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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

O Globo: "Manobra de Paulo Wanderley tira Lars Grael de corrida para ser vice do COB"



Não foi desta vez. Fora da briga na atual gestão, Lars Grael pode se candidatar à presidência do COB em 2020 - Gustavo Azeredo / Gustavo Azeredo/Arquivo


por Carol Knoploch

Velejador estava sendo convencido pela comunidade esportiva a se candidatar

Uma manobra do presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley, fez com que o velejador Lars Grael, duas vezes medalhista olímpico de bronze, nos Jogos Olímpicos de Seul (1988) e de Atlanta (1996), e forte candidato a ocupar a vice-presidência da entidade, declinasse da candidatura. O prazo para as inscrições tanto para este cargo quanto para as cadeiras nos Conselhos Administrativo e de Ética se encerrou nesta quinta-feira. E Lars, hoje presidente da Comissão Nacional de Atletas, membro do Conselho Nacional dos Esportes (CNE) e superintendente Técnico da Confederação Brasileira de Clubes, não está no páreo.

O FIM EM UM TELEFONEMA

Querido e respeitado na comunidade do esporte, o velejador ainda estava sendo convencido por atletas, ex-atletas, associações e outros agentes do esporte a entrar no pleito, que será em 23 de março. Até um almoço foi organizado, há cerca de 20 dias, pela comunidade esportiva, com o objetivo de persuadi-lo. Mas um telefonema de Wanderley estragou a festa.

— Não lembro exatamente as palavras que usei. Falei como amigo e dei minha posição de que, neste momento, acho justo que o vice seja alguém do colégio eleitoral — admitiu Wanderley. — Em absoluto pedi, com essas palavras, que desistisse.

Depois do episódio, Lars desistiu do processo. Comenta-se, porém, que o velejador recuou num primeiro momento de olho no futuro, nas eleições para a presidência, em 2020.

— Eu não me candidatei porque julguei que não era o momento. O COB ainda atravessa uma fase de transição e fico feliz em saber que há três candidatos qualificados na disputa — respondeu Lars ao GLOBO.

Agora, ao menos três concorrerão ao cargo: o coronel reformado Marco La Porta, atual presidente da Confederação Brasileira de Triathlon, o acadêmico José Medalha, ex-técnico de basquete, profissional de Educação Física com mestrado (Treinamento Esportivo) e doutorado (Administração Esportiva) pela Universidade do Indiana (EUA), e Marcel, ex-integrante da seleção brasileira de basquete por 20 anos (tem quatro Olimpíadas no currículo) e que foi diretor do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo.

Mas, a lista pode ser maior. Isso porque o COB não confirmou quais candidaturas foram inscritas (era preciso apoio de três membros da Assembleia Geral). Explicou, porém, que vai divulgar a informação após checagem de uma empresa de auditoria externa, que irá confirmar se os nomes estão em conformidade com regras do novo estatuto, incluindo ter currículo compatível e ser “ficha limpa”.

Inicialmente, o candidato do colégio eleitoral era Ricardo Machado, da Esgrima. Mas a Associação Brasileira de Esgrimistas (ABE) fez pressão e revelou problemas em sua gestão na aplicação da verba pública, proveniente da Lei Agnelo Piva, apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria Geral da União (CGU). Depois disso, ele se retirou do processo.

Assim, La Porta, que havia pensado em concorrer a uma cadeira do Conselho Administrativo, foi lançado a vice.

— Acho que posso contribuir muito mais na vice-presidência. Tenho bom trânsito nas Forças Armadas e em Brasília, no Ministério do Esporte. Quero fazer parte desse processo de mudança — disse o coronel, que já é tratado, pelos dirigentes, como "o escolhido".

Esses três candidatos já estão confirmados para participar de um debate, promovido pela Sou do Esporte, associação sem fins lucrativos que atua como rede de relacionamento entre atletas, entidades esportivas, poder público e o setor privado, no próximo dia 28, em São Paulo. Essa será a primeira vez na história do COB que haverá este tipo de iniciativa.

— Não dá mais para vivermos com indicações para esses cargos. É preciso conhecer os candidatos e debater o futuro do esporte. Esse é um movimento sem volta — opina Fabiana Bentes, CEO do Sou do Esporte, que se disse satisfeita com as candidaturas apresentadas.

