da UNOSDP, de Genebra, Suíça, e de Victor Barau, da organização Atletas pela Cidadania.
Após conhecer as atividades e instalações do Projeto Grael, o Sr. Lemke elogiou muito a abrangência dos programas educativos que Além do esporte, incluem a formação profissional e meio ambiente, o que considerou uma iniciava inovadora e exemplar:
"Estamos diante de um exemplo da melhor prática (´best practice´) do que se pode fazer com o esporte em benefício da sociedade", disse o Sr. Wilfried Lemke.
Na oportunidade, foram discutidas várias possibilidades de cooperação entre o UNOSDP e o Projeto Grael, principalmente na implantação do Projeto Todos a Bordo, iniciativa do Projeto Grael para promover a vela para deficientes físicos e a divulgação do Projeto Grael no cenário internacional, visando a atração de voluntários e indicando a organização para empresas interessadas em investir no esporte.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Lars Grael é homenageado na Itália e recebe a medalha Follaro d´Oro
Lars Grael recebeu uma bela homenagem em cerimônia realizada ontem no Yacht Club Gaeta. O velejador brasileiro recebeu a moeda Follaro d'Oro das mãos do Vice Prefeito de Gaeta. O prêmio Follaro d'Oro já foi entregue a 5 pessoas e Lars é o primeiro não-Italiano a recebê-lo. No discurso foi explicado que os escolhidos são pessoas que através do esporte são exemplos de vida. Não apenas por resultados, mas principalmente pela conduta ética e exemplo de vida, de superação, garra e dedicação.
Esta moeda foi feita seguindo o modelo de uma moeda usada na região de Gaeta em torno do ano 1.000.
Parabens, Lars!!!
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A seguir, a nota da Assessoria de Imprensa do Projeto Grael:
Lars Grael recebe homenagem inédita na Itália
Velejador recebeu a moeda Follaro d'Oro das mãos do vice-prefeito de Gaeta. Lars é o primeiro não-italiano a receber a honraria que reproduz moeda medieval que circulava no Mediterrâneo
Lars Grael recebeu ontem (quinta-feira) das mãos do vice-prefeito de Gaeta, na Itália, a moeda Follaro d'Oro, honraria que reconhece a contribuição do atleta para o esporte em geral e a região italiana em particular. O prestigioso prêmio é uma reprodução fiel das moedas de ouro que eram o dinheiro legal em Gaeta, na Idade Média e circulavam por todo o Mediterrâneo.
O premio Follaro d'Oro já foi entregue a cinco pessoas (Sandro Cuomo, Daniele Masala, Agostino Abbagnale, Patrizio Oliva e Antonio Rossi ) e Lars é o primeiro não Italiano a receber a homenagem que destaca aqueles que, por meio do esporte, são exemplos de vida. Não apenas por resultados, mas principalmente pela conduta ética e exemplo de superação, garra e dedicação.
Em cerimônia que contou com banda de Jazz tocando músicas brasileiras, muita comida, como é típico dos italianos, e até queima de fogos, o velejador brasileiro agradeceu a homenagem. "Para mim é uma honra muito grande receber este moeda que simboliza tanto para a região de Gaeta, para a história da navegação e do comércio no mar mediterrâneo e para o esporte italiano. Há muitos anos, seja por meio da classe Star ou do desafio Idea Argo, de bandeira italiana, eu tenho frequentado estas águas. Particularmente para mim, e para o esporte brasileiro de modo geral, hoje é uma noite de muita alegria e orgulho. Muitíssimo obrigado!"
Lars Grael tem o patrocínio da Light Serviços de Eletricidade S/A.
Contatos de imprensa:
Velassessoria
Mariane Thamsten
(21) 8227-6713
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Indignação: mais uma pedra da Pedreira Cispel atinge o Clube Naval Charitas
Reproduzimos, a seguir, mensagem do alm. Righi, comodoro do Clube Naval Charitas, em Niterói, relatando mais um incidente com uma pedreira que opera na vizinhança do clube. As detonações praticadas na empresa mais de uma vez fez com que pedras fossem lançadas sobre o clube, colocando em risco os frequentadores do Clube Naval.
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Prezados (as) Associados (as),
Às 15:00h de hoje, quarta-feira, 22 setembro de 2010, a pedreira em frente ao Charitas realizou mais umas das suas explosões de grande intensidade, lançando uma pedra de 1,5kg que atravessou a estrada e veio a cair no hall de entrada do Clube, por sorte não atingindo um dos cinco menores que se encontravam no local, tendo passado a um metro do grupo.
Acionamos a Defesa Civil (DC) de Niterói, que aqui chegou 23 minutos depois, tendo à frente o seu Sub-Secretário DC, e efetuou um levantamento geral da ocorrência, através de fotos e testemunhos.Isto tem acontecido ao longo da existência do Clube e nenhuma medida adotada foi suficiente para evitar a repetição do fato.
