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terça-feira, 22 de novembro de 2011

OMM revela que nível dos gases atingiu recorde em 2010




Data: 22/11/2011 09:56
Por: Redação TN / EcoD

Os níveis de gases do efeito estufa na atmosfera alcançaram um novo recorde em 2010, ano no qual também aumentou o ritmo de emissão, segundo afirmou nesta segunda-feira, 21, a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Houve uma alta de 39% de dióxido de carbono (CO2), 158% de metano e 20% de óxido nitroso, de acordo com o relatório da agência da ONU.

Em seu Boletim sobre os Gases do Efeito Estufa, a OMM alerta que, na última década, houve um grande aumento das concentrações de óxido nítrico (NO), que também influencia o aquecimento da atmosfera. "O impacto causado na atmosfera devido aos gases do efeito estufa gerados pela atividade humana alcançou níveis recordes desde a era pré-industrial", destacou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.

"Mesmo se interrompêssemos hoje todas as emissões de gases poluentes, algo fora da realidade, seus efeitos continuariam presentes na atmosfera durante décadas" - Michel Jarraud. Na opinião do chefe da OMM, "agora, mais do que nunca, temos que compreender as complicadas, e às vezes imprevisíveis, interações entre estes gases e a atmosfera, a biosfera e os oceanos".

O objetivo da agência é continuar recolhendo informações por meio de sua rede de Acompanhamento Atmosférico Global (GAW, na sigla em inglês) para conhecer melhor as alterações que a atmosfera sofre e, portanto, o clima do planeta.

Força de irradiação

A OMM divulgou que, entre 1900 e 2010, houve um aumento de 29% na força de irradiação (o efeito de aquecimento atmosférico no clima) derivada dos gases do efeito estufa, e que o CO2 é o responsável por 80% desse aumento. O CO2 é hoje o gás de efeito estufa mais presente na atmosfera e representa cerca de 64% do total das causas de variação no clima. Segundo a OMM, desde o começo da era industrial, em 1750, sua presença na atmosfera aumentou em 39% - até 389 moléculas de gás por milhão de moléculas de ar limpo.

Entre 2009 e 2010, essa "abundância atmosférica" aumentou em 2,3 unidades por milhão, superando os números da década de 1990, quando foram 1,5 unidades por milhão e dos anos 1980, de 2 unidades por milhão.

Outros gases

Depois do CO2, o metano (CH4) contribui com 18% da força de irradiação, um aumento de 158% em relação à era pré-industrial, quando a presença deste gás na atmosfera terrestre era de 700 moléculas para cada 1 bilhão de partículas de ar limpo. Este forte aumento se deve principalmente à pecuária, à produção de arroz e à exploração dos combustíveis fósseis. A atividade humana é responsável hoje por 60% das emissões de metano, enquanto o restante procede de fontes naturais, como as terras úmidas. No caso do metano, a OMM adverte que "após um período de relativa estabilização de seus níveis entre 1999 e 2006, sua presença na atmosfera voltou a aumentar".

O óxido nítrico, que tem sua origem nos oceanos e em atividades humanas como o uso de adubos, contribui com 6% dessa força de irradiação e está 20% acima dos níveis prévios à revolução industrial. O problema é que seu impacto sobre o clima é 298 vezes superior ao das emissões em igual quantidade de dióxido de carbono.

Em janeiro deste ano, o EcoD noticiou que o ano de 2010 empatou com 2005 na condição de temporada mais quente desde 1880, quando a Organização Meteorológica Mundial (OMM) iniciou as medições. O período encerrou uma década de temperaturas excepcionalmente altas devido às emissões humanas de gases de efeito estufa. A temperatura da superfície terrestre em 2010 foi 0,62 grau Celsius superior à média do século 20, de acordo com relatório do Centro Nacional de Dados Climáticos (NCDC), ligado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês).

- Conheça o relatório na íntegra em PDF (em espanhol) - http://www.wmo.int/pages/prog/arep/gaw/ghg/documents/GHG_bull_6_es.pdf

*Com informações da Reuters e EFE.

Fonte: TN Sustentável

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