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quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

O Globo Niterói repercute iniciativa da Prefeitura para conhecer a biodiversidade da Enseada de Jurujuba, em Niterói


O Globo Niterói publicou em sua edição de 28 de janeiro uma matéria sobre o trabalho da Prefeitura de Niterói de inventário da fauna da bacia hidrográfica da Enseada de Jurujuba (Saco de São Francisco), em Niterói. O projeto é financiado pelo Fundo de Defesa de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e tem por finalidade conhecer melhor a fauna terrestre e marítima na Baía de Guanabara, com o objetivo de avaliar os impactos positivos do programa Enseada Limpa, desenvolvido pela Prefeitura desde 2013. Várias espécies da fauna são consideradas indicadores de qualidade ambiental e podem nos ajudar a monitorar a recuperação da enseada: em princípio, quanto mais diversa for a fauna encontrada melhor poderemos considerar as condições ecológicas da enseada. É isso que buscamos.

Segundo a equipe do trabalho, são utilizados os métodos de observação, captura ativa e passiva (e devolução posterior), armadilha covo, mergulho e rede de mão (passaguá) e arrasto de mão (picaré). Também estão usando um protocolo usado pelo ICMBio e pelo MMA chamado reef check, para ictiofauna nos afloramentos rochosos. Outra medida importante são as entrevistas com os pescadores de Jurujuba.


Fonte: "PLANO DE TRABALHO: Inventário da Biodiversidade Faunística da Bacia Hidrográfica Contribuinte à Enseada de Jurujuba Como Fator de Preservação Ambiental", Piper 3D - Pesquisa, Educação & Consultoria Ambiental. Dez, 2023.

O Enseada Limpa tem por objetivo a despoluição da Enseada de Jurujuba e alcançou excelentes resultados ao longo de mais de uma década: o nível de balneabilidade das praias da enseada, que eram baixíssimos em 2013, já alcançaram mais de 60% desde que os investimentos em melhorias do saneamento nos bairros do entorno começaram a surtir efeito. Muitos consideram a Enseada de Jurujuba como a primeira parte da Baía de Guanabara a ser considerada despoluída.

A recente criação do Parque Natural Municipal do Morro do Morcego Dora Negreiros, juntamente com a criação e a implantação do Parque Natural Municipal de Niterói, que abrange todo o Morro da Viração, além da restauração da Ilha da Boa Viagem, são alguns dos investimentos da Prefeitura para a proteção dos ecossistemas e da paisagem da Enseada de Jurujuba e o seu entorno.

Axel Grael
Prefeito de Niterói


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Mamíferos, répteis, aves e peixes: Pesquisa faz inventário da biodiversidade da região de Jurujuba, em Niterói

Corujinha-do-mato foi catalogada pelos pesquisadores do projeto — Foto: Divulgação/Liliane Seixas

Realizado pela Secretaria de Meio Ambiente, trabalho irá produzir um catálogo de espécies animais de seis bairros que formam a área pesquisada

Por Rafael Timileyi Lopes

Mamíferos, peixes e insetos estão na lista de moradores da Enseada de Jurujuba que ainda não são conhecidos por parte considerável de quem vive no local. Mas ao longo de 2024 uma iniciativa pretende mudar este cenário. Foi pensando nessa riqueza faunística da cidade que a Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade iniciou, no começo deste mês, uma série de atividades de campo do projeto de inventário da biodiversidade da bacia hidrográfica contribuinte à região.

Com investimento de R$ 1,8 milhão do governo federal, a intenção da prefeitura é produzir um catálogo de espécies animais de seis bairros que formam a enseada pesquisada: Largo da Batalha, Maceió, Cachoeira, São Francisco, Charitas e Jurujuba, onde, de acordo com dados do último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vivem aproximadamente 40 mil pessoas. Além do documento, a secretaria tem a intenção de promover atividades de educação ambiental, para alavancar um amplo conhecimento da biodiversidade local a alunos da rede municipal e moradores dos bairros citados.

Conhecido popularmente como perereca, Boana faber ou sapo-martelo, a espécie predomina na região — Foto: Divulgação/Caio Salles

O Myotis nigricans tem em média 4cm e se alimenta de insetos

A espécie Dynamine postverta é encontrada em áreas tropicais

O inseto tem corpo alongado que lembra um galho ou um graveto.

