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domingo, 7 de julho de 2013

Niterói planta mudas para combater os deslizamentos de terra


Morro do Bumba recuperado após o desastre.

Prefeitura promove reflorestamento das encostas dos morros do Bumba, Vital Brazil e Peixe Galo, em Jurujuba. Iniciativa prevê plantio de 20 mil mudas

Com o objetivo de transformar Niterói em modelo de cidade ecológica, a Prefeitura está promovendo o reflorestamento de encostas, que também ajuda a prevenir deslizamentos. A partir de julho começam a ser plantadas 5 mil mudas nas encostas do Morro do Bumba, em Viçoso Jardim, através do Projeto Reflorestar. As comunidades do Peixe Galo, em Jurujuba, e Vital Brazil, no bairro de mesmo nome, já estão recebendo as mudas desde maio. Há ainda projeto para o plantio de mudas também nas encostas do morro do Preventório, em Charitas, faltando apenas aprovação dos engenheiros responsáveis.

A iniciativa é da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade de Niterói, que prevê o plantio de 20 mil mudas nas quatro comunidades da cidade até o fim do ano. São três mil mudas para Vital Brazil, seis mil para o Peixe Galo, cinco mil para o Bumba e mais seis mil para o Preventório.

“Queremos identificar e criar barreiras ecológicas como contenção dessas encostas. O funcionamento se dá na seguinte forma: agentes da Defesa Civil analisam as encostas e, em parceria com especialistas, analisam a estrutura do solo. Então, plantamos mudas de espécies em conformidade com o local”, explica o secretário Daniel Marques.


Vinte mil mudas serão plantadas nas encostas do Bumba, Vital Brasil e Peixe Galo até o final de 2013.

Segundo ele, são utilizadas espécies da Mata Atlântica. “As mudas são basicamente dos tipos Gonçalo Alves, Cambará, Mamica-de-porca e Aroeira”, enumera. “Os responsáveis por áreas particulares em torno das encostas também receberão as mudas. Eles receberão acompanhamento para vistoriar o crescimento das espécies por dois anos, dentro da nossa supervisão. O objetivo é expandir o projeto para toda a cidade para que Niterói seja conhecida como a capital ecológica do estado”, frisa.

Especialista aponta causas da erosão do solo

Segundo o especialista em vegetação Sebastian Megarejo, da Universidade Federal Fluminense (UFF), quatro fatores causam a erosão do solo e contribuem para a queda de barreiras e alagamentos na cidade: o desmatamento, que deixa a terra exposta à chuva; a construção das casas nas encostas de rios e próximas ao mar; o mau uso das técnicas agrícolas; e a ocupação do solo pelas casas de um modo geral, visto que o cimento não absorve a água da chuva, que acaba ficando empoçada.

“Algumas medidas podem reduzir o problema da erosão. Nas encostas de rios e de mares, que são muito inclinadas, o ideal é plantar em fileiras, deixando espaço entre elas para absorver água. Essas linhas deverão estar todas na mesma altura. O nome dessa técnica é curva de nível”, explica.

O especialista afirma que em encostas que não são inclinadas, o ideal é que as plantações sejam feitas em degraus, assim a velocidade da água na hora do escoamento é reduzida.

“Outra opção muito utilizada para evitar a erosão é cultivar, em períodos alternados, plantas diferentes em um mesmo terreno. Assim o solo permanecerá com a cobertura de vegetação para protegê-lo e ainda manter os nutrientes. Essa técnica é chamada de rotação de culturas”, orienta Sebastian Megarejo.

A única ressalva feita pelo especialista foi sobre evitar plantar espécies que retenham água, como bananeiras, uma vez que suas raízes não cumprem o papel de estruturação do solo.

“Estas espécies são frequentemente responsáveis pelo arrastamento do solo durante os deslizamentos”, esclarece.


Fonte: O Fluminense

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