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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

NITERÓI DE BICICLETA: perfil do usuário do Bicicletário Arariboia



COMENTÁRIO AXEL GRAEL:

A matéria do jornalista Leonardo Sodré, do O Globo Niterói, aborda o sucesso do Bicicletário Arariboia, construído pela Prefeitura de Niterói e inaugurado em março de 2017. O bicicletário foi projetado pela equipe do programa Niterói de Bicicleta, liderado pela arquiteta e urbanista Isabela Ledo. A segurança do Bicicletário é garantida por um sistema de cadastramento obrigatório e um sistema de câmeras. Oferece banheiro, oficina de auto-reparo e os serviços são gratuitos. Tem capacidade para 416 vagas rotativas e localiza-se onde antes era um estacionamento para carros.


Onde paravam 22 carros, hoje estacionam 416 bicicletas.


Apenas seis meses após a sua inauguração, o Bicicletário já tinha recebido 44 mil entradas, possuindo 3.900 usuários cadastrados. Em dias úteis, a lotação máxima é alcançada diversas vezes, chegando a receber mais de 500 bicicletas, devido à rotatividade.

Para conhecer melhor o usuário do Bicicletário, conhecer as suas demandas e compreender o impacto que o equipamento teve no uso da bicicleta na cidade, o programa Niterói de Bicicleta, em parceria com o coletivo Mobilidade Niterói e a Faculdade de Turismo da UFF, desenvolveu a "Pesquisa do Perfil dos Usuários do Bicicletário Arariboia - Agosto 2017", realizando 351 entrevistas em um universo de 3.800 usuários. O erro amostral é de 5% e o índice de confiança é de 95%.

Veja aqui alguns resultados:
  • ESTÍMULO: 49,3% dos usuários não utilizavam a bicicleta antes da inauguração do Bicicletário
  • GÊNERO: 27,8% dos usuários são do sexo feminino. O dado reforça a informação que Niterói é uma das cidades com a maior proporção de mulheres pedalando no país. O número de usuárias do Bicicletário (27,8%) supera a presença feminina registrada para as ciclovias em Niterói (24%). A média nacional é de 17%.
  • IDADE: a faixa etária de maior presença é a de 20 a 24 anos (19,0%). Mas agregando-se os valores, verifica-se que há um certo equilíbrio entre jovens (até 29 anos: 38,6%) e adultos (entre 30 e 49 anos: 45,7%) dentre os usuários. A boa surpresa foi o número de usuários acima de 50 anos: 15,6%
  • ESCOLARIDADE: a proximidade da UFF e outras universidades pode ter influenciado o resultado para este quesito: graduação completa (40,1%), graduação incompleta (26,6%), pós-graduação completa (14,6%) e graduação incompleta (26,6%).
  • TEMPO DE PEDALADA ATÉ O BICICLETÁRIO: para 93% o deslocamento por bicicleta leva menos de 30 minutos. Mais da metade (52,3%) afirmou que leva até 15 minutos.
  • DISTÂNCIA: 55,4% desloca-se 3 km. Somando-se às distâncias inferiores (1 e 2 km), temos um total de 74,8%. Interessante observar os usuários que declararam distâncias maiores: 10,8% declararam deslocar 5 km. 4.6% declararam distâncias de 8 km ou mais.
  • DESTINO: quando o Bicicletário foi planejado, acreditava-se que o grande número de usuários seria de pessoas indo para o Rio de Janeiro. De fato, a maioria (54,2%) têm o Rio de Janeiro como destino. Mas, a boa surpresa é que 44,7% dirigem-se a Niterói e 1,2% para São Gonçalo. No caso de São Gonçalo, devem ser usuários do Terminal João Goulart.
  • FREQUÊNCIA: fazem uso da bicicleta diariamente (17,2%)  e 5 a 6 dias por semana (52,4%). Somando-se estas duas categorias, chegamos a 69,6%, mostrando uma grande assiduidade do ciclista.

