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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Colaboração internacional expande base de dados sobre produtos da biodiversidade brasileira



Acordo entre o Instituto de Química da Unesp em Araraquara e o Chemical Abstracts Service – uma divisão da Sociedade Americana de Química – permite compilar informações dispersas em mais de 30 mil artigos científicos (Lippia alba é uma das espécies encontradas na base de dados / foto: Wikimedia Commons)


Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Mais de 54 mil compostos oriundos de produtos naturais da biodiversidade brasileira estão sendo reunidos em um banco de dados com informações sistematizadas sobre ocorrência, estrutura química e relação de artigos publicados.

A coleção foi criada a partir do acordo firmado entre o Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (IQ-Unesp) e o Chemical Abstracts Service (CAS), uma divisão da Sociedade Americana de Química (American Chemical Society).

Com base em informações contidas em mais de 30 mil artigos publicados em revistas científicas, chegou-se ao total de 51.973 compostos de plantas nativas do Brasil. Somam-se a esses compostos outros 2.219 que vêm sendo sistematizados no banco de dados do Núcleo de Bioensaios, Biossíntese e Ecofisiologia de Produtos Naturais (NuBBE Database), da Unesp.

A compilação de informações de produtos naturais vem sendo realizada há seis anos pela pesquisadora Marilia Valli , sob a supervisão da coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biodiversidade e Produtos Naturais (INCT-BioNat), Vanderlan Bolzani.

“O acordo permitirá a criação do primeiro banco de dados certificado com informações sobre produtos naturais da biodiversidade brasileira. Ter essas informações organizadas em uma base de dados ampla e aberta para a comunidade científica é de extrema importância, pois vai facilitar o trabalho de pesquisa e criação de novos produtos químicos ou medicinais”, disse Bolzani, professora titular do IQ-Unesp, em Araraquara, e membro do Conselho Superior da FAPESP.

Com a iniciativa, serão reunidas em um único banco de dados as substâncias isoladas da biodiversidade brasileira e identificadas em todos os laboratórios do país. “Poderemos vislumbrar tudo o que já foi feito no Brasil de forma organizada. Isso é extremamente importante tanto para a academia quanto para as empresas”, disse Bolzani, que também é membro da coordenação do Programa BIOTA-FAPESP .

A partir de uma lista de artigos científicos compilada pela equipe do NuBBE, o CAS – que tem uma equipe ampla e dedicada à criação de banco de dados – fez a seleção das informações, a ligação com a fonte de referência bibliográfica, a identificação das moléculas e a preparação de arquivos de transferência de dados, para que seja possível incorporar esses dados ao NuBBE Database.

Assim, ao fazer uma busca pelo nome da molécula, propriedades ou por sua estrutura, por exemplo, o sistema recupera todas as informações disponíveis na literatura científica, de forma organizada.

“O grande diferencial do acordo é que o CAS está fazendo o licenciamento [doação] para a base de dados do NuBBE, que é de acesso público. Dessa forma, a base de dados ficará mais ampla”, disse Denise Ferreira , gerente nacional do CAS no Brasil.

De acordo com Ferreira, em função da experiência do CAS com seleção e curadoria de dados de substâncias químicas, será possível ter maior detalhamento das substâncias.

A gerente nacional do CAS ressalta o ineditismo da doação, pois normalmente a entidade cobra pelo acesso aos seus bancos de dados. “A doação surgiu de uma contrapartida para o apoio da ciência brasileira, após o Museu Nacional no Rio de Janeiro ter sido destruído por um incêndio, em 2018”, disse.

O Brasil reúne aproximadamente 20% de todas as espécies do planeta. Em razão de sua rica biodiversidade, o país conta com um enorme potencial para a produção de conhecimento e de produtos com valor agregado – incluindo medicamentos naturais ou derivados, suplementos alimentares, cosméticos e materiais para controle de pragas e parasitas agrícolas.

Bolzani ressalta também a importância desse sistema para a formulação de políticas públicas. “Com a base de dados, será possível perceber que os estudos tendem a focar sempre nas mesmas espécies, sendo que há uma diversidade enorme a ser estudada”, disse Bolzani.

Bolzani disse à Agência FAPESP que a inspiração para criar essa base de dados surgiu quando participou de um congresso científico na China, em 2005. “Fiquei fascinada com a base de dados sobre produtos naturais usados pela medicina chinesa. Decidimos, então, tentar criar uma base de dados robusta sobre a biodiversidade brasileira”, disse.

A sistematização teve como base o NuBBE Database , criado há seis anos por meio da colaboração entre o núcleo da Unesp e o Laboratório de Química Medicinal e Computacional (LQMC), liderado por Adriano D. Andricopulo , do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP).

“Nosso intuito com a parceria é que o banco de dados cresça o suficiente para representar a biodiversidade brasileira. Começamos a base de dados com informações sobre o que era descoberto em nosso laboratório. O uso por diversos outros pesquisadores nos motivou a expandir o conteúdo para abranger toda a biodiversidade brasileira. Entramos em contato com o CAS, que tem boa parte desses dados já compilada, e conversamos sobre este projeto que está sendo executado”, disse Valli.

Fonte: Agência FAPESP













América do Sul abriga mais de 2,5 mil espécies de sapos, rãs e pererecas



Levantamento atualizado dos anfíbios anuros encontrados no continente foi coordenado por pesquisador da Unesp; resultado foi publicado em livro, que traz mapas de diversidade de espécies, funções ecológicas e endemismos (Boana joaquini, espécie endêmica de Santa Catarina e Rio Grande do Sul; foto: Tiago Gomes dos Santos)


André Julião | Agência FAPESP – Pesquisadores brasileiros realizaram o mais completo levantamento de anfíbios anuros – grupo composto por animais de quatro patas, corpo curto e que não possuem cauda, como sapos, rãs e pererecas – da América do Sul, contabilizando 2.623 espécies. O trabalho, apoiado pela FAPESP, resultou no livro Biogeographic Patterns of South American Anurans, publicado pela editora Springer.

Além de atualizar o número de espécies registradas até 2017, a publicação traz mapas de diversidade de espécies, de funções ecológicas exercidas por elas, de diversidade filogenética (diferentes linhagens evolutivas) e de endemismos. Os dados oferecem subsídios para a criação e a gestão de políticas de conservação.

O último levantamento do tipo havia sido publicado em 1999, em um livro editado por William E. Duellman, professor emérito da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, intitulado Patterns of Distribution of Amphibians: A Global Perspective (Padrões de Distribuição de Anfíbios: Uma Perspectiva Global). Na ocasião, o pesquisador norte-americano havia registrado 1.644 espécies no continente sul-americano e publicou uma série de mapas indicando como essa diversidade estava distribuída. Na era pré-SIG (Sistema de Informação Geográfica), esse pesquisador tinha poucos recursos para analisar os processos ecológicos e evolutivos que geraram os padrões observados. Já neste novo livro, o grupo brasileiro compilou informações de diferentes bancos de dados e da literatura científica produzida até então sobre o tema. Além disso, o uso de ferramentas de SIG permitiu aos pesquisadores fazer análises não abordadas por Duellman.

“Apesar de vários estudos terem sido desenvolvidos desde o último levantamento, todos foram muito focados em algum grupo específico de anfíbios anuros ou em alguma região da América do Sul”, disse Tiago da Silveira Vasconcelos, pós-doutorando da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista (FC-Unesp), em Bauru, e primeiro autor da obra.

Vasconcelos realizou parte do trabalho no âmbito do projeto “Macroecologia de anfíbios anuros do Cerrado e Mata Atlântica: modelagem de distribuição potencial, influência de mudanças climáticas e áreas prioritárias para conservação”, que integra o Programa de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais da FAPESP.

Os outros autores são Fernando Rodrigues da Silva, professor do Centro de Ciências e Tecnologias para a Sustentabilidade (CCTS), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em Sorocaba; Tiago Gomes dos Santos, professor da Universidade Federal do Pampa (Unipampa); Vitor H. M. Prado, professor da Universidade Estadual de Goiás e Diogo Borges Provete, professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Floresta e montanha

O levantamento confirma – como apontado em trabalhos anteriores – que as regiões mais diversas do continente são a Amazônia Ocidental e a Mata Atlântica da região Sudeste do Brasil. A alta diversidade nessas áreas se dá, sobretudo, devido ao encontro de floresta com montanhas. No caso da parte oeste da Amazônia, a proximidade com a Cordilheira dos Andes. Na Mata Atlântica, a Serra do Mar – que se estende do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul – e a Serra da Mantiqueira, nos estados de São Paulo, Minas e Rio.

