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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Experimento pioneiro nas Ilhas Cagarras é tema de mostra em Copacabana



Placa sinalizadora do projeto existente na Ilha Comprida - Fernando Moraes/Projeto Ilhas do Rio / Divulgação


Por Denise Roque

Projeto Ilhas do Rio promove palestra sobre descobertas de pesquisa da flora da Ilha Comprida

RIO — O Projeto Ilhas do Rio organiza neste sábado, no Centro de Visitantes da Colônia de Pescadores, ao lado do Forte de Copacabana, uma mostra gratuita que mostrará as descobertas da pesquisa de flora do Monumento Natural das Ilhas Cagarras (MoNa Cagarras). Na ocasião, o pesquisador do Jardim Botânico, Massimo Bovini, responsável pelo projeto, dará uma palestra sobre o assunto.

— O projeto Ilhas do Rio abrange o MoNa Cagarras, que é um arquipélago formado por quatro ilhas, sendo uma delas a Ilha Comprida, na qual desenvolvemos em 2014 um experimento piloto, com o objetivo da erradicar o capim-colonião (espécie invasora que mata outras plantas) e recuperar a floresta nativa — explica o coordenador da pesquisa.

O Ilhas do Rio faz o levantamento de toda a biodiversidade marinha e terrestre das ilhas. Apesar da proximidade com a cidade, o Monumento Natural das Ilhas Cagarras ainda preserva uma flora muito rica, com florestas densas e presença de espécies que pensavam estar em extinção na cidade. Curiosidades como esta serão apresentadas na palestra de Bovini, que falará, sobretudo, do experimento de retirada do capim-colonião e do replantio de mudas de espécies nativas das ilhas, devolvendo a elas sua diversidade original.

— O Capim-colonião é uma espécie de origem africana, não faz parte da biodiversidade das Ilhas. É devastadora, facilmente inflamável e invasora no sentido de destruir outras espécies existentes na flora, pois deixa o solo pobre em nutrientes — detalha Bovini. — Utilizamos o fogo controlado, que queimou todo o capim, e logo após métodos com lona, que sombrearam a área, já que o capim-colonião se desenvolve com auxílio da luz solar. Usamos também herbicida e a roçada manual. Por fim, houve o plantio de 300 mudas de espécies nativas.


O pesquisador Massimo Bovini segurando mudas de plantas nativas para plantio. - Fernando Moraes/Projeto Ilhas do Rio / Divulgação


A mostra contará com fotos de flores e plantas encontradas nas ilhas, vídeos com registros das saídas de campo da equipe do Projeto Ilhas do Rio, maquete do arquipélago, além de exemplares da flora dessecadas e prensadas, que hoje fazem parte do herbário do Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico, cedidos especialmente para a exposição.

De acordo com o pesquisador, o resultado do experimento na Ilha Comprida está sendo satisfatório, pois das 300 mudas plantadas, cerca de 10% vingaram e isso estava dentro do esperado. Agora, a partir das mudas que vingaram, e que já estão com 1,80m, uma nova metodologia será empreendida, estimando resultados mais consistentes daqui a um ano e meio.

A mostra e a palestra são abertas ao público. Sábado, a partir das 10h. Mais informações pelo e-mail ea@ilhasdorio.org.br. A lotação máxima para a palestra é de 20 pessoas.

*Estagiária sob supervisão de Ana Beatriz Marin


Fonte: O Globo










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