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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Uso da bicicleta aumentou 85% no Rio nos últimos oito anos


 Uso de bicicleta aumentou 84,9% nos últimos oito anos, enquanto Prefeitura do Rio expande ciclovias para se tornar a Capital da Bicicleta na América Latina em meados do ano que vem.

“Magrela”, “Camelinho” e “Bike” são apenas alguns dos codinomes mais usados para se referir às bicicletas, uma paixão carioca que cresce juntamente com as ciclovias da cidade. Seja pela companhia das paisagens consagradas ou simplesmente para dar aquela força na hora de ir ao trabalho, o uso das bicicletas aumentou nada menos que 84,9% nos últimos oito anos, segundo estudo da ONG Transporte Ativo. Não é à toa que a Prefeitura do Rio segue essa saudável tendência ampliando as ciclovias, da Zona Norte (com o Parque Madureira) à Zona Oeste (com a TransOeste).

– Estamos fazendo novas ciclovias no novo Porto do Rio, na Ilha do Governador, na Avenida Niemeyer e em diversos outros lugares. Com isso, até meados do ano que vem nos tornaremos a Capital da Bicicleta na América Latina. Hoje temos cerca de 300 quilômetros, apenas 20 Km a menos do que Bogotá, na Colômbia. Até meados do ano que vem teremos 330 Km, mas a tendência é aumentar cada vez mais pois é uma prática incorporada no cotidiano do carioca. A meta é chegar a 450 Km em 2016 – conta o subsecretário de Meio Ambiente, Altamirando Moraes, ele próprio um ciclista convicto, que chega a ir aos bairros sem ciclovia fazer pesquisas in loco dos melhores locais para construção.

O aumento no uso das “magrelas” foi constatado pela ONG Transporte Ativo: enquanto em 2004 havia cerca de 649 viagens por dia, hoje são feitos em torno de 1,2 milhão de trajetos diários. Isso inclui a prática por lazer/esportiva, mas também comercial com os serviços delivery. A integração com os trens da SuperVia e o metrô também facilitaram os mais diversos usos, incluindo trabalhadores que economizam na passagem e ainda ajudam a própria saúde.

Para estimular o uso, a prefeitura vem implementando uma série de iniciativas. Além de campanhas educativas com noções de segurança no trânsito, um mapa cicloviário ajuda o ciclista a organizar seu percurso. Também está sendo preparado um novo trajeto ligando a Quinta da Boa Vista ao Aterro do Flamengo. A medida será possível aos domingos mediante a transformação de faixas de carros em área de lazer ao longo das avenidas Presidente Vargas e Rio Branco. Sem contar as obras da TransCarioca e TransOlímpica, que junto da TransOeste, reunirão 95 Km de extensão, fora outros 17 Km na Zona Portuária.

A manutenção das ciclovias já existentes é outro ponto fundamental. Por isso foi criado um departamento exclusivo na Secretaria de Conservação para este fim. Até então, cerca de 140 Km de ciclovia estavam há anos sem reparos. O engenheiro naval Aribel de Oliveira Lopes, 67 anos, mora no Flamengo e não perde uma oportunidade de dar uma pedalada.

– Costumo ir sempre à Urca, acompanhado dessa paisagem maravilhosa. Para mim é uma terapia. Sempre que posso dou minhas pedaladas. Faz bem para a saúde e para a cabeça – defendeu.
Já na Zona Oeste, o maior uso é de trabalhadores que usam as bicicletas juntamente com transportes públicos, como o BRT TransOeste e os trens da SuperVia. É o caso do auxiliar de serviços gerais Anderson Souza, 20 anos. Morador de Guaratiba, ele usa o “camelinho” integrado ao Ligeirão.
– Acordo às 5h, pego a bicicleta e em 15 minutos estou na estação Pingo D’Água. Vou ao trabalho e, à noite, faço faculdade. Com a bicicleta tenho mais tempo, consigo chegar em casa mais rápido para descansar. Sem contar o bem estar, no corpo e no bolso – brincou Anderson.




Fonte: Eduardo Paes

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