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segunda-feira, 24 de março de 2014

Brasil eleva a 80% o acesso das adolescentes das Américas à vacina contra o HPV. Niterói adere à campanha




Após adesão do Brasil, 80% das adolescentes das Américas terão acesso à vacina contra o HPV

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) elogiou iniciativa brasileira, que terá um grande impacto “na saúde das meninas de hoje e das mulheres do futuro”. No país ocorrem 15 mil casos novos por ano.

Com sua introdução no Brasil, pouco mais de 80% das adolescentes das Américas terão acesso à vacina contra o HPV, que protege contra dois tipos do vírus papilomavírus humano – causador de 70% dos casos de câncer de colo do útero, segunda causa de morte por câncer entre as mulheres da América Latina e do Caribe.

“A medida terá um grande impacto na saúde das meninas de hoje e das mulheres do futuro, prevenindo a infecção pelo HPV e reduzindo a mortalidade pelo câncer do colo do útero”, disse o diretor adjunto da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Jon Andrus. “Toda a evidência disponível confirma que a vacina é segura e efetiva”, acrescentou.

Em sua última reunião, no dia 12 de março, o Comitê Consultivo Mundial sobre Segurança das Vacinas (cuja sigla em inglês é GACVS), responsável por prestar assessoramento independente, fidedigno e científico à OMS, assegurou novamente sua confiança no perfil de segurança das vacinas contra o HPV.

Ouça a matéria da Rádio ONU em português sobre o tema clicando aqui

Já o Grupo de Especialistas em Assessoramento Estratégico sobre Imunização (SAGE) da OMS recomendou a vacina para países nos quais a prevenção do câncer do colo do útero seja uma prioridade de saúde pública, e nos quais sua administração seja custo-efetiva e sustentável. Estas posições são endossadas pelo Grupo Técnico Assessor em Doenças Preveníveis por Vacinação da OPAS.

Desde o lançamento da vacina contra o HPV, em 2006, mais de 170 milhões de doses foram aplicadas no mundo. Diversos estudos, que monitoraram durante anos centenas de milhares de pessoas vacinadas na Austrália, Europa e América do Norte, excluíram a ocorrência de eventos adversos graves ou permanentes.

O impacto na redução do HPV também foi alentador. Nos Estados Unidos, foram reduzidas à metade as infecções pelos tipos do HPV sobre os quais atua a vacina. Dados da Austrália e Dinamarca também demonstram redução de lesões pré-cancerosas no colo do útero entre as pessoas vacinadas.

Nas Américas vinte países, que representam em conjunto pouco mais de 80% das adolescentes da região – entre eles Argentina, Canadá, Colômbia, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e, agora, o Brasil – aplicam a vacina contra o HPV por meio de seus programas públicos de imunização.

Prevenção contra 70% dos casos de câncer do colo do útero

A vacina disponível atualmente previne contra dois tipos de papilomavírus humano (o 16 e o 18) que, juntos, causam 70% dos casos de câncer do colo do útero. O vírus é transmitido por contato sexual e causa lesões que podem evoluir para tumores no colo do útero. Para que a vacinação seja eficaz, deve ser aplicada antes do início da vida sexual.

Segundo estimativas da OPAS/OMS, 68.818 mulheres desenvolveram câncer do colo do útero em 2012 na região e 28.565 morreram como consequência. No Brasil ocorrem 15 mil casos novos por ano e, em consequência, 4.800 mulheres perdem a vida, estima o Instituto Nacional do Câncer do Brasil (INCA).

O Brasil planeja vacinar 5,2 milhões de adolescentes do sexo feminino de 11 a 13 anos este ano, o que equivale a pouco mais de 20% do total. Em 2015 o país administrará a vacina em meninas de 9 a 11 anos e, a partir de 2016, desde os 9 anos. A vacinação será realizada em escolas públicas e privadas, bem como nas 36 mil salas de vacinação da rede pública de saúde.

Atingir altas coberturas de vacinação será importante para que a vacina alcance o seu máximo potencial de proteção. De acordo com as recomendações do governo brasileiro, as meninas vacinadas também deverão realizar, a partir dos 25 anos, exames ginecológicas para prevenir o câncer de colo do útero.

A Organização Pan-Americana da Saúde apoia a decisão brasileira de propiciar gratuitamente a vacina às adolescentes, num marco integrado para a prevenção e o controle do câncer de colo do útero.

“A introdução universal da vacina contra o HPV demonstra o compromisso das autoridades e dos profissionais da saúde do Brasil”, destacou Cuauhtémoc Ruiz, responsável pelo Programa Ampliado de Imunização da OPAS/OMS.