“As florestas tropicais, quando associadas a topografias acidentadas, geram uma grande diversidade de espécies e funções ecológicas. Por isso, são extremamente importantes para a conservação dos anfíbios anuros na América do Sul como um todo”, disse Vasconcelos.

No entanto, os autores ressaltam que áreas relativamente pobres em espécies, como o Cerrado, também precisam de atenção, dada a importância desses sapos, rãs e pererecas em serviços ecossistêmicos como o ciclo de energia e nutrientes, bem como o controle de pragas agrícolas. A região do Cerrado é uma das maiores produtoras agrícolas do país.

“A preservação de anfíbios anuros, mesmo que sejam espécies comuns e amplamente distribuídas, é extremamente importante para a manutenção das teias alimentares. Isso garante o controle natural de pragas agrícolas ou de mosquitos vetores de doenças como dengue, febre amarela e chikungunya, por exemplo. Uma redução drástica de anfíbios provavelmente levaria a surtos de doenças em humanos e nas plantações”, disse Vasconcelos.

Ainda de acordo com o autor, regiões pobres em espécies não abrigam, necessariamente, apenas espécies comuns. Esse é o caso das porções central e sul dos Andes, que concentram um alto grau de diversidade filogenética e de espécies endêmicas (que ocorrem apenas naquela região).

“Nosso estudo dá um direcionamento para os pesquisadores irem a campo tentar desvendar, evolutivamente, o que aconteceu para esse padrão ter ocorrido. É importante preservar essas áreas para não perdermos o legado evolutivo da história da vida na Terra”, disse o pesquisador.

O trabalho teve ainda Auxílio à Pesquisa na modalidade Jovens Pesquisadores com o projeto “Influência de processos ecológicos e evolutivos na estruturação de comunidades de anfíbios em diferentes escalas espaciais e temporais”, coordenado por Fernando Rodrigues da Silva, dentro do Programa BIOTA-FAPESP. Contou também com bolsa de pós-doutorado para Diogo Borges Provete.

Todos os autores tiveram auxílio da FAPESP durante a pós-graduação no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce) da Unesp, em São José do Rio Preto, sob orientação da professora Denise de Cerqueira Rossa-Feres, a quem eles dedicam a obra.

Título: Biogeographic Patterns of South American Anurans
Autores: Tiago S. Vasconcelos, Fernando R. da Silva, Tiago G. dos Santos, Vitor H. M. Prado e Diogo B. Provete
Páginas: 160
Mais informações: link.springer.com/book/10.1007/978-3-030-26296-9.


Fonte: Agência FAPESP











quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Crise política no Chile dobra o número de bicicletas nas ruas de Santiago



A crise política que tem levado um enorme número de chilenos para as ruas do país, tem sido olhado com preocupação e solidariedade nos demais países da América Latina.

Mas, na crise há sempre uma oportunidade. Conforme mostra a reportagem abaixo, o número de ciclistas nas ciclovias de Santiago dobrou, saltando de 450 para 892 ciclistas/hora, de acordo com contagens realizadas antes e durante o momento de crise.

Axel Grael



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Ante la crisis, se pedalea: calles de Santiago viven "invasión" de ciclistas ante problemas en el transporte

Por primera vez, en las ciclovías hay "tacos" de bicicletas. Un investigador constató que al menos se duplicó el flujo en Providencia respecto de semanas atrás.

Por Gabriel Arce

El transporte en Santiago ha sido uno de los grandes problemas en Santiago estos últimos días, luego de que varias estaciones del Metro quedaran fuera de servicio. Pero ante la crisis, no queda otra que pedalear.

Por estos días se ve una imagen atípica en las calles. Y no sólo por la multitud que se agolpa en la Estación Quilín, lo desértico de Baquedano ni las inmensas filas en los paraderos del Transantiago, sino que por la invasión de ciclistas en las calles.

Así lo han hecho saber varios usuarios en redes, que reportan que de forma inédita hay "tacos" de ciclistas, en que varias ciclovías incluso estarían llegando a su plena capacidad en hora punta.

Tomás Echiburú, investigador de doctorado en el Cedeus UC, realizó la mañana de ayer una medición en la ciclovía de Lyon, donde constató que la demanda se duplicó, en comparación a hace dos meses, por el estallido social y la crisis en el transporte capitalino.

"Factores como el metro, la cobertura de buses que no da a vasto y la congestión, han hecho que la gente tome a la bicicleta como una alternativa válida. Hicimos la medición en Lyon en la hora punta de este martes (8.30-9.30) y la demanda prácticamente se duplicó", dice el también concejal RD por Providencia.

En efecto. Un sondeo suyo hace dos meses registró 450 ciclistas por hora en ese tramo, mientras que ayer la demanda fue de casi 892 ciclistas por hora.





Si bien una parte del aumento podría deberse al fenómeno estacional (clima más favorable), Echiburú explica que "estos niveles de demanda no los había observado nunca en ninguna ciclovía".

Otra personas, en sondeos rápidos, destacan que en esquinas como Andrés Bello con Padre Letelier, el flujo podría superar los 2 mil ciclistas por hora en la hora punta de la tarde.

"Esto debería ser un llamado a que priorizar este modo de transporte y darle mayor espacio en la calle nos permite tener un sistema más resiliente, que es capaz de dar mayor respuesta ante este tipo de escenarios", dice el investigador en transporte.

Echiburú elaborará un paper sobre la influencia del estallido social en el uso de la bicicleta. Seguirá con sus mediciones hoy en Pocuro, para luego terminar con 3 sondeos más en distintos sectores de Providencia.

"El uso de la bici viene creciendo al orden del 10% anual. En 2012 representaba un 4% en la partición modal de los medios de transporte. Ahora, las proyecciones más conservadoras hablan de que sería el 6 o 7%. La pregunta es cuantos podríamos llegar a ser, cuanto sería el techo si se invirtiera al menos un 5% del presupuesto en infraestructura de transportes", afirma.





Fonte: Publimetro









terça-feira, 29 de outubro de 2019

Maia diz que questão do meio ambiente prejudica imagem do Brasil: 'Se não resolvermos, não adianta fazer reformas'



Maia diz que questão do meio ambiente prejudica imagem do Brasil no exterior. Assista à entrevista aqui.


Presidente da Câmara participou de evento em São Paulo e destacou a correlação entre investimento internacional e a questão do meio ambiente.

Por G1 SP

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (28) em um evento na cidade de São Paulo que a imagem do Brasil no exterior "não parece muito boa nesse momento" por causa da agenda do meio ambiente.

"Voltei agora da Inglaterra. De Londres fui à Irlanda, em Dublin, onde a agenda do meio ambiente é muito forte. E nossa imagem não parece muito boa nesse momento. E isso, se nós não resolvermos, não adianta fazer reformas tributárias, administrativas, previdenciária, porque vocês sabem melhor do que eu que há uma correlação entre investimento internacional e a questão do meio ambiente", disse Maia no evento 'Meio Ambiente e os Desafios de uma Reforma Tributária Justa e Eficiente'.

Nos últimos meses, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) teve de lidar com questões ambientais que chamaram a atenção do mundo, como as queimadas na Amazônia e as manchas de óleo nas praias do Nordeste.

"Acho que é um ativo que veio para ficar muitos anos, e o Brasil é parte da construção dessa agenda, e nós não podemos perder esse tema, que seja na questão tributária, que seja na nossa estrutura", continuou.

A fala do presidente da Câmara durou cerca de 20 minutos. Maia destacou que as reformas precisam estar inseridas dentro de medidas que tragam benefícios concretos à população.