O resultado positivo do Bicicletário e o crescimento do uso da bicicleta ficam evidentes também em pesquisas feitas na ciclovia da Avenida Amaral Peixoto, em horário de pico: em abril de 2015, (60 bicicletas/hora) e em outubro de 2017 (260 bicicletas/hora). O resultado será ainda maior com a conclusão das obras na Avenida Marquês do Paraná, que deverá aumentar também o deslocamento pedonal entre Icaraí e o Centro da cidade.

A Prefeitura não para por aí. Com o Programa Região Oceânica Sustentável (PRO-Sustentável), serão implantados 60 km de ciclovias. Também, a TransOceânica terá mais seis bicicletários fechados, como o da Praça Arariboia e 100 bicicletários abertos (paraciclos).

Vamos em frente.

Axel Grael
Secretário Executivo
Prefeitura de Niterói




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Bicicletário da Estação Araribóia, em Niterói, chega a 4 mil cadastros


Mais de 44 mil visitas já foram feitas ao bicicletário, inaugurado em março deste ano - Brenno Carvalho / Agência O Globo


Por Leonardo Sodré
(Colaborou Kátia Gonçalves, estagiária sob a supervisão de Virginia Honse)

Metade dos usuários começou a usar a bicicleta diariamente depois da inauguração

NITERÓI - Giselle Araújo trabalha no Centro e mora no Cubango. A jovem de 18 anos fez seu registro no bicicletário Araribóia, ao lado da estação das Barcas, na última terça-feira. Antes da inauguração do espaço, em março, ela usava pouco a bicicleta, pois tinha medo de ser roubada. Com o estacionamento, diz se sentir mais segura e que passará a usar a bike todos os dias. E ela não é a única a mudar de hábito e optar pelo modal: pesquisa feita pelo Programa Niterói de Bicicleta com quatro mil cadastrados do bicicletário mostra que metade dos usuários passou a usar a bike diariamente depois da inauguração do equipamento.

Desde março, já houve mais de 44 mil visitas. A avaliação dos usuários é positiva: a média de aprovação é de 4,8 numa escala de 5. Os novos ciclistas representam 49,3% dos usuários.

— Meu primo me indicou o bicicletário. Ele já teve a bicicleta roubada. E, hoje, o espaço serve como um lugar seguro para ele guardar a nova bicicleta. Por isso decidi vir me cadastrar — conta Giselle.

USO DE CINCO A SEIS VEZES POR SEMANA

Segundo os dados no Niterói de Bicicleta, em 52,4% dos casos o bicicletário é usado de cinco a seis vezes por semana por quem se desloca para trabalhar e estudar. Grande parte dos usuários, não é de passageiro das Barcas. Wanderson de Lima, morador de São Gonçalo, trabalha em Icaraí e vai de bike diariamente até o Centro de Niterói. Deixa o equipamento no bicicletário antes de pegar um ônibus para a Zona Sul:

— Uso a bicicleta cinco vezes por semana desde que o bicicletário foi inaugurado. Para mim é perfeito ter esse espaço no Centro. Facilitou muito a minha vida, é saudável e econômico.

O levantamento também revela que 54,2% dos usuários têm como destino final o Rio, e 69,3% usam outro modal para deslocamento. A moradora de Santa Rosa Érika Rodrigues de Araújo Silva costumava deixar sua bicicleta nas grades ao redor das barcas. Mas ela diz que não se sentia segura. Agora, deixa no bicicletário e segue de barca até o trabalho, em Ipanema.

— Eu uso a bicicleta cinco vezes por semana e sempre vou incentivar as demais pessoas a utilizarem também, é mais saudável e melhora o transporte, pois há menos trânsito — diz.

No estudo, a avaliação com menor nota foi o processo de cadastro (4,72). A crítica dos usuários levou à implantação de um novo sistema de cadastro. O secretário Executivo da prefeitura, Axel Grael, avisa que agora o registro é feito por um software personalizado.

— O novo sistema foi feito sob medida para o bicicletário e tornou mais rápido o procedimento. Agora, cada usuário pode cadastrar até três bicicletas — explica ele.

Fonte: O Globo Niterói



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