A medida mais recente está consubstanciada no Processo n. 2009.002.000155-8 , do ano passado, que tramita na Vara Cível de Niterói, movido por este Clube contra a empresa que opera a pedreira, em vista de uma dessas pedras ter caído, na ocasião, próximo à piscina, partindo um ombrelone, porém, felizmente outra vez, não atingindo nenhuma pessoa.
Há cerca de um mês o Globo Niterói publicou reportagem abordando os malefícios que tais explosões vem causando aos moradores da comunidade vizinha do Preventório e, por extensão, ao Clube Naval Charitas.Parece que dessa ocasião em diante as explosões se tornaram mais intensas.Nos autos da Ação Ordinária de 2009, o Advogado deixou registrado: "O Brasil não pode ser o país das tragédias anunciadas!", acrescentando ainda que a empresa "deve ser intimada a cessar imediatamente suas atividades, em especial as que se utilizam de explosivos."
Contamos com o apoio dos nossos associados, em suas várias áreas de atividades, no sentido de buscar uma solução para esta grave ameaça que continua a pairar sobre o Clube, seus sócios, convidados e funcionários.
Cordialmente,
Newton Righi Vieira
Comodoro
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O PROJETO GRAEL SOLIDARIZA-SE COM O CLUBE NAVAL, UM DE SEUS MAIS IMPORTANTES PARCEIROS.(toda a população de
O Projeto Grael se solidariza com o Clube Naval Charitas e seu comodoro, pois reconhecemos a gravidade da situação. O alerta do comodoro Righi quanto ao risco que a situação oferece aos associados e frequentadores do clube, além dos quais acrescentamos também a população de Jurujuba, que circula pela avenida Carlos Ermelindo Marins, assim como os próprios alunos do Projeto Grael, situado a poucos metros do Clube Naval. Apesar de nunca ter sido atingido por pedras, o Projeto Grael sofre com o ruído e vibrações provocadas pelas explosões. O protesto do comodoro do Clube Naval é da maior importância, tem o nosso apoio e precisa ser ouvido pelas autoridades. Ou esperaremos uma tragédia para que só então alguma ação se concretize?
Axel Grael
Manifeste o seu apoio à Lei da Ficha Limpa
Reproduzo, a seguir, mensagem do site de campanhas Avaaz indicando como fazer para que a sua mensagem de apoio ao cumprimento imediato da Lei da Ficha Limpa. Neste exato momento, o STF está debatendo um recurso do candidato a governador do DF, Joaquim Roriz, que tenta escapar da punição da lei: perda da candidatura.
Colabore. Só custa poucos segundos!!!
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Caros amigos,
O STF pegou fogo ontem enquanto os Ministros debatiam a constitucionalidade da Ficha Limpa por mais de 4 horas. A decisão foi adiada para hoje e o resultado final irá determinar se os 242 corruptos, incluindo Paulo Maluf e Jader Barbalho, poderão se eleger dentro de duas semanas. Nós só temos algumas horas para mostrar para os Ministros que são contra a Ficha Limpa, que toda a sociedade brasileira apóia esta lei, e que queremos que eles representem o povo, não os criminosos, quando votarem hoje. Os Ministros contra a Ficha Limpa são Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ellen Gracie e Cezar Peluso. Vamos ligar para eles agora, inundando seus escritórios com mensagens de todo o Brasil dizendo a mesma coisa: "Queremos que você defenda a constitucionalidade e a aplicação imediata da Ficha Limpa". Leva apenas 2 minutos, clique abaixo para ver os telefones:
http://www.dicasdebrasilia.com.br/078/07807001.asp?ttCD_CHAVE=4301&ttParametros&btImprimir=SIM
O Ministro Carlos Ayres Britto foi o grande herói do dia, defendendo ferozmente a aplicação imediata da Ficha Limpa. Ele, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa irão votar com o povo brasileiro, a favor da Ficha Limpa. 85% dos brasileiros apóiam a Ficha Limpa e mais de 2 milhões se mobilizaram pela aprovação da lei. Juntos, nós geramos uma onda de esperança por um governo sem corrupção nunca antes vista. Este poderá ser só o começo de uma política que trabalha para o povo e não os bolsos dos políticos.
Com esperança, Graziela, Ben, Alice, Paula, Iain, Mia, Dominick e toda a equipe Avaaz
PS. Após ligar, escreva para portugues@avaaz.org contando como foi.
Leia mais: Votação da Ficha Limpa deve empatar:http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,votacao-da-ficha-limpa-deve-empatar,611790,0.htm
Colabore. Só custa poucos segundos!!!
