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segunda-feira, 19 de março de 2012

Esgoto é despejado in natura em diversos pontos da orla do Rio

Problema é observado na Marina da Glória, uma das sedes da conferência ambiental Rio+20


Mancha de esgoto contrasta com a cor do mar na Marina da Glória. Cedae promete estancar vazamento Foto do leitor Mario Moscatelli.

RIO - A menos de três meses de receber a Rio+20, conferência internacional sobre desenvolvimento sustentável, o Rio de Janeiro dá sinais de que ainda não sabe lidar com os próprios problemas ambientais. A análise é do biólogo Mário Moscatellil, que flagrou manchas escuras nas águas de diversos pontos da cidade. As imagens, enviadas para o Eu-Repórter, mostram sinais que seriam de vazamento de esgoto na Praia de Botafogo, no Canal da Joatinga, e na Marina da Glória - uma das sedes da Rio+20, que começa em 13 de julho.

Segundo o biólogo, além de prejudicar a biodiversidade, a água contaminada é prejudicial para a saúde humana. No Canal da Joatinga, na Barra da Tijuca, de acordo com Moscatelli, o esgoto escoado da Lagoa de Jacarepaguá na maré baixa causa a proliferação de cianobactérias, que são tóxicas.

- A água desse local, por causa da contaminação, pode causar até câncer de fígado. A gente atingiu um ponto em que a questão ambiental já virou caso de saúde pública - alerta.

Equipes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informaram que a mancha no Canal da Joatinga ocorre por causa da maré vazante. Nesse período, de acordo com os técnicos, a massa de água do complexo lagunar de Jacarepaguá segue em direção ao mar. Análises do Inea apontam que a água da lagoa não é própria para banho.

Já na Praia do Botafogo e na Marina da Glória, de acordo com o Inea, existe uma bacia que recebe águas de uma área de drenagem. Para evitar o escoamento para o mar, há um sistema de comportas, que podem ser abertas pela força das chuvas.

Técnicos da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (Seconserva) vistoriaram os locais para identificar o problema. De acordo a secretaria, trata-se de um vazamento de esgoto, que deverá ser investigado pela Cedae. A companhia afirma que as regiões afetadas são atendidas pela rede de esgotamento sanitário e que a contaminação ocorre por causa de lançamentos clandestinos, normalmente por meio de ligações em galerias de águas pluviais. De acordo com a empresa, o esgoto dos locais é recolhido e encaminhado para tratamento.

Para minimizar os impactos de lançamentos clandestinos de esgoto, a Cedae deve construir, até o fim do ano, uma galeria de cintura na Marina da Glória. O projeto vai receber todo o esgoto que chega à região pelas galerias de águas pluviais. A obra vai custar R$ 11 milhões e está sendo elaborada em parceria com o Grupo EBX.

Fonte: O Globo

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