"Nós também temos um modelo onde os interesses particulares se sobrepõem aos coletivos", disse. "É óbvio que a gente tem um volume de carros enorme. Estimulamos a produção de carros em detrimento do transporte de massa. É óbvio que fizemos isso. São Paulo tem 120 km de Metrô; de trem, a China construiu 9 mil km. E nós continuamos achando - e o Congresso fez parte disso, infelizmente, eu fiz parte disso, aprovamos o Rota 2030. Eu, pessoalmente, era radicalmente contra, mas como, graças a Deus, não sou dono do parlamento, e vivemos numa democracia, aprovamos a renovação de incentivos para o setor automobilístico", reconheceu Maia.


Fonte: G1










NITERÓI MAIS SEGURA: Roubos despencam em áreas de atuação do Niterói Presente



Patrulha: agentes do Niterói Presente em frente ao Plaza Shopping, no Centro Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo


Niterói tem hoje uma das políticas municipais de segurança pública mais ambiciosas e eficientes no país. Desde 2013, o prefeito Rodrigo Neves priorizou a segurança, tema que costuma ser negligenciado pelas gestões municipais, uma vez que a legislação atribui esta responsabilidade às instâncias estaduais e federais, a quem respondem as forças policiais: Polícia Militar e Polícia Civil Governo Estadual), além da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal etc. (Governo Federal).

Niterói ousou assumir um papel de maior protagonismo e passou a disponibilizar recursos para apoiar as forças de segurança estaduais e federais, construindo sedes para a Companhias Destacadas e dando apoio operacional.

Atualmente, dois terços do policiamento de Niterói é garantido por investimentos diretos da administração municipal por meio dos programas Niterói Presente e Proeis, resultado de convênios da Prefeitura com o Governo do Estado. No Proeis, o Município paga gratificação para policiais militares que trabalham nas ruas da cidade nos dias de folga. No Niterói Presente há um efetivo fixo de policiais, alguns já reformados, e agentes civis contratados pela Prefeitura. Muitas ações acontecem a partir de alertas disparados pelo Cisp.

Desde dezembro de 2017, quando da implantação do Programa Niterói Presente, já foram efetuadas mais de 700 prisões nas mais variadas ocorrências. Atualmente o Niterói Presente atua no Centro, Icaraí, Santa Rosa e Alameda São Boaventura, além de São Francisco, Charitas e Jurujuba.




A Prefeitura de Niterói inovou mais uma vez com o lançamento do Pacto Niterói Contra a Violência, que acaba de completar um ano.

O Pacto está organizado em quatro eixos principais, a saber:
  • PROJETOS DE PREVENÇÃO
  • PLANO DE POLICIAMENTO E JUSTIÇA
  • CONVIVÊNCIA E ENGAJAMENTO DOS CIDADÃOS
  • AÇÃO TERRITORIAL INTEGRADA

Projetos do Pacto em desenvolvimento

Conheça alguns dos projetos que compõem o Pacto Niterói Contra a Violência, que já estão em execução ou em fase de estruturação:

Aula Inaugural do programa EcoSocial. Outubro 2019.

- Niterói Jovem Eco Social - em parceria com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), o município oferecerá oportunidades para jovens niteroienses, entre 16 e 24 anos, em situação de vulnerabilidade social atuarem em ações de reflorestamento como oportunidade de inclusão social, de forma qualificada, com geração de renda e entrada no mercado de trabalho.

- Poupança Escola - programa de incentivo para que alunos da rede pública residentes em Niterói – integrantes de famílias contempladas pelo Programa Bolsa-Família – concluam o Ensino Médio/Profissionalizante, desde que tenham aprovação no 9º ano e anos subsequentes até o final do Ensino Médio, em carga horária estabelecida na lei de atividades extracurriculares. (Lei Nº 3363 de 16 de julho de 2018).


Início das matrículas para o Espaço Nova Geração, do Fonseca. Outubro 2019.


- Espaço Nova Geração – voltado para crianças e jovens, entre 6 e 29 anos, visa à qualidade de vida, à construção de cidadania, à integração comunitária e à construção de projetos de vida significativos por meio do engajamento em “trilhas pedagógicas”, com atividades de esporte, cultura, empregabilidade, inclusão social e desenvolvimento educacional, numa estratégia de prevenção à violência. É desenvolvido nos CIEPs municipalizados do Fonseca e Cantagalo.

- Banco de oportunidades – capacitação do jovem para sua colocação no mercado de trabalho, com estímulo da cultura do empreendedorismo, combate da evasão escolar e incentivo no acesso ao ensino superior, por meio da mobilização da sociedade civil, do setor empresarial do Município e da criação de plataforma digital.

- Escola da Família - Voltado para as gestantes cadastradas e em acompanhamento no Pré-Natal das Unidades de Saúde do Programa Médico de Família, pretende desenvolver práticas parentais com afeto, sem violência, por meio de encontros educacionais, como estratégia de prevenção à violência intrafamiliar.

- Mediação de Conflitos - visando à redução dos registros de Ameaça e Lesão Corporal Dolosa por conflitos cotidianos, por meio de procedimento informal com os mediadores imparciais facilitando o diálogo por técnicas específicas, estimulando a interação entre os mediandos. O objetivo da mediação é criar a possibilidade de reconstrução da comunicação e do convívio.

- Valorização da Guarda Municipal - Concurso para contratação de 142 guardas municipais. Em outubro de 2017, foi realizada consulta popular inédita no país sobre uso de armamento letal pela Guarda Municipal.

- Observatório de Segurança - tem como valor principal a transparência, sendo responsável pela coleta e sistematização dos dados sobre violência e criminalidade na cidade, analisando e produzindo conhecimento, para subsidiar as tomadas de decisão no Plano de Segurança Pública Municipal e informar a sociedade sobre o panorama do município nesse setor.

Axel Grael
Secretário
Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG



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Hoje matérias do ⁦Globo e do Extra ⁦mostram que o Pacto Niterói Contra a Violência, com investimentos ⁦da Prefeitura de Niterói na prevenção e reforço ao policiamento, através Niterói Presente, em cooperação com o Governo do Estado e no Cerco Eletrônico Total, fez despencar índices de criminalidade!
Com o Plano, elaborado com o Comunitas e a participação da sociedade civil niteroiense, estamos avançando nas políticas públicas de prevenção e reforço ao policiamento. Tivemos redução de 65% no roubo de veículos e 40% no roubo de rua. É a maior redução em 20 anos!
Rodrigo Neves (27/10/2019)


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Roubos despencam em áreas de atuação do Niterói Presente





Prefeitura diz que investirá R$ 93,8 milhões no programa nos próximos dois anos. Projeto chegará em novembro ao Barreto

Giovanni Mourão e Leonardo Sodré
NITERÓI — A previsão de ampliação do programa Niterói Presente para o Barreto a partir de novembro poderá ter impacto ainda maior na redução de roubos na Zona Norte. A região da 78ª DP ( Fonseca) apresentou queda de 26% desse tipo de crime de janeiro a setembro deste ano, no comparativo com o mesmo período anterior à inclusão da Alameda São Boaventura no esquema de policiamento de proximidade, iniciado em agosto de 2018. A prefeitura, que custeia o Niterói Presente na cidade, anunciou que pretende investir R$ 93,8 milhões no programa nos próximos dois anos, uma média de R$ 3,9 milhões por mês.

Um levantamento feito pelo GLOBO-Niterói com base nos dados mais recentes divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) mostra que em todas as regiões onde o Niterói Presente atua a redução de roubos, de janeiro até setembro, foi próxima ou maior do que a média geral registrada na cidade (28%) e no Estado do Rio (12%).

Para facilitar a leitura, acesse aqui.


Na região da 79ª DP, que atende aos bairros de São Francisco, Charitas e Jurujuba, últimos a serem incluídos no programa, a redução foi de 62% em setembro, primeiro mês dos agentes na região.

Desde que começou, em janeiro de 2018, em Icaraí , o Niterói Presente atua integrado com o policiamento feito pelos agentes do 12ºBPM (Niterói). Nos últimos meses, os agentes passaram, inclusive, a apoiar operações de ostensividade. Segundo o tenente-coronel Sylvio Guerra , comandante do batalhão, esse trabalho levou também à redução do índice de roubos na Região Oceânica, área que ainda não conta com o Niterói Presente: lá houve queda de 41% nos roubos nos nove primeiros meses de 2019 em relação ao mesmo período de 2018.