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Caros amigos,
O STF pegou fogo ontem enquanto os Ministros debatiam a constitucionalidade da Ficha Limpa por mais de 4 horas. A decisão foi adiada para hoje e o resultado final irá determinar se os 242 corruptos, incluindo Paulo Maluf e Jader Barbalho, poderão se eleger dentro de duas semanas. Nós só temos algumas horas para mostrar para os Ministros que são contra a Ficha Limpa, que toda a sociedade brasileira apóia esta lei, e que queremos que eles representem o povo, não os criminosos, quando votarem hoje. Os Ministros contra a Ficha Limpa são Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ellen Gracie e Cezar Peluso. Vamos ligar para eles agora, inundando seus escritórios com mensagens de todo o Brasil dizendo a mesma coisa: "Queremos que você defenda a constitucionalidade e a aplicação imediata da Ficha Limpa". Leva apenas 2 minutos, clique abaixo para ver os telefones:
http://www.dicasdebrasilia.com.br/078/07807001.asp?ttCD_CHAVE=4301&ttParametros&btImprimir=SIM
O Ministro Carlos Ayres Britto foi o grande herói do dia, defendendo ferozmente a aplicação imediata da Ficha Limpa. Ele, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa irão votar com o povo brasileiro, a favor da Ficha Limpa. 85% dos brasileiros apóiam a Ficha Limpa e mais de 2 milhões se mobilizaram pela aprovação da lei. Juntos, nós geramos uma onda de esperança por um governo sem corrupção nunca antes vista. Este poderá ser só o começo de uma política que trabalha para o povo e não os bolsos dos políticos.
Com esperança, Graziela, Ben, Alice, Paula, Iain, Mia, Dominick e toda a equipe Avaaz
PS. Após ligar, escreva para portugues@avaaz.org contando como foi.
Leia mais: Votação da Ficha Limpa deve empatar:http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,votacao-da-ficha-limpa-deve-empatar,611790,0.htm
Respondendo ao texto de Aspásia Camargo sobre a Baía de Guanabara
Aspásia Camargo
A Baía de Guanabara é um dos principais ícones do Rio de Janeiro. É também a porta de entrada da nossa cidade, uma das primeiras paisagens que o turista vê ao desembarcar no Galeão. Uma pena que, ao invés de um cenário idílico, o visitante se depare com uma verdadeira lata de lixo.
Nossa cidade nasceu na Baía. Mas, ultimamente, tem crescido de costas para ela, literal e simbolicamente, expandindo-se até a Barra. O padrão desse modelo de crescimento foi feito às custas da poluição das águas e sem uma política de saneamento adequado.
Os grandes rios e baías do mundo foram ou estão sendo despoluídos. Em 2000, fizemos na Fundação Getúlio Vargas, junto com a Petrobras, um grande seminário. Reunimos dirigentes responsáveis por outras grandes baías do mundo em processo final de despoluição. A Baía de São Francisco, de Chesapeake – na costa leste americana - Tóquio, Delta do Reno e de Veneza. Todos esses exemplos exigiram vontade política, audácia e imaginação.
Recebemos, como herança da Conferência da ONU de 92, mais de um bilhão e meio de dólares, que gastamos muito mal. O projeto foi de despoluição apenas no nome, pois não tinha nenhum compromisso em melhorar a qualidade das águas; apenas fazer obras. Centrais de tratamento caríssimas, que até hoje não se conectam com as residências a sua volta. É sempre a visão obrista do desenvolvimento. Obras caras, com bons retornos político-financeiros, que custaram ao Brasil a desmoralização do programa de despoluição da Baía de Guanabara. Pergunte aos japoneses o que eles pensam da seriedade brasileira, do que fizemos com os recursos que eles nos emprestaram!
A meta ambiental agora deve ser despoluir a Baía de Guanabara até 2016. Que tal fazer uma regata da Ilha do Governador até Paquetá para comemorar as Olimpíadas?
Quero saber o que você pensa a respeito disso. Quero também a opinião do Instituto Baía de Guanabara e dos meus amigos: Dora Negreiros, Sergio Alcaide, Manuel Sanches e Axel Grael.
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Minha resposta:
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Amiga Aspásia.
Você tem razão quanto ao problema das prioridades do PDBG. Infelizmente, a primeira fase teve uma ênfase obreira e resultados frustrantes, embora os avanços na área do controle industrial tenham sido razoáveis. Na minha opinião, as prioridades agora deveriam ser:
1) estabelecer um modelo de gestão que contemple a criação de um ente gestor, aos moldes das “Bay Authorities” existentes em outras baías no mundo;
2) estabelecer um processo participativo que reúna massa crítica e capacidade de decisão em torno das ações na Baía. Para este fim, uma das iniciativas a serem implementadas deveria ser o Projeto Baía Nota 10, do IBG;
3) definir um Plano Diretor de Dragagem, que identifique as demandas para as próximas décadas e aponte as soluções para a disposição do material dragado, principalmente para os sedimentos contaminados. Por falta deste planejamento, hoje as decisões são tomadas a cada licença ambiental, o que é um equívoco;
4) ampliar os investimentos em saneamento, com a participação dos municípios, observando-se os resultados alcançados pela cidade de Niterói.
Temos que estar muito vigilantes e cumpridores do nosso papel de cidadania, cobrando que o compromisso ambiental da candidatura Rio 2016 seja de fato cumprido. Neste aspecto, se compararmos a nossa proposta com a das demais cidades candidatas (principalmente Tóquio), enquanto os demais apresentaram planos ambientais de alta sofisticação e de ambiciosos e futurísticos saltos tecnológicos, a proposta do Rio foi de apenas resolver os nossos tristes passivos. Ou seja, oferecemos apenas recuperar o nosso atraso de investimentos (que eu estimo em mais de 3 décadas), o que já é um enorme desafio, considerando o prazo exíguo e a nossa lamentável tradição de leniência com os investimentos ambientais.