Fonte: O Globo



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Nota do Lars sobre esta matéria:


Sobre esta matéria publicada no Jornal "O Globo" de hoje, cumpre-me confirmar a declaração publicada à seguir:

"— Eu não me candidatei porque julguei que não era o momento. O COB ainda atravessa uma fase de transição e fico feliz em saber que há três candidatos qualificados na disputa — respondeu Lars ao GLOBO."


O Presidente do COB Paulo Wanderley possui experiência bem sucedida na Confederação Brasileira de Judô, e é merecedor de um voto de confiança de toda comunidade esportiva.

As atitudes tomadas deste sua assunção ao cargo, demonstram uma intensa vontade de recuperar a credibilidade desta entidade centenária e principal do esporte olímpico brasileiro.

O COB tomou medidas de alterações estatutárias que o colocaram na vanguarda do processo de governança, inclusive garantindo a representação dos atletas em sua assembleia.

Paulo Wanderley possui um contato direto comigo, e não interpreto que sua mensagem tenha sido uma "manobra" para me tirar de uma possível candidatura de Vice. Ele possui liberdade para conversar aberta e francamente comigo.

3 candidatos ao cargo de Vice-Presidente do COB se inscreveram. Todos respeitáveis à saber:

- O Presidente da CBTri que é da geração nova de dirigentes Coronel Marco La Porta tende a contar com o apoio das confederações que são majoritárias no colégio eleitoral do COB.

- Marcel do Basquete (atleta campeão Panamericano; Médico e membro do TJD de Antidopagem) traz a simpatia e apoio dos atletas como da ONG "Atletas pelo Brasil", e, da Comissão Nacional de Atletas - CNA. Estes devem impactar o voto dos 12 representantes dos atletas na assembleia do COB.

- O Professor Doutor e Treinador José Medalha possui apoio do Basquetebol, e de parte expressiva da comunidade da Educação Física e do desporto paulista.

É um processo democrático e saudável. Comprova o amadurecimento do sistema de governança do esporte brasileiro. Até mesmo debate entre os 3 candidatos a Vice-Presidente do COB, deverá acontecer em São Paulo no dia 28/02 promovido pela Sou do Esporte. Fato absolutamente inédito!

Do ponto de vista do poder que comandará o COB sob a presidência do Paulo Wanderley, a disputa maior nas eleições de 23 de Março se dará às vagas ao recém criado Conselho de Administração. Este conselho terá um poder decisório enorme dentro da nova realidade de governança do COB:



- Atletas - O presidente e vice da Comissão de Atletas (o judoca Thiago Camilo e a Pentatleta Moderna Yane Marques) do COB, terão acesso automático.
- Confederações - Outras vagas serão escolhidas entre os presidentes das confederações, como por exemplo, um dos candidatos, é o Presidente da Confederação Brasileira de Vela, Marco Aurélio Sá Ribeiro que recentemente inovou ao alterar o estatuto da CBVela para que todos atletas federados tenham acesso ao voto.
- Independentes - Nas 2 vagas deste C.A. para candidatos "independentes", concorrem dentre outros, candidatos representantes dos clubes como Sergio Rodrigues indicado pelo Minas Tênis Clube e Carlos Osso indicado pelo Esporte Clube Pinheiros, dois clubes gigantes e integrantes do Comitê Brasileiro de Clubes.

Haverá ainda eleição para a Comissão de Ética do COB, aonde vários nomes de peso buscam contribuir com o COB como:

- Alberto Murray, advogado e experiente no olimpismo (neto do ex-presidente do COB Major Sylvio de Magalhães Padilha);
- Mariana Brochado, atleta de natação e representante do Clube de Regatas Flamengo;
- Alexandre Perrone, indicado pelo Esporte Clube Pinheiros;
- Arnaldo de Oliveira, medalhista olímpico de Atletismo;
- Sami Arap, ex-presidente da Confederação Brasileira de Rugby e modernista na governança esportiva;
- Humberto Panzetti, que é ex-atleta de Luta de Braço, Secretário de Esportes de Indaiatuba/SP e membro do Conselho Nacional do Esporte.

O fato de muitos se voluntariarem a atuar na gestão do COB, mostra um processo de oxigenação e modernização do centenário Comitê Olímpico do Brasil.

O momento é de debate, renovação e união através do esporte.

Lars Schmidt Grael
Velejador








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