— As ações que fazemos em outras áreas se refletem ali. As operações que realizamos em Charitas, por exemplo, têm impacto na Região Oceânica . É todo um trabalho integrado da Polícia Militar, porque até as operações na área do 7º BPM ( São Gonçalo ) se refletem em Niterói. Isso faz a sociedade se sentir mais segura e aumenta a credibilidade no trabalho da polícia. As pessoas se sentem à vontade para recorrer ao Disque-Denúncia. É um conjunto de fatores que faz a engrenagem funcionar cada vez melhor — conclui Guerra.

Fonte: O Globo Niterói




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Leia também:

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Com apoio da Comunitas, prefeitura lança Pacto Niterói Contra a Violência
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PACTO NITERÓI PELA PAZ: Conjunto de estratégias no combate à violência
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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A entrada de Icaraí, em Niterói, ganhará cara nova



Icaraí. A Rua Castilho França ganhará saída para a Miguel de Frias, facilitando o acesso de moradores de Santa Rosa Foto: Reprodução


A prefeitura vai desapropriar quatro imóveis para construir uma rotatória, em forma de praça
A entrada de Icaraí ganhará cara nova. A prefeitura vai desapropriar quatro imóveis para construir uma rotatória, em forma de praça (veja acima), em frente ao antigo bar Orquídea, hoje Toca da Traíra, na esquina das ruas Miguel de Frias e Mem de Sá. É para facilitar o acesso dos moradores de Santa Rosa e Jardim Icaraí à Fagundes Varela e à Praia de Icaraí. A obra também promete acabar com o gargalo do fim da Roberto Silveira com a Miguel de Frias no período da manhã: “O projeto terá o paisagismo integrado às obras de alargamento da Marquês do Paraná. A previsão é que a intervenção esteja concluída no primeiro semestre de 2020”, diz o secretário de Urbanismo, Renato Barandier.

Ingá. Oito imóveis na Paulo Alves serão desapropriados Foto: Reprodução


No Ingá, o projeto prevê resolver um antigo problema: o gargalo viário da orla de Icaraí no período de pico da manhã, em direção ao Centro. Oito imóveis (no círculo vermelho) na Rua Paulo Alves, entre as ruas Presidente Pedreira e Casimiro de Abreu, serão desapropriados para obras de alargamento. A rua terá faixa exclusiva de ônibus da Praia das Flechas até a Rua Tiradentes; e, pelas contas de Barandier, a mudança deve aumentar em 35% a capacidade de circulação da via.


História da luta da bicicleta por um espaço nas cidades dos EUA



O artigo de Fernando Corrêa, publicado pela WRI Brasil, apresenta um interessante relato sobre a história da bicicleta nas cidades dos EUA e mostra como iniciativas pioneiras foram atropeladas pela lógica rodoviarista que varreu o país.

Recomendo ler também a postagem Como as bicicletas tomaram as ruas das cidades holandesas que se refere a como a ideologia rodoviarista dos EUA, extrapolou os limites do país e influenciou a reconstrução das cidades europeias no período do Pós-Guerra.

Axel Grael


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Cidades americanas são símbolo de desenho urbano para carros, mas no passado, país incentivou a mobilidade ativa em duas rodas (foto: People for Bikes/divulgação)


O que a batalha histórica das bikes por espaço ensina sobre o planejamento da mobilidade?

Fernando Corrêa

Se ignoramos o passado das bicicletas, como poderemos inventar seu futuro? James Longhurst refez a trajetória das bikes nos Estados Unidos em Bike Battles: A History of Sharing the American Road (2015). Leitura proveitosa para quem se interessa por ciclismo e cidades, o livro mostra que a defesa das bikes como uma alternativa sustentável aos carros não é moda passageira, mas uma disputa histórica cujos resultados ainda hoje desafiam gestores e planejadores.

– Nossas decisões passadas restringem nosso espaço de decisão atual a um subconjunto do universo de todas as decisões possíveis. Cientistas políticos chamam isso de "dependência da trajetória". Historiadores chamam apenas de História – brinca o autor, pesquisador e professor da Universidade de Wisconsin.

Enveredando por esquecidas ciclovias – reais e metafóricas –, Bike Battles dá indícios de que a hora de garantir às bicicletas espaço compatível com suas virtudes é agora. No início de outubro, Longhurst apresentou sua pesquisa na sede do WRI em Washington D.C., em painel organizado pela iniciativa NUMO e WRI Ross Centro para Cidades Sustentáveis, que também teve participação do escritor e defensor de causas ambientais Peter Harnik.

Na entrevista a seguir, Longhurst fala ao WRI Brasil de suas descobertas sobre o passado e as perspectivas para o futuro.

Capa da revista nova-iorquina Sidepaths de 1900 documenta proliferação de ciclovias nos EUA da virada do século 20


Como os primeiros entusiastas imaginavam o papel das bikes no transporte?

Houve tantas visões do propósito da bicicleta quanto pessoas que o imaginaram. Gosto da ideia de que existem perspectivas culturais conflitantes, complementares ou mutáveis da bicicleta. Pode ser um marcador das elites e um marcador dos pobres; libertadora e perigosa; um veículo limpo e acessível e uma extravagância.

Quando a bicicleta se tornou uma moda nos Estados Unidos nos anos 1890, embora fosse cara – e o estilo de vida associado a ela, de clubes e roupas sofisticadas, fosse ainda mais exclusivo –, muitos de fora das elites a viam como um utilitário de transporte e libertação pessoal, em uma época anterior à popularização do carro. Mulheres passaram a ter liberdade de se locomover e se exercitar não-acompanhadas; jovens em cidades e vilarejos experimentaram as paisagens e os campos de maneiras completamente novas; e moradores da cidade, vendedores e comerciantes começaram a usar a bici como transporte diário (sobre esse assunto, recomendo os livros The Mechanical Horse, de Margaret Guroff, e Old Wheelways, de Robert McCullough). Certamente, muitos a saudavam como o futuro do deslocamento nas cidades, o “cavalo do homem pobre”: relativamente barata, não precisava ser alimentada, podia ser deixada encostada a um prédio por horas sem supervisão, pronta para ser montada dia ou noite. Ter um cavalo em uma cidade do século 19 era caro, e montá-lo para ir ao trabalho era quase impraticável. A classe trabalhadora morava perto do trabalho, ou o trabalho acontecia em casa ou a uma curta distância – mas a bike prometeu mudar tudo isso.

Quando essa visão morreu?

Embora tenha desaparecido nas primeiras décadas do século 20, não creio que tenha morrido completamente (chegou perto nos anos 1950). Comércio, correios e polícia continuaram a usar bicicletas, e os serviços de ciclistas mensageiros ressurgiram no pós-guerra. Houve um breve retorno com o "Victory Bike" da Segunda Guerra Mundial (programa do governo para promover o uso de bicicletas), e a volta do ciclismo como transporte no final da década de 1960. A bicicleta como meio de transporte nunca realmente desapareceu, mas tornou-se menos comum e sumiu da opinião pública. Então, para a maioria dos americanos, a bicicleta se tornou um "significante flutuante", ora uma prática de elite, ora um símbolo de infância e imaturidade.


A disputa por espaço em charge publicada na revista Harper's Weekly em 1896


Houve cidades ou estados à frente de seu tempo em termos de estímulo ao uso da bicicleta?

Sim, houve peculiaridades que tornaram certas cidades mais compactas, caminháveis e “pedaláveis”. Há muitas exceções ao desenvolvimento carrodependente. Minneapolis manteve remanescentes de sua rede de sidepaths (ciclovias construídas no fim do século 19 em várias cidades americanas) nos "Grand Rounds" (80km de trilhas e ciclovias que interligam parques da região), enquanto outras cidades apagaram ou esqueceram os caminhos que haviam construído. Isso deu a Minneapolis uma vantagem na tentativa de reconstruir um tipo diferente de rede de transporte após o ressurgimento do ciclismo adulto na década de 1970. O Oregon aprovou uma lei de bicicleta em 1971 que mudou a infraestrutura e o sistema de financiamento e colocou o estado em um caminho diferente do resto do país, tornando-o único de várias maneiras. Davis, na Califórnia, escolheu um modelo completamente diferente para o design de ruas na década de 1960. Mackinac Island, Michigan, é um pequeno resort estranho que proíbe veículos a motor e sempre proibiu.