Será um vexame e um desperdício de oportunidade histórica se nem isso alcançarmos. Portanto, a sociedade precisa se mobilizar.
Um abraço.Axel Grael
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Iniciativa ambiental do Projeto Grael é apresentado no Jornal Futura (Canal Futura)
Projeto Baía de Guanabara (Projeto Grael, BG Brasil, Prooceano) é apresentado no Jornal Futura (24/08/2010 - Bloco 2). Na mesma matéria, o professor David Zee debate temas ambientais.
Ambientalistas protocolam no TSE posições de candidatos sobre o Código Florestal
- 22/09/2010
Local: Brasília - DF Fonte:
Agência Brasil - EBC Link: http://www.agenciabrasil.gov.br/
Luana Lourenço
Um grupo de organizações ambientalistas protocolou ontem (21), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as respostas dos quatro principais candidatos à Presidência da República – Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (P-SOL) – a questões ligadas a mudanças no Código Florestal. Elas querem que os posicionamentos dos presidenciáveis sejam anexados aos seus respectivos programas de governos.
Em resposta a um questionário de sete perguntas, feito por 12 entidades ambientalistas, todos os candidatos se manifestaram contra os principais pontos do texto aprovado na Câmara dos Deputados, que atenua a legislação ambiental, inclusive com brechas para anistia de desmatadores.
Os presidenciáveis se dizem contra a anistia para quem desmatou ilegalmente e não consideram o Código Florestal um entrave ao desenvolvimento do agronegócio.
Em relação à ocupação de encostas e margens de rios, Dilma, Serra, Marina e Plínio se manifestaram contrários ao uso desordenado dessas e de outras áreas de preservação e defenderam a recuperação e regularização dos locais.
Apesar do relatório do deputado Aldo Rebelo ter sido aprovado na subcomissão da Câmara criada para avaliar as mudanças no Código Florestal, os quatro presidenciáveis consideram o assunto ainda aberto a discussões após o período eleitoral e defendem maior participação de outros setores da sociedade na avaliação das propostas.
Para o coordenador do Programa de Política e Direito do Instituto Socioambiental (ISA), Raul do Valle, o registro das respostas dos candidatos no TSE complementa os programas de governo – que não tratavam das mudanças do Código Florestal de forma aprofundada. “Mesmo que por caminhos diferentes, todos concordaram em pontos centrais, contra anistia, contra a diminuição das áreas protegidas. Isso cria a expectativa de que a discussão poderá levar em conta interesses da sociedade”.
O registro, na avaliação de Valle, também vai permitir que os eleitores possam cobrar do próximo presidente ações contra o desmonte da legislação ambiental. “É uma forma de dar publicidade a esses posicionamentos e garantir que a sociedade possa cobrar coerência com as respostas dadas agora [no período eleitoral]”.
Edição: João Carlos Rodrigues
Amazonia.org.br
Local: Brasília - DF Fonte:
Agência Brasil - EBC Link: http://www.agenciabrasil.gov.br/
Luana Lourenço
Um grupo de organizações ambientalistas protocolou ontem (21), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as respostas dos quatro principais candidatos à Presidência da República – Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (P-SOL) – a questões ligadas a mudanças no Código Florestal. Elas querem que os posicionamentos dos presidenciáveis sejam anexados aos seus respectivos programas de governos.
Em resposta a um questionário de sete perguntas, feito por 12 entidades ambientalistas, todos os candidatos se manifestaram contra os principais pontos do texto aprovado na Câmara dos Deputados, que atenua a legislação ambiental, inclusive com brechas para anistia de desmatadores.
Os presidenciáveis se dizem contra a anistia para quem desmatou ilegalmente e não consideram o Código Florestal um entrave ao desenvolvimento do agronegócio.
Em relação à ocupação de encostas e margens de rios, Dilma, Serra, Marina e Plínio se manifestaram contrários ao uso desordenado dessas e de outras áreas de preservação e defenderam a recuperação e regularização dos locais.
Apesar do relatório do deputado Aldo Rebelo ter sido aprovado na subcomissão da Câmara criada para avaliar as mudanças no Código Florestal, os quatro presidenciáveis consideram o assunto ainda aberto a discussões após o período eleitoral e defendem maior participação de outros setores da sociedade na avaliação das propostas.
Para o coordenador do Programa de Política e Direito do Instituto Socioambiental (ISA), Raul do Valle, o registro das respostas dos candidatos no TSE complementa os programas de governo – que não tratavam das mudanças do Código Florestal de forma aprofundada. “Mesmo que por caminhos diferentes, todos concordaram em pontos centrais, contra anistia, contra a diminuição das áreas protegidas. Isso cria a expectativa de que a discussão poderá levar em conta interesses da sociedade”.