Indivíduo macho de choca-do-sooretama

Biólogos visitaram, na última semana, pontos do Parque Natural Municipal de Niterói, do Morro do Morcego, da Fortaleza de Santa Cruz e dos fortes do Pico e do Rio Branco, que serão monitorados ao longo de 15 meses de estudos. O Instituto Moleque Mateiro e a Piper 3D, empresa especializada em pesquisas e consultorias na área ambiental, estão participando de todo o processo.

De acordo com o cronograma do projeto, serão realizadas vigílias científicas, ao longo deste ano, com observação e análise de répteis e anfíbios, aves, mamíferos, peixes, insetos e macroinvertebrados aquáticos (crustáceos e moluscos) dos locais estabelecidos.

Para auxiliar a equipe de campo, Júlia Lins Luz, responsável técnica da Piper 3D, conta que foram instaladas armadilhas para os mamíferos de pequeno porte, como os ratos, da ordem Rodentia, e os gambás, marsupiais da ordem Didelphimorphia, que vão ficar no local por quatro noites, sendo checadas diariamente, para que o grupo possa medir, pesar, registrar suas características e fotografar os animais. Também foram instalados equipamentos de fotografia e filmagem para registro dos mamíferos de médio e grande porte, programados para monitorar 24 horas por dia durante duas semanas em cada área pesquisada.

— Durante quatro horas à noite armamos redes para capturar os morcegos. Para o registro de répteis e anfíbios, utilizamos o método de busca ativa, examinando locais de abrigo e reprodução das espécies, além de instalar um gravador para o monitoramento acústico. Queremos ouvir também os animais noturnos. Para o registro de aves, realizamos a contagem de todos os indivíduos detectados em um raio de 50 metros, de forma visual ou auditiva. Fazemos, também, uma busca ativa diurna com auxílio de rede entomológica para captura e observação dos insetos. A partir do pôr do sol utilizamos uma armadilha luminosa para registro das espécies de insetos noturnos. Dessa forma, ao longo da semana, vamos conseguir recolher dados iniciais sobre as espécies que habitam a região — explica a bióloga.]

Educação ambiental

Fora o reconhecimento das espécies, as equipes vão realizar entrevistas com os principais envolvidos da comunidade de Jurujuba, a fim de incluir a população local de forma ativa e identificar, a partir de relatos, animais já avistados na região. O projeto tem como beneficiários diretos cerca de 600 alunos de três escolas municipais, trabalhadores e moradores dos bairros que compõem a região da bacia hidrográfica da Enseada de Jurujuba, mas também pesquisadores, gestores públicos e visitantes do local.

Para o secretário de Meio Ambiente, Rafael Robertson, além de contribuir para a conscientização das comunidades locais através da promoção de conversas e oficinas, os dados observados e analisados pelos biólogos constituem importante base para geração de subsídios para tomadas de decisão e ações de melhoria da política pública de saneamento e de conservação ambiental.

—Ao executar o inventário da fauna da Enseada de Jurujuba, não apenas aprofundaremos o conhecimento da biodiversidade local, mas também criaremos as bases para projetos futuros. Nossa expectativa é que esse projeto não só fortaleça a educação ambiental, mas também promova uma conexão mais profunda da comunidade local com a rica diversidade animal da região, contribuindo para a sustentabilidade a longo prazo do nosso município — acredita.

Já o prefeito Axel Grael destaca que a iniciativa vem somar com o trabalho de preservação ambiental em curso não só na região do inventário. Ele lembra que o Programa Enseada Limpa também implementou ações voltadas para a resolução de questões de saneamento. Comunidades como Salinas e Peixe Galo, em Jurujuba, receberam obras de drenagem e contenção de encostas, com o objetivo de prepará-las para a implementação de um novo modelo de saneamento. O foco é reduzir o descarte de esgoto irregular, que tem como destino final as águas das praias da Baía de Guanabara.

— Já avançamos muito neste trabalho e agora vamos avaliar o processo de recuperação do ecossistema. Este diagnóstico e a realização de um inventário faunístico do local são de extrema importância. Participamos de um edital do governo federal, fomos selecionados e agora estamos nesse momento de iniciar os trabalhos de campo — diz Axel.

Fonte: O Globo Niterói



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