Que lições esses casos nos deixam?

Estes são exemplos de escolhas e “acidentes felizes” do passado que mudaram o transporte presente. Nossas ruas e cidades são nossas para projetar: as ruas podem ser de concreto, mas não são esculpidas em pedra. O ruim de se pensar em "dependência da trajetória" é que as decisões passadas nos prendem ao nosso presente. Mas o bom é que nossas decisões no presente moldam o futuro: somos o passado do futuro.

Como os argumentos a favor e contra a bicicleta mudaram com o passar do tempo?

Novas perspectivas surgiram, mas as antigas visões permanecem, então temos vários argumentos (às vezes contraditórios) coexistindo. A bicicleta é para todos, apenas para as elites ou apenas para os pobres. É patriótica ou é anormal. É para crianças ou é a máquina limpa do futuro. É para homens e, ao mesmo tempo, é de alguma maneira não masculina. É um perigo para a vida e o corpo, mas é também o caminho para a saúde e a vitalidade. Eu acho que esses argumentos contrastantes a favor e contra a bicicleta ajudam a explicar as enormes disputas políticas por ciclovias e por políticas públicas.

O momento de retomada das bikes que vivemos revela uma mudança em como pensamos a cidade?

Vivemos uma mudança filosófica na maneira como os planejadores urbanos e de transito pensam o espaço. Uma nova geração Millennial, de oportunidades limitadas, mudou-se para as cidades e repensou a compra do automóvel, e há também as crescentes limitações econômicas para a construção e manutenção de estradas. E os ativistas também tiveram algum sucesso. Preocupa-me que os departamentos de transporte e as políticas de gastos sejam estanques demais para mudar. O progresso é lento: são instituições de outra era, e suas velhas suposições sobre o crescimento econômico, o custo da energia e o retorno do investimento já não fazem sentido. Talvez essas instituições tenham de levar os governos ao colapso orçamentário antes que possam ser substituídas por melhores agências. Recentemente, houve o veto governamental ao projeto California Complete Streets (Ruas Completas da California), que enfrentou o lobby do departamento de transporte. Não me parece que os departamentos de trânsito tenham demonstrado que podem promover a correção de desigualdades, injustiças e catástrofes climáticas resultantes do sistema de transporte que eles ajudaram a criar.


O historiador James Longhurst (foto: UW-L/divulgação)


Como historiador e entusiasta de bicicletas, qual sua visão sobre o que as cidades podem fazer além de construir ciclovias?

Os desafios das mudanças climáticas, de reconstruir nossas cidades como motores da justiça e de enxergar além do presente para imaginar modos de vida mais saudáveis e equitativos, são desafios tão grandes que há um infinito de oportunidades, projetos e formas de contribuir. Como minha avó dizia diante de uma plantação de tomates cheia de ervas daninhas: "Escolha uma fileira e comece a capinar". Se todo mundo parar de olhar espantado para o tamanho do trabalho a ser feito, podemos resolver isso juntos. Não são apenas ciclovias, é zoneamento; não é apenas zoneamento, é comércio local; não é apenas comércio, são escolas; não são apenas escolas, é tecnologia; não é apenas tecnologia, é empoderamento para as pessoas. Esteja você ensinando uma criança a trocar um pneu ou se engajando em movimentos nacionais, suas contribuições são necessárias. Escolha uma fileira e comece a capinar.


Fonte: WRI Brasil




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domingo, 27 de outubro de 2019

NITERÓI DE BICICLETA promoveu audiência pública sobre serviço de bicicletas compartilhadas







Ontem, 26 de outubro, realizamos no Bicicletário Arariboia, no Centro de Niterói, uma Audiência Pública para apresentar os estudos e procedimentos para a implantação do sistema de bicicletas compartilhadas em Niterói.

O programa Niterói de Bicicleta, vinculado pela Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG, lançou o edital intitulado "AUTORIZAÇÃO DE ATIVIDADE PARA IMPLANTAÇÃO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE BICICLETAS COMPARTILHADAS, e tinha a previsão de abertura das propostas no dia 03 de outubro.

Para a nossa surpresa e frustração, nenhuma empresa apresentou propostas, nem mesmo a empresa que havia realizado o Procedimento de Manifestação de Interesse - PMI.

O projeto para Niterói difere de muitas outras cidades que estão implantando serviços de bicicletas compartilhadas, pois a concepção para a cidade prevê que componha uma alternativa de mobilidade e, portanto, não servirá apenas a áreas mais turísticas, mas terá uma lógica funcional.

Estamos revendo o edital e pretendemos relança-lo nos próximos dias, contando com uma nova estratégia de implantação, mantendo etapas como foi previsto anteriormente, mas em ritmo menos intenso.




Segundo estudos para a realizados para o Plano do Mobilidade Urbana Sustentável - PMUS, em fase final de elaboração, a mobilidade por bicicletas em Niterói já representa cerca de 4% dos deslocamentos na cidade. Com o sistema de bicicletas compartilhadas e com o avanço da implantação da malha cicloviária na cidade, pretendemos alcançar um índice acima de 10%

Atualmente, está sendo realizada a obra de alargamento da Avenida Marquês do Paraná, que prevê uma ciclovia conectando as duas mais utilizadas da cidade: das avenidas Roberto Silveira e Amaral Peixoto, permitindo um acesso mais seguro e conveniente para ciclistas de deslocarem entre Icaraí e o Centro.

Além disso, as obras de requalificação da orla já anunciadas pela Prefeitura, contarão com novas ciclovias, que também serão implantadas na Região Oceânica de Niterói, que receberá 60 km de ciclovias, como parte do Programa Região Oceânica Sustentável - PRO Sustentável. A região recebeu recentemente a ciclovia que se estende ao longo da TransOceânica, que inclui as duas galerias do Túnel Charitas-Cafubá.

Com as novas ciclovias, Niterói já conta com cerca de 40 km e chegará a mais de 100 km de infraestrutura cicloviária e se consolidará definitivamente como uma referência de cidade ciclável, avançando assim rumo à sustentabilidade urbana.

Axel Grael




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Vem aí as bicicletas compartilhadas em Niterói


Secretário municipal de Planejamento, Axel Grael (PV) apresentou nova proposta em audiência no bicicletário Araribóia, no Centro, neste sábado (26). Foto: Wallace Rosa

Eduarda Hillebrandt

O projeto de implantar bicicletas compartilhadas em toda Niterói sofrerá mudanças, pois nenhuma empresa se interessou em assumir o serviço no edital aberto em outubro. Para garantir a efetivação do projeto a Prefeitura planeja um novo edital, mas dessa vez focado apenas na região central.

O edital previa a implantação das estações aos poucos. No primeiro momento, o serviço atenderia a região central e o bairro de Icaraí, na Zona Sul. Depois, a empresa deveria ampliar o raio de cobertura para a Zona Norte e Região Oceânica.

De acordo com a coordenadora do programa Niterói de Bicicleta, Claudia Tavares, a nova proposta deve oferecer quarenta bicicletas (CORREÇÃO: a informação correta são 40 estações para bicicletas) em um raio de cinco quilômetros do bicicletário da Praça Arariboia.

O plano inicial era oferecer 1,6 mil bicicletas compartilhadas em 160 pontos de embarque. De acordo com o secretário municipal de Planejamento (Seplag), Axel Grael (PV), a cobertura fora de áreas turísticas pode ter afastado os interessados. De acordo com Grael, o edital deve ser relançado em até duas semanas.

“Queremos tornar a bicicleta compartilhada uma alternativa de mobilidade em Niterói, diferente de outras cidades que colocam em lugar turístico. Talvez esse tenha sido um dos motivos, misturamos ‘filé com osso’. Vamos repensar o edital e ouvir o mercado sobre a nova proposta”, afirmou o secretário.

Mais ciclovias

A Prefeitura de Niterói está ampliando o conjunto de ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas disponíveis na cidade. Atualmente, os usuários do modal tem 50 quilômetros disponíveis.

De acordo com Grael, a meta é ampliar a malha para 100 quilômetros. Até dezembro, deve estar concluída a integração entre a ciclovia das avenidas Roberto Silveira, Marquês do Paraná e Amaral Peixoto.