O registro, na avaliação de Valle, também vai permitir que os eleitores possam cobrar do próximo presidente ações contra o desmonte da legislação ambiental. “É uma forma de dar publicidade a esses posicionamentos e garantir que a sociedade possa cobrar coerência com as respostas dadas agora [no período eleitoral]”.
Edição: João Carlos Rodrigues
Amazonia.org.br
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Desafio de vela do Esporte Espetacular: repórter Tino Marcos lembra doação do seu barco ao Projeto Grael
Neste domingo, você confere mais um Desafio Espetacular! Dessa vez, a competição é de vela, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. De um lado, o repórter Tino Marcos e Luciana Ávila. Do outro, Luis Ernesto Lacombe e Cristiane Dias. Eles disputaram uma regata oficial, que teve a participação de 16 barcos. Qual dupla levou a melhor? Em quem vocês apostam? Abaixo, seguem os depoimentos dos quatro desafiantes sobre a aventura:
TINO MARCOS E LUCIANA ÁVILA
TINO MARCOS E LUCIANA ÁVILA
Tino Marcos
“Lá se vão quase quatro anos. Foi a última velejada no meu barquinho à vela. E então doei o barco ao Projeto Grael em Niterói. Com os meninos-alunos do projeto ele estaria em melhores mãos, mais habilidosas. Pois não é que quatro anos depois voltei a entrar em um dingue (da mesma classe que eu tinha)?
Foi uma velejada muito divertida! Com a Luciana Ávila ao meu lado. Ela nunca tinha velejado, mas se saiu muito bem. E a Lagoa Rodrigo de Freitas parece que foi preparada para um dia ideal. Vento, sol e 16 barcos na raia. Sou um peladeiro da vela. Comecei já adulto e sempre velejei passeando, nunca tive o hábito de disputar regatas, como o Lacombe. Mas o desafio de duelar contra o Lacombe e a Cris mexeu com os brios, meus e da Luciana. Fomos pra raia! E o resultado você confere, domingo, no EE. Até lá!”
Luciana Ávila
“Foi a primeira vez que gravei uma matéria com tantos colegas juntos! Uma experiência superlegal! Para mim, foi uma honra entrar no barco com o Tino Marcos e um privilégio dividir essa regata com Cris e Lacombe! Posso dizer que foi um dia caprichado para o momento. Sabia que o Lacombe estava com ‘fome de vitória’ depois da experiência da corrida vertical em São Paulo. O Tino tinha voltado de viagem da Europa no dia anterior, ainda estava ‘confuso com o fuso’, mas mostrou que tinha intimidade com o esporte! Para mim, foi uma novidade. Nunca tinha velejado, apesar de já conhecer bem a raia da Lagoa Rodrigo de Freitas, onde fiz Remo Olímpico pelo Botafogo. A regata era oficial e deu mais emoção ainda para todos nós! Colocamos duas câmeras em cada barco e uma câmera circulando num bote para mostrar tudo o que aconteceu. Com certeza quem assistir vai se sentir pegando carona num dos barcos da regata do EE, resta escolher para qual dupla torcer: Lu e Tino ou Lacombe e Cris.”
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LUIS ERNESTO LACOMBE E CRISTIANE DIAS
LUIS ERNESTO LACOMBE E CRISTIANE DIAS
Lacombe
“Velejei dos 10 anos de idade até os 22, 23… Corria regatas quase todos os fins de semana. Adorava! Mas, quando comecei a trabalhar como jornalista, perdi quase todos os sábados e domingos. Plantão é plantão, não tem jeito. Acabei parando com a vela, vendendo barco. Depois de mais de 20 anos, foi sensacional voltar à raia. Melhor ainda foi perceber que não perdi completamente o jeito. Em breve, vocês vão ver como foi a nossa regata: Copa Clube dos Caiçaras, regata oficial da Federação de Vela do Estado do Rio de Janeiro, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Dezesseis barcos na raia. E o nosso desafio particular: Tino Marcos/Luciana Ávila x Lacombe/Cristiane Dias. Bons ventos para todos!”
Cristiane Dias
“Foi sensacional presenciar o Lacombe como um vulcão voltando à atividade! Analogias à parte, o velejo com o meu companheirão foi um grande momento. Ele estava na adrenalina da competição, querendo muito vencer o desafio particular, principalmente depois do ocorrido no vertical running contra o Clayton Conservani… Eu entrei nesse clima, mesmo sendo totalmente ‘prega’ no esporte. Tentei ajudar e incentivar da melhor maneira possível. Afinal, eu também venho de uma experiência ruim do Rally Cerapió, onde tivemos que abandonar a prova. Definitivamente, foi um aprendizado e uma grande diversão! Fiquem ligados, as emoções das estreantes Cris Dias e Lu Ávila com os experientes velejadores Luis Ernesto Lacombe e Tino Marcos, você vê em breve!
Qual dupla vocês acham que venceu? Cris/Lacombe ou Tino/Lu? Façam suas apostas!”