Principais dados sobre as vacinas contra o HPV

• 70% dos casos de câncer do colo do útero no mundo todo são causados por dois tipos do HPV (16 e 18).
• Há duas vacinas contra o HPV aprovadas pela OMS e registradas na maioria dos países.
• Ambas as vacinas previnem mais de 95% das infecções cervicais causadas pelos tipos 16 e 18 do HPV, e podem dar alguma proteção cruzada contra outros tipos oncogênicos do HPV menos comuns que causam câncer de colo do útero.
• Ambas as vacinas previnem a infecção, e portanto são mais eficazes se forem administradas antes da exposição ao HPV.
• As vacinas não combatem infecção com HPV preexistentes, nem a enfermidade diretamente associada ao HPV.
• O grupo alvo recomendado pela OMS para a vacinação é o das meninas de 9 a 13 anos de idade que ainda não sejam sexualmente ativas.
• A segurança destas vacinas está sendo monitorada atentamente, em estudos científicos que envolvem milhares de pessoas em vários países, e os resultados continuam a confirmar seu perfil de segurança.
• Pessoas infectadas pelo HIV podem vacinar-se.
• Quase todos os casos do câncer de colo do útero são causados por uma infecção persistente pelo HPV.
• A maioria das pessoas são infectadas pelo HPV pouco depois de iniciar a atividade sexual e a maioria destas infecções resolvem-se espontaneamente. Mas se a infecção persistir e não for detectada e tratada a tempo, poderá levar a um câncer do colo do útero.
• A vacinação contra o HPV não substitui os testes para detecção do câncer de colo do útero, como o Papanicolau, o exame de HPV e a inspeção visual com ácido acético.

A OPAS, estabelecida em 1902, é a mais antiga organização mundial de saúde pública internacional. Trabalha com todos os países do continente para melhorar a saúde e a qualidade de vida das pessoas da região. Atua como o Escritório Regional para as Américas da OMS e também é o organismo especializado em saúde do sistema americano.

Fonte: ONU no Brasil

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NITERÓI ADERE À INICIATIVA:

Vacinação contra o HPV em Niterói começa na próxima segunda-feira (10)

O Ministério da Saúde (MS) disponibilizará no Calendário Nacional de Vacinação, a partir deste ano, a vacina quadrivalente contra o Papiloma Vírus Humano (HPV). A vacina será introduzida de forma gradual, contemplando inicialmente, em 2014, as meninas com idade de 11 a 13 anos. O esquema de vacinação prevê a aplicação de três doses, com o intervalo de seis meses entre a primeira e a segunda dose e 50 meses entre a primeira e a terceira dose.

Para atender à população alvo de Niterói, que soma 9.528 meninas, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) vai mobilizar três equipes volantes que aplicarão a primeira dose nas escolas participantes do Programa Saúde na Escola (PSE), começando pelas escolas públicas, mediante apresentação de autorização escrita dos responsáveis. A vacina também estará disponível a partir desta segunda-feira (10/03), das 8h às 17h, em todas as unidades básicas de saúde, policlínicas (regionais e comunitárias) e módulos do Médico de Família. Para receber a dose, a criança terá que levar à unidade o Cartão de Vacinação e um documento para comprovação da idade.

De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina é segura, sendo esperadas reações leves como dor e vermelhidão no local da aplicação e febre. No entanto, é contraindicada em caso de alergia grave à leveduras, ou quando já ocorreu reação alérgica grave após a administração de dose anterior. Também não deve ser dada durante a gravidez.

As meninas que já iniciaram a vacinação em clínicas particulares e que estão na faixa etária alvo da campanha poderão concluir o esquema na rede pública, bastando levar o comprovante da vacinação anterior.

O HPV
Os tipos de vírus HPV mais comuns (6,11,16 e 18) são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero e até 90% das lesões anogenitais. Outros tipos de câncer que podem estar associados ao HPV são de vagina, de vulva, de pênis, de ânus e de orofaringe.

A principal forma de transmissão do HPV é por via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Embora tenha baixa frequência, pode ocorrer a infecção por sexo oral.

A vacina que será utilizada na rede pública previne infecções pelos tipos virais mais comuns e tem maior evidência de proteção e indicação para pessoas que nunca tiveram contato com o vírus.

Cabe lembrar que vacinação é uma ferramenta de prevenção primária e não substitui o rastreamento do câncer do colo do útero realizado nas consultas médicas. Da mesma forma, a vacina não confere proteção contra outras doenças sexualmente transmissíveis e, por isso, a importância do uso do preservativo em todas as relações sexuais.

Escolas públicas

A seguir, a relação das escolas municipais de Niterói que serão visitadas pelas equipes volantes de vacinação:


EM Altivo César, Barreto.

EM Francisco Portugal Neves, Piratininga.

EM Honorina de Carvalho, Pendotiba.

EM João Brazil, Morro do Castro, Fonseca.

EM José de Anchieta, Caramujo.

EM Levi Carneiro, Sapê.

EM Maestro Villa-Lobos, Ilha da Conceição.

EM Paulo Freire, Fonseca.

EM Rachid da Glória, Santa Bárbara.
 

 Fonte: Prefeitura de Niterói


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