“O projeto de revitalização da orla de Icaraí também tem soluções para bicicleta. Teremos uma ciclovia saindo do Mercado de Peixe São Pedro até a Estrada Leopoldo Fróes, e estamos concluindo um estudo para a malha cicloviária da região oceânica, integrada com o projeto do Parque-Orla de Piratininga”, detalhou o secretário.

Para a coordenadora do projeto Niterói de Bicicleta, Claudia Tavares, a implantação das bicicletas compartilhadas pode impulsionar o investimento no modal.

“No Rio, as estações surgiram antes e foram indutoras para abertura de ciclovias em áreas como a Tijuca. Temos ciência de que a malha cicloviária de Niterói é insuficiente, mas há projetos de expansão e não é um impedimento para implantação das bicicletas compartilhadas, pois em muitas cidades o processo aconteceu meio junto”, pontuou Tavares.

Adesão ao modal

Um estudo da Prefeitura de Niterói aponta que o uso de bicicletas aumentou 40% na cidade no último ano. Dados da Secretaria de Mobilidade e Urbanismo apontam que as bicicletas correspondem a 4% do deslocamento em Niterói. Os carros, por sua vez, ainda representam 25% das viagens.

O engenheiro de automação Bruno Rangel aderiu ao modal há três meses para escapar do trânsito no sentido Ponte Rio-Niterói. Ele percorre a rota da Marquês do Paraná até a Estação das Barcas na Praça de Araribóia para chegar ao trabalho Centro do Rio. De quebra, usa o bicicletário gratuito da Prefeitura.

“As pessoas usam a bicicleta para escapar do trânsito, especialmente no corredor da Região Oceânica, Roberto Silveira e Ponte. Nesse trecho tem lentidão desde 6h30 da manhã. Antes eu ia de ônibus, mas após essa opção, de três meses para cá notei que melhorou muito minha qualidade de vida, além de pesar menos no bolso”, afirmou Bruno.

Para Thalles Gabrish, estudante de engenharia ambiental da Universidade Federal Fluminense (UFF), ainda é preciso avançar em educação no trânsito e integração entre as regiões da cidade.

“Utilizo a bicicleta todos os dias, principalmente para ir para a faculdade. Sinto falta de sinalização, de ações para conscientização dos motoristas e mais conexão entre ciclovias. As bicicletas compartilhadas em Niterói será interessante, pois aqui é tudo plano. O problema é implantar sem dar a orientação necessária para toda a população” afirmou. 

Tecnologia

A Prefeitura de Niterói fechou uma parceria para otimizar a captação de dados sobre o transporte por bicicletas na cidade. Uma equipe da pós-graduação em Computação da UFF elaborou um aplicativo para identificar as rotas mais procuradas pelos ciclistas. O aplicativo BikeNit ainda está em fase de testes, e foi o vencedor da competição de tecnologia HackNit.

“O app será como um ‘Waze’ para bicicletas. Você entra no aplicativo e determina a melhor rota. Nosso sistema está conectado com toda infraestrutura cicloviária, como os paraciclos e vagas disponíveis no bicicletário. Com isso, vamos captar as rotas mais utilizadas pelos usuários para que a Prefeitura possa implementar políticas públicas para a área” afirmou Leonardo Pio Vasconcellos, coordenador de inteligência artificial e interface do aplicativo.

Fonte: PlantãoEnfoco










quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Extinção das Reservas Legais causaria prejuízo trilionário ao Brasil



Arte sobre foto de Evandro Rodney/Imprensa MG via Fotos Públicas


Estudo traça cenário do que aconteceria se áreas de preservação obrigatória fossem revogadas. Perda de serviços ecossistêmicos, como regulação climática e proteção da biodiversidade, levaria a prejuízos de R$ 6 trilhões por ano

Por Herton Escobar

O que aconteceria se o Brasil abrisse mão de suas Reservas Legais e todas essas áreas fossem legalmente desmatadas? O prejuízo seria da ordem de R$ 6 trilhões por ano — sim, trilhões, com tê de tatu.

Esse é o valor total dos serviços ambientais prestados por essas áreas de vegetação nativa, incluindo controle de erosão, produção de chuvas e regulação climática, segundo estimativa de um grupo de cientistas brasileiros. O estudo foi publicado na revista Perspectives in Ecology and Conservation, com o apoio de mais de 400 outros pesquisadores, de 79 instituições acadêmicas, que tiveram acesso ao trabalho e concordaram com os resultados.

As Reservas Legais são a porção de uma propriedade privada que precisa ser preservada com vegetação nativa, conforme determina o chamado Código Florestal brasileiro (Lei 12.651/2012). Esse porcentual varia de acordo com o bioma em que a propriedade se encontra: na Amazônia, é de 80%. Numa propriedade de 100 hectares localizada no Estado do Amazonas, por exemplo, significa que 80 hectares têm de ser obrigatoriamente preservados com vegetação nativa, enquanto que os outros 20 hectares podem ser desmatados para construir casas, plantar soja, criar gado ou seja lá o que for.

Nas áreas de Cerrado localizadas dentro da Amazônia Legal, esse índice é de 35%; e em todo o resto do País, 20%.





A somatória disso tudo, segundo os pesquisadores, equivale a uma área do tamanho de Itália, Alemanha, França e Espanha somadas: 167 milhões de hectares de Reserva Legal, o que representa 29% de toda a vegetação nativa remanescente no País.

Agora, junte tudo isso aos mais de 100 milhões de hectares de vegetação nativa em áreas privadas que já podem ser legalmente desmatados — porque não se encaixam em nenhuma classificação de área protegida — e a revogação das Reservas Legais deixaria uma área do tamanho da Argentina (270 milhões de hectares) aberta ao desmatamento.

Um cenário extremo, e potencialmente catastrófico, mas nada fictício. Um projeto de lei (PL 2.362 / 2019) apresentado ao Congresso no início do ano pelos senadores Flávio Bolsonaro (PSL/RJ) e Marcio Bittar (MDB/AC) propunha exatamente isso: revogar todas as áreas de Reserva Legal no Brasil, “a fim de possibilitar a exploração econômica dessas áreas”.

Fortemente criticado, o projeto foi retirado de tramitação no dia 15 de agosto, em meio à crise internacional das queimadas na Amazônia. Ainda assim, os pesquisadores esperam que o estudo possa “embasar outras discussões relacionadas com a conservação da vegetação nativa e da biodiversidade no Brasil”.




Serviços prestados

O estudo faz um inventário das riquezas naturais contidas nas Reservas Legais e dos serviços ambientais que essas riquezas prestam gratuitamente à sociedade. Entre eles, 11 bilhões de toneladas de carbono (cerca de 21% de todo o estoque de carbono superficial terrestre brasileiro), que, se liberados para a atmosfera (via desmatamento ou queimadas), contribuiriam de forma significativa para o aquecimento global. “As resultantes emissões de carbono teriam fortes impactos no clima regional e global, com efeitos em cascata, tais como maior erosão, secas, inundações e alterações potencialmente irreversíveis dos ecossistemas naturais”, escrevem os pesquisadores.

Outro ativo importantíssimo é a biodiversidade. “Uma das funções primordiais das Reservas Legais é propiciar as condições mínimas para a manutenção da biodiversidade em paisagens produtivas, onde as áreas agrícolas dominam e relegam a vegetação natural remanescente a pequenos fragmentos ou a faixas estreitas ao longo dos rios”, diz o estudo. “Nessas situações, devido à sua ampla distribuição espacial, as Reservas Legais desempenham um papel crucial no estabelecimento de condições que facilitam os fluxos, aumentando assim a conectividade da paisagem e as taxas de recolonização de espécies.”

Não se trata apenas de proteger bichinhos e plantinhas, mas também de reforçar a produtividade e a resiliência da própria produção agrícola. Os ecossistemas naturais abrigam uma grande variedade de espécies essenciais à polinização e ao controle biológico de pragas nas lavouras. “A ligação entre a presença destes inimigos fundamentais de pragas em terras agrícolas e a existência de vegetação natural nas imediações foi amplamente demonstrada em todo o mundo”, destacam os pesquisadores.

