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domingo, 25 de março de 2018

Ministro do Planejamento propõe ao BID criar mecanismos de gestão de riscos de projetos de infraestrutura na América Latina



Dyogo Oliveira participou do painel sobre Novas Oportunidades de Parcerias Público-Privadas na América Latina e Caribe e Financiamento da Infraestrutura no futuro da região

O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, defendeu a criação de mecanismos financeiros de garantia para alavancar investimentos privados em projetos de infraestrutura para a América Latina durante “Reunião Especial de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento, BID”, em Mendoza, na Argentina. O ministro pediu aos governadores que iniciem estudos neste sentido dado o momento de forte liquidez do sistema financeiro mundial.

“Eu proponho que o BID promova estudos que apontem soluções mais eficientes para a gestão de riscos de projetos e facilitem a alavancagem de investimento privado na região”, disse o ministro durante painel deste sábado, 24.



O ministro de finanças da Argentina e presidente da Assembléia de Governadores do BID, Luis Caputo, concordou com a sugestão do ministro Oliveira de que o BID deve atuar de forma a alavancar os investimentos privados na região. A Secretaria de Estado de Economia e Apoio a Empresa da Espanha, Garrido, destacou o dinamismo dos mercados da região e apontou o Brasil como país prioritário para investimento espanhol.

Dyogo ressaltou ainda a necessidade de novos investimentos dos países com apoio do BID para fazer frente a revolução da Indústria 4.0 que está chegando. “O desafio que antes era construir rodovias e saneamento para fornecer água, agora ao mesmo tempo precisamos também investir em uma infraestrutura mais moderna para promover a quarta revolução industrial”.

O presidente do BID, Luis Alberto Moreno, disse que o desafio da região reside na necessidade de convergência da infraestrutura e melhoria da conectividade entre os países uma vez que os investimentos ainda estão aquém do necessário. Sem isso, a região não conseguirá alcançar o desenvolvimento necessário para superar os obstáculos de crescimento, ressaltou ele durante abertura da assembleia que contou com a presença do presidente argentino, Mauricio Macri. Segundo Moreno, o banco também tem se adequando às novas demandas sociais e por isso tem reforçado políticas de igualdade de gênero e de sustentabilidade ambiental na execução de projetos.

Como motor de crescimento econômico e da redução da pobreza, as parcerias público-privadas estão em alta na América Latina e Caribe. Na última década, houve cerca de mil projetos de PPP de infraestrutura avaliado em US$ 360 bilhões. Apesar do ganho histórico, muitos projetos são incapazes de mobilizar o capital privado, segundo avaliação do Ministério do Planejamento.

Os bancos multilaterais estão desempenhando um papel fundamental no fechamento das lacunas de infraestrutura de cerca de US$ 200 bilhões por ano na América Latina e no Caribe. “Apesar disso, é praticamente impossível para eles fazerem isso sozinhos. São necessários novos produtos e estruturas de financiamento que sejam atraentes para os novos atores. Quanto mais atraente for demonstrado a relação entre risco e retorno do financiamento de infraestrutura mais será reconhecido como um novo tipo de ativo, mais projetos atrairão investidores e mais benefícios de desenvolvimento serão obtidos na região”, de acordo com o secretário-adjunto da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Carlos Lampert.




Projeções para América Latina

De acordo com FMI, a América Latina deve crescer 1,9 por cento em 2018. O ambiente externo dá suporte à recuperação com a melhor demanda nos países-parceiros da região e condições financeiras externas favoráveis, com a volatilidade no mercado financeiro global em baixas históricas e a manutenção de ingressos de investimento estrangeiro direto. A inflação está cedendo em vários países da região à medida que os efeitos de transferência das depreciações cambiais anteriores diminuem e algumas moedas se apreciam, segundo análise da Secretaria de Assuntos Internacionais, do MP.

Já a situação fiscal na região tem sido afetada por ajustes na economia global, em especial pelo ritmo relativamente lento de crescimento na produção e no comércio internacional e pela evolução dos preços para a região de seus principais bens de exportação, especialmente commodities, segundo a Seain.

BID

A visão atual do Banco objetiva trabalhar pela melhoria da qualidade de vida na América Latina e no Caribe, buscando reduzir a pobreza e a desigualdade, por meio do apoio financeiro e técnico, com vistas a alcançar o desenvolvimento sustentável.

O BID conta com 26 membros regionais em desenvolvimento, que têm 50% do poder de voto e um capital que soma USD 87 bilhões; dois membros regionais desenvolvidos – Estados Unidos e Canadá: com, respectivamente, 30% e 4% do poder de voto. O Brasil é representado na Assembleia de Governadores, máximo órgão decisório, pelo Ministro de Estado do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, como Governador, e pelo Secretário da SEAIN, Jorge Arbache, como Governador Alterno.

Carteira do BID

Em 2017, o Banco aprovou 90 projetos de empréstimos com garantia soberana, com um financiamento total de USD 11,4 bilhões, sendo 73 projetos de investimentos e 17 de apoio a reformas de políticas. Com essas aprovações, a carteira ativa de projetos com garantia soberana em execução ao final de 2017 somava 594 operações, com um saldo de USD 29,3 bilhões, com um crescimento médio nos últimos 5 anos de 29% em volume.

Do total de recursos desembolsados pelo Banco em 2017, 60% correspondem ao setor de infraestrutura e meio ambiente, 19% a programas de instituições para o desenvolvimento, 17% para programas do setor social e 4% para programas de comércio e integração regional.

Os empréstimos totais do Banco totalizaram USD 12,9 bilhões em 2017, representando um aumento de 20,2% em relação ao total de 2016, de USD 10,7 bilhões. Os empréstimos do BID para o Brasil aprovados em 2017 somaram USD 2 bilhões, um aumento de 54,5% em relação a 2016, quando esses somaram USD 1,3 bilhão.



Das operações brasileiras aprovadas pelo Banco em 2017, acima de USD 5 bilhões, destacam-se o Programa Innovar para Crescer (USD 600 milhões), Investimentos em Infraestrutura Energética em Santa Catarina - Celesc-D (USD 276 milhões), Infraestrutura e Logística de Transportes no Paraná (USD 235 milhões) e Desenvolvimento Urbano Integrado e Sustentável do Município de João Pessoa (USD 100 milhões).

Fonte: Ministério do Planejamento



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