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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Um bom tema para discussão no Segundo Turno no Brasil: Chile ajuda Equador a não explorar petróleo


Com repasse de US$ 100 mil, país se torna primeiro a apoiar proposta equatoriana de não extrair 846 milhões de barris na Amazônia

O governo chileno oficializou a entrega de US$ 100 mil para ajudar o Equador a não explorar um total de 846 milhões de barris de petróleo localizados nos campos Ishpingo-Tambococha-Tiputini, que ficam dentro da reserva ecológica Yasuní, na parte equatoriana da Amazônia.

Com isso, o país se tornou o primeiro a aderir à proposta equatoriana, nomeada Yasuní ITT e que evitará a emissão de 407 milhões de toneladas métricas de carbono à atmosfera, quantidade que seria liberada pela queima dos combustíveis fósseis.

O ministro das Relações Exteriores do Chile, Alfredo Moreno Charme, foi o encarregado de entregar a seu colega equatoriano, Ricardo Patiño, o certificado de que os US$ 100 mil tinham sido depositados no fundo de fideicomisso administrado pelo PNUD.

O chanceler chileno admitiu que o valor não é alto, mas destacou que a contribuição é um reconhecimento ao esforço que o Equador está fazendo ao tentar compatibilizar a agenda ambiental com o desenvolvimento.

"O investimento e compromisso que o governo do Chile está fazendo economicamente a este fundo, embora não seja uma cifra muito significativa, é o que podemos fazer", ressaltou Moreno Charme, que lembrou que o país ainda se recupera de um terremoto, registrado em fevereiro, e precisa atender a outras necessidades da população.

No evento, o chanceler chileno e o representante do PNUD no Equador, José Manuel Hermida, assinaram o acordo. Hermida afirmou que espera que o exemplo de Equador e Chile sirva para incentivar as contribuições necessárias para o sucesso da iniciativa Yasuní ITT e atrair outros países do mundo, que poderiam reproduzi-la.

"Essa seria uma nova arma no arsenal da luta implacável contra a mudança climática", complementou.

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OUTRA NOTÌCIA SOBRE O TEMA:


Equador troca petróleo por preservação


Acordo com PNUD prevê que país não explore poços em reserva na Amazônia e, como compensação, receba recursos de países ricos
 
O governo do Equador e o PNUD assinaram um acordo que prevê não explorar um campo de petróleo em uma área de proteção ambiental na Amazônia. Como compensação por deixar intacto o equivalente a 13% de suas reservas de óleo, o país pretende receber pelo US$ 3,5 bilhões de nações ricas.

O acordo engloba um dos campos petrolíferos do Parque Nacional Yasuní, o ITT, que abriga 846 milhões de barris de petróleo. As reservas totais do país somam 6,5 bilhões de barris, segundo dados da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).

Sem produzir petróleo, principal item da pauta de exportação equatoriana, o ITT deixará de emitir mais de 400 milhões de toneladas de carbono. Em troca, o Equador buscará junto com o PNUD contribuições da comunidade internacional para proteger o parque, prevendo receber ao menos metade dos US$ 7 bilhões que obteria caso o petróleo fosse explorado. O país pretende reverter o dinheiro para desenvolvimento de energias renováveis.

“Estamos assistindo à inauguração de novos instrumentos de cooperação que servirão de base para o apoio a outros esforços nacionais e internacionais voltados para a busca de economias que estão em harmonia com a sociedade, a natureza e o planeta.”, afirmou a administradora associada do PNUD, Rebeca Grynspan, que esteve presente na assinatura do termo, em Quito.

O Parque Nacional Yasuní, onde ficam os campos de petróleo, está localizado no vale do Napo Superior da Amazônia Ocidental e abrange 982 mil hectares. A região possui uma enorme biodiversidade (150 espécies de anfíbios, 120 de répteis e 4 mil plantas por hectare)e abriga a tribo indígena tagaeri-taromenane. O parque é considerado Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO desde 1982.

Fonte: PNUD Brasil

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