Quem gosta de água e energia elétrica também tem motivos de sobra para gostar das Reservas Legais, já que elas “desempenham um papel crucial para a segurança hídrica e energética do País”, apontam os cientistas. O caso mais emblemático é o da Amazônia: “Os altos níveis de transpiração e evapotranspiração das florestas amazônicas são, portanto, importantes não só para sustentar a própria floresta, mas também para manter a pluviosidade no Cerrado e em áreas-chave de recarga, e também mais ao sul, incluindo vários países da Bacia do Prata. Sem esta vegetação, a segurança hídrica e energética ao sul da Amazônia está ameaçada.”

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Acesse os dados referentes à figura acima clicando aqui.


Valorização

Considerando todos esses — e mais alguns — serviços prestados pelos ecossistemas naturais contidos nas Reservas Legais, os pesquisadores usaram estimativas da literatura científica para calcular o valor econômico dessas áreas.

“Com base em valores médios de todo o mundo, um hectare de floresta tropical pode gerar um benefício estimado de US$ 5,382/hectare/ano pela prestação de 17 diferentes tipos de serviços ecossistêmicos, incluindo regulação climática, gestão da água, controle da erosão, polinização, controle biológico, serviços culturais e recreativos, entre outros (Costanza et al., 2014). Para campos naturais e pastagens, em geral, a média global é de US$ 4,166/hectare/ano”, diz o trabalho. “Se simplificarmos e assumirmos que a Amazônia, Mata Atlântica e Caatinga são compostas exclusivamente de floresta, Cerrado e Pampa por campos e savanas e Pantanal por planícies aluviais, a perda de 270 milhões de hectares de vegetação nativa desprotegida (incluindo 167 milhões de hectares de Reservas Legais) resultaria em perdas de cerca de R$ 6 trilhões por ano.”

O trabalho é coordenado pelo ecólogo Jean Paul Metzger, do Instituto de Biociências (IB) da USP, em colaboração com colegas da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (Abeco) e do grupo Coalizão Ciência e Sociedade.

“Quando consideramos o rol de benefícios que essas áreas podem prover, tanto para o proprietário quanto para a sociedade, começamos a entender que esses benefícios não são pequenos”, afirmou Metzger, em entrevista à Rádio USP, na manhã desta sexta-feira (6/9). “Eles são altos! Na verdade, em alguns casos você tem mais benefícios mantendo a Reserva Legal do que retirando e avançando com o cultivo da área.”

Ouça a íntegra da entrevista aqui: https://jornal.usp.br/?p=270884















AMAZÔNIA: O que acontece quando a floresta desaparece?



O texto abaixo foi publicado no site Yale Environment 360, da Escola de Florestas e Estudos Ambientais da renomada Universidade de Yale, de New Haven, Connecticut, alerta para as consequências do desmatamento da Amazônia.

O artigo relata os resultados de experimentos realizados nas proximidades da Reserva Indígena do Xingu por pesquisadores de outra instituição muito reconhecida, a Woods Hole Research Center, de Massachusetts. Também inclui a opinião de cientistas brasileiros como Carlos Nobre.

Segundo as pesquisas realizadas numa propriedade rural chamada Tanguro, uma das maiores fazendas de soja do mundo, a falta da Floresta Amazônica resultou no aumento médio de 5°C. A diferença é ainda maior no final da estação da seca. Conforme a explicação do cientista Michael Coe, "Cada metro quadrado de floresta remove da atmosfera o calor referente a duas lâmpadas incandescentes de 60 Watts, acesas 14 horas por dia".

Uma árvore típica da Amazônia libera para a atmosfera através da evapotranspiração cerca de 500 litros de água por dia e a floresta da região do Xingu devolve para a atmosfera 3/4 da água que recebe da chuva. A proporção cai para menos de 50% se a cobertura do solo for de pastagem ou cultivo agrícola. Esta umidade forma nuvens de chuva que mantém a floresta viva.

Nas últimas duas décadas, o desmatamento na bacia hidrográfica do Rio Xingu causou a redução da devolução da umidade para a atmosfera em 35 km³/ano.

Carlos Nobre falou mais uma vez sobre a sua grande preocupação que é o processo de "savanização" da Amazônia, que será a consequência do aumento da temperatura, o prolongamento da estação das secas e o aumento das queimadas.

Paulo Moutinho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM, disse que o alerta de Carlos Nobre está sendo confirmado pelos estudos que estão sendo realizados na Fazenda Tanguro.

A savanização da Amazônia teria consequências planetárias. Segundo o professor e pesquisador José Marengo, a transição da floresta para a savana causaria a perda da capacidade atual da Amazônia de absorver cerca de 1 bilhão de toneladas/ano de CO2 da atmosfera e passaria a ser emissor de carbono. Marengo diz que seria "bye-bye Acordo de Paris", que prevê a redução de 2°C da temperatura média do planeta para evitar uma catástrofe climática.

O artigo é muito elucidativo.

Axel Grael
Engenheiro florestal



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The boundary between Tanguro Farm and the Amazon rainforest in Mato Grosso, Brazil. COURTESY OF CHRIS LINDER


Amazon Watch: What Happens When the Forest Disappears?

At a remote site where the world’s largest rainforest abuts land cleared for big agriculture, Brazilian and American scientists are keeping watch for a critical tipping point – the time when the Amazon ceases to be a carbon sink and turns into a source of carbon emissions.

BY FRED PEARCE • OCTOBER 17, 2019

The contrast is staggering. On one side of a narrow track is cool, moist rainforest, stretching northwest for hundreds of kilometers through the almost intact Xingu indigenous reserve. On the other side is hot, bare ground being prepared to plant soy on a farm the size of 14 Manhattans. This, says my guide, earth systems scientist Michael Coe, is the front line of deforestation in the Amazon – where the rainforest meets agribusiness, but also where a rainforest ecosystem is being degraded into savanna grassland.

It is also “the perfect laboratory” for exploring how forests interact with climate, and how that changes when the forest disappears, says Coe, of the Woods Hole Research Center in Massachusetts. And it is where Brazilian and American scientists are keeping watch for the long-predicted tipping point – the moment when the Amazon, the world’s largest rainforest, begins a process of runaway degradation, when so much forest has been lost that the transition to savanna is irreversible. That will be the moment when the Amazon ceases to be a carbon sink that helps protect the planet from climate change, and turns into a global source for carbon emissions.

We are on Tanguro Farm in the Brazilian state of Mato Grosso, one of the world’s largest soy farms. A 16-hour bus ride from Brasilia, the farm is in the basin of the Xingu River, one of the Amazon River’s largest tributaries. A century ago, when the area was still remote jungle, eccentric British explorer Percy Fawcett disappeared here while searching for the rumored “Lost City of Z,” and where some 100 people died seeking to rescue him.

"The air over the huge Tanguro Farm is on average 5 degrees Celsius hotter than in the forested reserve that adjoins it".

There may never have been a “lost city.” But the modern-day local town of Canarana is full of grain silos, bars, and John Deere franchises, servicing the big farms. One of the largest, Tanguro, was partly cleared for pasture in the 1980s, and converted to cultivation starting in 2003 by the Amaggi corporation, the world’s largest soy farming conglomerate. Today, half is comprised of fragments of forest; the rest consists of giant fields growing soy, corn, and, starting this year, cotton.

Thanks to a deal struck at a chance meeting between Woods Hole researcher Dan Nepstad and the company’s CEO and then-state governor Blairo Maggi, American researchers and colleagues from the Amazon Environmental Research Institute (IPAM) have since 2004 been monitoring the forest and researching how the climate is changing in and around it.

And following the widespread fires set this year on the fringes of the Amazon – breaking a run of 15 years during which deforestation had been dramatically reduced – places such as this are on the front line as the Amazon faces its most fundamental crisis, with temperatures rising, dry seasons lengthening, and rainforest trees being replaced by savanna species.

More than a third of the Xingu Basin, a region bigger than New York State, is now deforested. Scraps of tree cover are all that remain outside the still densely forested Xingu indigenous reserve at its heart. I am shown around by Coe and Divino Silvério, the son of a local farmer. whose research work on the station has garnered him a doctorate and a string of highly regarded scientific papers. “We have over a decade of data here. Nowhere else in the tropics has that,” says Coe.


Tanguro is one of the largest farms in Mato Grosso. In total, more than a third of the Xingu Basin has been deforested, much of it for growing soybeans. COURTESY OF MICHAEL COE


What they are seeing is alarming.