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O programa Esporte Espetacular foi ao ar no dia 19/09/2010. Veja o vídeo em: http://migre.me/1mGFg
Semana Marinha do Projeto Grael no site do O Globo
Projeto Grael promove Semana Marinha
O Projeto Grael, instituição social criada pelos velejadores Torben e Lars Grael e Marcelo Ferreira, deu início hoje à Semana Marinha. Até sexta-feira, a sede do Projeto Grael, em Jurujuba, contará com uma programação extensa: de exposições fotográficas sobre todo o tipo de vida marinha a brincadeiras de conscientização ambiental. O evento – cuja entrada é franca - também complementa as comemorações do Dia Mundial de Limpeza de Praias - Clean Up Day, que em Niterói será dia 25 (sábado). A programação está disponível no site do Projeto Grael.
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A sexta-feira promete ser o dia mais agitado entre os participantes. Com uma saída programada para as 9h e outra para as 14h, ocorrerá a gincana ecológica. A bordo de Optimists e Dingues – barcos usados nas aulas de velas - alunos do Projeto Grael recolherão o lixo da Praia de Charitas e Ilha dos Carecas. O Águas Limpas (barco de alumínio que retira o lixo flutuante da água) vai participar do evento. Já as exposições ficarão abertas no salão para a qualquer horário.
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Além dos atuais 350 alunos do Projeto Grael, é esperado um público externo de cerca de 200 pessoas durante as atividades ao longo de toda a programação. A Semana Marinha do Projeto Grael está sendo realizada graças à parceria entre outras instituições, como Labcult-UERJ, Promontar-Niterói, Núcleo de Estudos em Manguezais-UERJ, Programar/FAOC- UERJ e Projeto Maqua), também da UERJ.
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Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/bairros/posts/2010/09/20/projeto-grael-promove-semana-marinha-325977.asp
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REVISTA NÁUTICA também publicou:
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20/09/2010 - 14:32
Exposições e gincana ecológica marcam a Semana Marinha do Projeto Grael
Evento, que vai até sexta-feira, antecipa o Dia Mundial de Limpeza de Praias
Por Marianne Thamstem
Da assessoria de imprensa
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O Projeto Grael, instituição social criada pelos velejadores Torben e Lars Grael e Marcelo Ferreira, deu início, hoje (20), à Semana Marinha. Até sexta-feira (24), a sede do Projeto Grael, em Jurujuba – Niterói, contará com uma programação extensa: de exposições fotográficas sobre todo o tipo de vida marinha a brincadeiras de conscientização ambiental. O evento – cuja entrada é franca - também complementa as comemorações do Dia Mundial de Limpeza de Praias - Clean Up Day, que em Niterói será dia 25 (sábado). A programação está disponível no site do Projeto Grael: http://www.projetograel.org.br/.
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A sexta-feira promete ser o dia mais agitado entre os participantes. Com uma saída programada para as 9h e outra para as 14h, ocorrerá a gincana ecológica. A bordo de Optimists e Dingues – barcos usados nas aulas de velas - alunos do Projeto Grael recolherão o lixo da Praia de Charitas e Ilha dos Carecas. O Águas Limpas (barco de alumínio que retira o lixo flutuante da água) vai participar do evento. Já as exposições ficarão abertas no salão para a qualquer horário. Além dos atuais 350 alunos do Projeto Grael, é esperado um público externo de cerca de 200 pessoas durante as atividades ao longo de toda a programação. A Semana Marinha do Projeto Grael está sendo realizada graças à parceria entre outras instituições, como Labcult-UERJ, Promontar-Niterói, Núcleo de Estudos em Manguezais-UERJ, Programar/FAOC- UERJ e Projeto Maqua), também da UERJ.
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Conheça o Projeto Águas Limpas
O barco Águas Limpas – operado por alunos do Projeto Grael - é uma embarcação automatizada que vai recolher o lixo flutuante na Baía de Guanabara, entre a Ilha de Boa Viagem e o Morro do Morcego, englobando as enseadas de Jurujuba, São Francisco e Icaraí. O projeto foi lançado em agosto pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio das Promotorias de Defesa do Consumidor e do Meio Ambiente do Núcleo Niterói, e a concessionária Águas de Niterói, com o apoio da ONG Instituto Rumo Náutico (Projeto Grael) e da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin).
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Projeto Grael
O Projeto Grael foi criado há doze anos por uma iniciativa dos irmãos e velejadores Torben e Lars Grael e Marcelo Ferreira. Atualmente, o irmão mais velho, Axel Grael, ex-presidente da Feema e também velejador, é o presidente do Instituto. Desde a sua fundação, o Projeto Grael, também conhecido como Instituto Rumo Náutico, vem desenvolvendo uma metodologia própria de esporte e educação, que serviu como base para outros programas semelhantes, como o Navega São Paulo, do Governo do Estado de São Paulo, e o Projeto Navegar, iniciativa federal desenvolvida em diversas cidades brasileiras. Além disso, as cidades de Vitória (ES) e Maricá (RJ) já acolheram núcleos do Projeto Grael. Em março deste ano, o Projeto abriu sua primeira unidade descentralizada no município de Três Marias (MG).
