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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Tartarugas têm surpreendido frequentadores das praias de Boa Viagem e Itaipu



Ilustres. Tartaruga chama a atenção na Praia da Boa Viagem: segundo bióloga, espécie é resistente à poluição - Thiago Freitas / Thiago Freitas


Wilson Mendes

As pequenas visitantes tomaram as águas costeiras da cidade

NITERÓI - Se, num passeio por Boa Viagem ou Itaipu, houver grupinhos de pessoas olhando, hipnotizadas, para o mar, não se espante. Provavelmente elas estão contemplando uma das atrações deste verão niteroiense: as tartarugas marinhas, que estão tomando as águas costeiras da cidade, dentro e fora da Baía de Guanabara.

— De uns cinco meses para cá eu tenho visto muitas delas. Eu acho lindas. Acredito que elas estão crescendo para ganhar o mar, porque vejo muitas que parecem ser filhotes — diz a jornalista Maria Isabel Baptista, moradora de Boa Viagem.

 As tartarugas mais comuns são da espécie Chelonia mydas, conhecidas como tartarugas-verdes, e chegam muito perto do quebra-mar de Boa Viagem. Elas gostam do local por conta das pedras. Nelas e nos costões rochosos crescem os principais alimentos delas, as algas.

 — São muitas mesmo. Eu pesco aqui em Boa Viagem há anos e via algumas, mas agora encontro com mais facilidade — garante Felipe Hassan, de 32 anos, enquanto tenta tirar algum peixe do mar.
Para o professor de Oceanografia da Uerj David Zee, as aparições mais frequentes das tartarugas em Boa Viagem têm explicação:

 — A primavera e o verão são as épocas delas. Também tivemos alterações nas correntes na costa do Rio, e esses animais utilizam as correntes para migrar. A Baía, com muita matéria orgânica, tem muitas algas e água quente.

 A bióloga marinha Larissa Araujo, do Projeto Aruanã, vinculado à UFF, que monitora os animais, confirma que a Baía é reduto delas.

 — As pessoas estão mais alertas, reparam mais — avalia. — Elas também são muito resistentes à poluição.

 Segundo os pesquisadores, as tartarugas que frequentam as praias da região são jovens e utilizam o litoral do Rio como área de alimentação até alcançarem a idade reprodutiva, que começa quando elas atingem 90 centímetros de casco.

Fonte: O Globo Niterói






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