Deforestation is dramatically raising local temperatures. The air over the farm is on average 5 degrees Celsius hotter than in the forested reserve over the fence: 34 degrees C, rather than 29 degrees C. The difference rises to a staggering 10 degrees at the end of the dry season, says Coe.

And the dry season is lengthening. Across the Xingu Basin and through the southern Amazon region known as the “arc of deforestation,” it lasts almost four weeks longer than half a century ago.

Why these huge changes? The answers lie not in global climate change but in the impact of deforestation, says Coe. In the old days, the trees of the rainforest acted as water pumps, recycling most of the rainwater, which they pumped from underground and released into the atmosphere from the pores in their leaves, a process known as transpiration.

Transpiration requires large amounts of energy, taken from solar radiation. “Every square meter of forest removes the heat equivalent of about two 60-watt [light] bulbs burning 14 hours per day,” Coe calculated in one study. So it cools the air of intact forest. But take away the forest, and the air is instantly much hotter.

The transpiration of a typical large Amazon tree also releases around 500 liters of water a day into the atmosphere. The moisture creates clouds and rain that sustain the forest. Three-quarters of the rain falling in the forested parts of the Xingu Basin is recycled back into the air in this way. But that proportion falls to 50 percent or less if the trees are replaced by pasture or croplands.

Deforestation creates what one scientists calls “a giant change to the water and energy balance. The climate shifts.”

The Amazon currently still generates about half its own rainfall, with some rain blowing on the trade winds from the Atlantic Ocean falling and then transpiring back into the air five or six times as it crosses the vast basin. But deforestation has reduced annual moisture recycling in the Xingu Basin by 35 cubic kilometers in the past two decades, according to Silvério.


So deforestation creates what Coe calls “a giant change to the water and energy balance. The climate shifts.” Permanently steamy jungle is replaced by a hotter, drier climate, with dust devils replacing transpiring trees.

The change is especially important at the end of the dry season. Tapping water deep underground, trees keep transpiring even after months without rain. In fact, thanks to the energy from the unrelenting sun, they transpire even more in the dry season than in the wet season. Research at Tanguro has confirmed that this is vital to ending the dry season, because it provides the first moisture for the rains to resume, says Coe.

As the climate changes, so does the vegetation. Rising temperatures and a longer dry season, both caused by the loss of trees, create water stress that flips ecosystems from rainforest to savanna.

A long dry season also makes the forests more susceptible to fires. And fires in turn accelerate the change in vegetation. As Coe puts it: “Fire is nature’s way of starting over.” And now when it starts over here, it shifts to savannah species.


Experimental blazes on the Tanguro Farm allow scientists to study how the Amazon forest responds and regrows after fires. COURTESY OF WHRC AND IPAM


The combination of rising temperatures, longer dry seasons, and more fires is driving the “savannization” of the forests – a process first predicted in 1991 by Brazil’s pre-eminent climate scientist, Carlos Nobre. “When the dry season becomes longer than four months, tropical forest turns to savanna,” he told me when we met in his hometown outside São Paulo after my visit to Tanguro.

For many years this was just a prediction from climate models. But, says Paulo Moutinho, a senior scientist at IPAM and a fellow of Woods Hole, “Our fire studies at Tanguro were the first to test Nobre’s savannization model in the field. We are demonstrating what Nobre predicted — that fire transforms rainforest into savanna through speeding the invasion of cerrado trees.” Silvério has overseen a detailed inventory of thousands of trees in the forested areas of Tanguro Farm. The second census, currently under way, has found a decline in the number of species in just the past four years. Big rainforest trees in particular are being replaced by fast-growing pioneer species, many more widely known in savanna regions.

Experimental plots at Tanguro, in which patches of forest are subjected to burning, show how following the fires, savanna trees and grasses move in to replace the lost rainforest. The grasses in particular are more flammable, so the next fire burns more fiercely than the first.

The managers on Tanguro Farm have been attempting to follow the government’s Forest Code, which requires them to plant native rainforest tree species onto land near rivers that was illegally cleared by the cattle ranchers that preceded them. But the new savanna climate means rainforest saplings won’t grow, says Coe. “Probably savannah species would grow, but the code says you have to restore what was there before.” So instead, the company leaves these riparian areas fenced off in the hope the native species will find a way to return. Nobody is holding their breath.

Nobre argued in 2007 that there could come a point where savannization is unstoppable across large swaths of the Amazon. He said the tipping point could occur if 40 percent of the forest was lost. More recently he has warned that, with the background global rise in temperatures, that threshold could be much closer – at between 20 and 25 percent loss. With Brazilian government scientists putting the current loss at 19.7 percent, the doomsday could be close.

Some leading Brazilian researchers question whether there is a single tipping point that applies to the entire Amazon.

Some leading Brazilian researchers interviewed for this article questioned whether there is a single tipping point that applies to the entire Amazon. It could be a more gradual process. The more pristine north and west could survive. But other regions in the south and east, including Mato Grosso, are well past 25 percent loss. And in Tanguro, accelerating savannization seems to be under way right now.

This matters for the planet as a whole. For, says Jose Marengo, research director of Brazil’s National Center for Monitoring and Early Warning of Natural Disasters, switching from rainforest to savanna will change the Amazon from its current position as a sink for about a billion tons of atmospheric carbon dioxide a year, into a CO2 source. “It would mean bye-bye Paris,” he says, referring to the 2015 Paris accord aimed at keeping global warming below 2 degrees.

One researcher told me she believes that the switch has already happened. Her study is not yet completed, but it may produce some headline-grabbing findings next year.

For the Brazilian scientists fighting to save the Amazon, the tragedy is that they are seeing decades of work that established the rainforest’s importance for Brazil and the globe apparently undone in the months since Jair Bolsonaro took office as Brazil’s president in January. He has effectively given a green light for forest clearance. This has put into reverse a decline in deforestation of more than 75 percent since 2004, just after environmental activist Marina Silva became the country’s environment minister. She introduced a moratorium on the sale of beef or soy from recently deforested land and policing the Amazon with real-time satellite monitoring of forest destruction.

Bolsonaro says Brazil cannot allow its economic development to be hampered by foreign-imposed restrictions on clearing forests for agriculture. Baloney, say most of his country’s scientists. Most deforestation is carried out illegally by speculators grabbing state-owned forest land. “They cut and burn the trees. Then they put in cattle, and wait for an amnesty to legalize their annexation, after which they can sell,” says Mountiho.


The Xingu indigenous reserve, one of the Mato Grosso region's few remaining largely intact areas of forest. COURTESY OF WHRC AND IPAM

This is not about economic development, Mountiho says. It is about condoning criminality. Genuine economic development would involve more intensive use of already deforested land. In fact, says Nobre, the country could increase beef and soy production while still giving land back for natural forest regeneration. “If you double up livestock intensity, which is entirely feasible, you could free up more than half a million square kilometers for forest restoration,” he told me.

Such progressive policies are now supported by many large agribusinesses, says Nobre. They fear that continued deforestation could bring international consumer boycotts of their beef, soy, and other products. But it remains unclear if the government will continue to back land speculators or listen to an emerging alliance of environmentalists and agribusiness.

With a tipping point looming, the stakes are immensely high for the Amazon and the planet. The forests and much of their biodiversity could, with the right assistance, still recover. Even the huge soy fields at Tanguro are not as lifeless as might be expected. Tall flightless rhea birds wander around looking for seeds. Tapir tracks and droppings are everywhere. Armadillos burrow in the verges. And I even saw a jaguar saunter down a track just 20 meters from a field waiting to be planted with soy.

But on the road back to Canarana, just a few kilometers from the farm gate, Silvério and I encountered the blackened remains of a native forest. It had been engulfed in flame after a fire set to clear scrub on pasture just a week before spread across the road. Was it deliberate or accidental? Out here on Brazil’s wild frontier, nobody knew – or was saying.


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Fred Pearce is a freelance author and journalist based in the U.K. He is a contributing writer for Yale Environment 360 and is the author of numerous books, including The Land Grabbers, Earth Then and Now: Amazing Images of Our Changing World, and The Climate Files: The Battle for the Truth About Global Warming.


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Fonte: Yale 360