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A iniciativa já conquistou reconhecimento internacional com prêmios e chancelas recebidas de instituições, como a Federação Internacional de Vela (Isaf), a Unesco, dentre outras. Mais de 8 mil jovens que passaram pelo Projeto Grael desenvolveram, além da prática da vela e de conhecimento profissionalizante para o mercado náutico, o conceito de cidadania.
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domingo, 19 de setembro de 2010
Lars Grael e Marcus Vinicius Freire debatem a Rio 2016 e a política esportiva no Brasil
O maior desafio da Rio 2016 é trazer o esporte para o domínio da cultura e democratizar o legado dos jogos, estendendo-o a todos os brasileiros, via escola, concluiu o 42º OsteRio
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Rio de Janeiro, 16 de setembro de 2010
Rosa Lima
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"Vamos ganhar mais medalhas em 2016?". Com essa pergunta como mote, o OsteRio convidou dois atletas olímpicos para compor a mesa da 42ª. rodada de debates sobre o futuro do Rio, realizada na noite de segunda-feira, 13 de setembro: Marcus Vinícius Freire, integrante da equipe de vôlei ganhadora da medalha de prata em Los Angeles (84) e atual Superintendente Executivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), e o velejador Lars Grael, bronze em Seul (88) e Atlanta (96) e ex-Secretário Nacional de Esportes.
Se em dois eventos anteriores os Jogos Olímpicos do Rio e o que eles representam de legado para a cidade foram o tema central do debate, desta vez o que estava em discussão era o próprio esporte. A seis anos da realização da primeira Olimpíada em solo sul-americano, o encontro na Osteria Dell'Angolo expôs os avanços já conquistados, os obstáculos a serem enfrentados e o desafio maior na construção do sonho olímpico brasileiro: aproveitar a oportunidade trazida com a conquista da Rio 2016 e trazer o esporte para o domínio da cultura, democratizando seu legado para todos os brasileiros, através da escola. "É impossível termos sustentabilidade no processo de valorização do esporte sem que ele faça parte integralmente do processo de educação. Se não associarmos esporte e escola, nunca seremos uma potência esportiva, porque não seremos potência nenhuma, sem cidadãos integrais", afirmou o presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, José Luís Alquéres, sintetizando o espírito da noite.
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Ponta do iceberg
Marcus Vinícius Freire, que - depois de jogar profissionalmente por 16 anos e atuar como voluntário do COB por 9 - assumiu há um ano o cargo de superintendente da entidade com objetivo de fazer do Brasil uma potência olímpica, deixou claro de saída que a meta é ambiciosa e envolve muito mais do que "apenas" ganhar medalhas.
Não que essa tarefa seja menor ou menos importante. Tanto não é, destacou, que a atual administração, à frente do COB desde 1996, trouxe 52 medalhas para o Brasil em quatro edições dos Jogos Olímpicos, enquanto em 13 jogos da fase anterior, iniciada em 1920, ganhamos 29 medalhas. Ou seja, passamos de uma média de pouco mais de 2, para 13 medalhas por Olimpíada.
"Ganhar medalhas é só a ponta de um enorme iceberg. Ainda assim, é um feito que não pode ser desprezado, pelo que carrega de símbolo. E não estamos fazendo feio. A nossa principal característica são os esportes coletivos, onde uma medalha é ganha pelo trabalho conjunto de uma equipe inteira. Com isso, deixamos a impressão de que ganhamos poucas. Nos Jogos de Pequim, em 2008, foram 15, mas dos nossos 277 atletas, 75 trouxeram medalhas e 106 disputaram a final, o que também precisa ser valorizado", ponderou o dirigente do COB.
Ele não quantificou o número de medalhas que o Brasil tem como meta ganhar em 2016, mas afirmou que o objetivo é entrar no seleto clube dos 10 Mais. "Ficamos em 17º lugar em Pequim. Treze medalhas nos separam da 10ª. posição. Chegar lá é difícil, mas não impossível. Temos que ganhar nas oito modalidades em que já ganhamos e passar a ganhar em pelo menos outras seis", disse Marcus.
Para isso, o COB se inspira na fórmula de sucesso de quatro potências olímpicas (Austrália, Alemanha, Grã-Bretanha e China) e trabalha com uma estratégia clara: investir pesado na preparação de atletas, na criação de centros de treinamento, na profissionalização da gestão, na promoção das modalidades mais promissoras e no trabalho na base desportiva. Com um orçamento muitas vezes menor do que dispõem nossas potências inspiradoras.
"A maior lição aprendida é que não fazemos nada sozinhos. Além do COB, dos clubes e das federações, muita gente faz parte dessa corrente. As Forças Armadas já incorporaram mais de 200 atletas, o Ministério da Ciência e Tecnologia doou R$ 6 milhões para a construção do laboratório de ciência do movimento, estamos negociando o apoio da Light, e precisamos de muito mais. Por isso, eventos como este aqui são tão importantes", finalizou Marcus.
