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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Reduzindo o espaço dos carros, de NY para o Rio de Janeiro

Fabíola Ortiz
24.03.2011


Avenida Rio Branco, antiga Av. Central, 1930. Foto: Peter von Fuss.

A exemplo do que foi feito em Nova York, o centro do Rio de Janeiro poderia implantar um sistema parecido. “Me parece que o exemplo da Times Square poderia ser aplicado para a Avenida Rio Branco para aumentar o espaço do pedestre”, diz José Moulin Netto, vice-presidente do Green Building Council Brasil. Em Nova York, um estudo mostrou que o terço de pessoas que estão nos carros e ônibus ocupam dois terços da via e o que sobra de calçada está sempre lotado. É capaz de chegarmos à mesma conclusão aqui no Rio, especula Moulin. “É parecido com o que a gente experimenta na Av. Rio Branco. Sou propenso a aceitar o seu fechamento total ou parcial”.

No centro do Rio, algumas ruas históricas próximas à Praça XV e ruas estreitas transversais à Rio Branco como a Rua do Ouvidor, já se tornaram ruas exclusivas de pedestre. Mas o desafio será bloquear a Rio Branco, antiga Av. Central e marca da reforma urbana empreendida no início do século XX pelo então prefeito Pereira Passos. A avenida continua sendo uma das principais artérias do Centro, ligando a Praça Mauá, no porto, à Cinelândia. Nos seus 1.800 metros de extensão por 33 de largura circulam quase dois mil ônibus todos os dias

De acordo com o projeto Rio Verde, da prefeitura, o plano é fechar a Avenida Rio Branco e adjacências para carros e ônibus e transformar esse conjunto num enorme parque urbanístico com dois milhões de metros quadrados, compreendido entre o quadrilátero das avenidas Rio Branco — desde a Presidente Vargas –, Av. Passos, Beira Mar, Presidente Antônio Carlos, República do Paraguai e Rua 1º de Março. Para testar o plano, já foi feito uma experiência no dia 26 de junho de 2010, um sábado.

Dados da prefeitura indicam que cerca de 36% dos gases tóxicos que poluem a Rio Branco provém de ônibus e carros. O fechamento melhoraria a qualidade do ar e transformaria a via num enorme calçadão de pedestres, com chafarizes, quiosques, arborização e mobiliário urbano especial. As linhas de ônibus seriam remanejadas. Haveria uma redução de 70% da frota e, em complemento, seria adotado o transporte com veículos elétricos de grande porte.

Para reduzir o fluxo diário de carros no centro, uma das soluções possíveis é a adoção do pedágio urbano: cobrança de tarifa para quem quiser usar um veículo privado na região. “Eu pessoalmente acho muito boa a ideia de pedágio urbano. A gente tem que, de alguma maneira, penalizar o transporte individual em automóvel e promover e valorizar o transporte coletivo”, disse Moulin.

Mas não é fácil aprovar tal medida. Até mesmo em São Paulo, a maior metrópole da América Latina, onde a necessidade de melhorar a mobilidade de 6,5 milhões de automóveis é urgente, criar um imposto sobre a circulação de carros enfrenta “dificuldades homéricas”.

Fonte: O Eco

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