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Visão estratégica
Com ele fez coro o velejador Lars Grael, lembrando que é preciso contermos tanto o entusiasmo exacerbado quanto uma visão derrotista e trabalharmos em cima de uma base real. "Não se faz uma potência olímpica em seis anos, mas podemos melhorar muito e chegar entre os dez primeiros se investirmos muito e corretamente. O legado dos Jogos não é só o quadro de medalhas, mas o que fica do espírito olímpico na melhoria da qualidade de vida da população, através de investimentos em saúde preventiva e educação de qualidade, fortalecendo o esporte na escola e gerando a sustentabilidade que irá se refletir em 2020", disse.
Para Lars Grael, o Brasil está trilhando o caminho correto na busca desse sonho. E mostrou o quanto se avançou desde o início dos anos 90, quando o país não passava de um mero coadjuvante no cenário do esporte internacional. Desde o aumento no número de medalhas, que saltou para 2 dígitos por cada edição dos Jogos; passando pelo enorme incremento em gestão - que fez o número de funcionários do COB pular de oito, alguns em regime de meio expediente, para os atuais 98, muitos executivos, dentre eles seis ex-atletas com formação no exterior; até a associação com os governos e a iniciativa privada, que resultou na profissionalização do setor.
Segundo Grael, hoje não temos ainda uma política nacional de esportes consolidada, mas conquistas importantes foram feitas, dentre as quais destacou a Lei Agnelo-Piva (que garante recursos para o COB com o repasse de 2% arrecadado pelas loterias), a lei de importação de material olímpico com isenção de impostos, o Código de Direitos do Torcedor, o programa Força do Esporte (de investimento das Forças Armadas no esporte), a lei de incentivo ao esporte (semelhante à lei Rouanet, da cultura), a lei do Bolsa-Atleta, o Ministério dos Esportes (que representou um aumento considerável do volume de investimentos para o setor), a realização dos Jogos Pan-Americanos e a conquista do direito de sediar grandes eventos como os Jogos Militares Mundiais, em 2011, a Copa do Mundo, em 2014 e o maior deles, a Rio 2016.
"O Brasil ainda não tem clareza de como pode aproveitar estrategicamente essas oportunidades para dar um salto de desenvolvimento. Precisamos nos mirar nos exemplos de Barcelona, no que deixou de legado econômico e urbanístico; de Sidney, que soube capitalizar seus avanços olímpicos e torná-los sustentáveis; e mesmo de Atenas, como um alerta do que deve ser evitado. Temos competência, o ambiente é favorável e ainda temos o tempo a nosso favor. Trata-se de mantermos a coerência, a seriedade, a união e o espírito otimista e chegaremos lá", disse o velejador.
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Esporte e educaçao
Concluídas as apresentações, foram muitas as questões levantadas pela plateia: "Os investimentos em esportes devem ser concentrados no Comitê Olímpico Brasileiro?", perguntou o economista Manuel Thedim, do Iets. "Qual a política do COB para o jovem no esporte?", quis saber Luciano Pessina, da Osteria Dell'Angolo. "Como o resto do Brasil pode se beneficiar da Rio 2016?", questionou João Rios. "Investir pesado, atrair treinadores e ganhar 60 medalhas. É delírio?", indagou José Luiz Alquéres. "É", respondeu prontamente Marcus Vinícius Freire. "Nossa meta é bem mais modesta", complementou. Quanto aos investimentos, ele disse que os recursos do COB são repassados às federações. Também cabe a elas em grande medida as diretrizes de formação dos nossos atletas, hoje com o reforço importante das Forças Armadas, seguindo o caminho trilhado pela Alemanha.
O pós-carreira, segundo o dirigente do COB, ainda é uma grande lacuna e preocupação. Grande parte dos atletas não conclui o Ensino Médio ou mesmo o Fundamental e se profissionaliza precocemente para se transformar em arrimo de família. "Estamos investindo em qualificação de forma a garantirmos uma transição menos traumática ao final da carreira", disse.
Respondendo a Paul Geiser, que, envolvido na criação do Retiro dos Atletas, sugeriu a aprovação de um projeto que lhes permitisse aposentar-se mais cedo, Marcus Vinícius lamentou que a luta ainda é anterior a essa, já que atleta no Brasil não tem direito a aposentadoria em idade alguma, porque não existe sequer como profissão. Mas a questão que mais mobilizou o público, evidenciou as distorções na política de esportes e se apresenta como entrave a um verdadeiro engajamento do país aos valores olímpicos é o absurdo divórcio estabelecido entre esporte e educação.
Segundo Lars Grael, apenas 46% dos jovens brasileiros têm algum acesso à educação física nas escolas públicas, o Ministério da Educação sequer participa da Olimpíada Escolar e no cardápio de livros didáticos não figura nem um único título dedicado a esportes. "Por conta desse divórcio, o Brasil ficou oito anos sem realizar os Jogos Estudantis e não existe hoje nenhuma política destinada aos esportes nas escolas. Falar em política esportiva é integrar esporte, saúde e educação. Cabe à sociedade cobrar das autoridades o fim desse equívoco histórico. Investir no esporte na escola é a maior contribuição que podemos dar à democratização do legado dos Jogos Olímpicos para o Brasil", defendeu Grael.
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