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domingo, 22 de outubro de 2017

REFLORESTAMENTO: Replantio muda paisagem do Morro Boa Vista



COMENTÁRIO DE AXEL GRAEL:

A Prefeitura de Niterói desenvolve um ambicioso programa de reflorestamento que prioriza várias áreas da cidade. O Morro da Boa Vista tem concentrado a maior parte dos plantios no momento e, em breve, outras áreas da Região Norte, Centro, e Região Oceânica, também serão atendidas.

Os plantios fazem parte do Programa Niterói Mais Verde, instituído pelo prefeito Rodrigo Neves em 2014, que expandiu as áreas protegidas de Niterói, fazendo com que a cidade alcance, em breve, cerca da metade do seu território coberto por unidades de conservação. Em paralelo, implantamos o programa Niterói Contra Queimadas e o GECOPAV-Grupo Executivo para o Crescimento Ordenado e Proteção às Áreas Verdes, que previne a ocupação irregular das áreas de encostas e áreas de risco.

O trabalho de reflorestamento de encostas promove as seguintes vantagens para a cidade:
  • SEGURANÇA DAS ENCOSTAS: Protege da erosão superficial, prevenindo ou minimizando riscos geotécnicos (deslizamento de encostas). Devido às características geológicas do revelo de Niterói, é muito comum a presença de matacões e pequenas rochas que mediante chuvas ou outros fatores naturais ou por causa humana, podem se deslocar e descer perigosamente a encosta afetando residências e logradouros públicos, colocando a população em risco. A presença da floresta diminui os riscos, principalmente nos casos de rochas menores.
  • PREVENÇÃO DE ENCHENTES: a floresta retém água e em ocasiões de chuvas mais fortes, evita que haja um rápido escoamento de águas, que ao chegar às áreas mais baixas da cidade provocam o transbordamento de rios e enchentes de logradouros e áreas urbanas.
  • PREVENÇÃO DO ASSOREAMENTO: a floresta evita a erosão e o carreamento de sedimentos para os rios, para as drenagens naturais ou drenagens urbanas, causando o assoreamento. Rios e drenagens assoreados são mais susceptíveis à inundação. Para preveni-la, a Prefeitura se vê obrigada a promover com frequência a limpeza e o desassoreamento de rios, que é um trabalho caro e exige muito esforço das equipes de trabalhadores da Prefeitura.
  • CLIMA E CONFORTO TÉRMICO: encostas desmatadas refletem muito mais calor e aquece os bairros próximos. Com mais calor, aumenta a despesa com ar-condicionado em imóveis e veículos.
  • DESMATAMENTO E FOGO: os incêndios em vegetação, exceto nos casos de raios - praticamente a única hipótese de ignição natural, sempre tem origem humana e são a maior causa de destruição de florestas. Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, áreas desmatadas são rapidamente ocupadas pelo capim-colonião, que por sua vez é altamente comburente e, portanto, susceptível ao fogo. O fogo no capim-colonião é de difícil controle, principalmente em encostas e, com frequência, incêndios iniciados em áreas de capim alastra-se para outras áreas ainda florestadas, ampliando a destruição.
  • FLORESTA E POLUIÇÃO DO AR: florestas previnem a formação de poeira e são importantes filtros para a retenção de particulados (poeira), melhorando muito a qualidade do ar. Também cabe destacar que, como vimos acima, florestas amenizam o clima e a ausência dela provoca maior aquecimento. Em locais mais quentes, veículos utilizam mais o ar-condicionado, o que aumenta o consumo de combustível. Maior gasto de combustível implica em maior emissão de gases por parte dos veículos e, considerando que o transporte é o maior responsável pela poluição atmosférica nos grandes centros urbanos. Portanto, podemos afirmar que florestas ajudam a prevenir a poluição do ar.
  • FLORESTA E LIXO: segundo estudos realizados pela Prefeitura de Niterói, a maior causa de incêndios em vegetação são a queima de lixo e balões, práticas ilegais e que precisam ser combatidas. 
  • FLORESTA E ÁGUA: o Brasil acabou de passar por uma grave crise hídrica e muitas cidades ficaram com o abastecimento de água comprometido. Sofremos as consequências da crise hídrica também na conta de energia, que foi sobre taxada devido à falta de água nos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de energia do país. As florestas são fundamentais para proteger os mananciais. Sem floresta, as nascentes secam. Sem as nascentes, os rios perdem a sua vazão e a natureza e o ser humano perdem a capacidade de sobrevivência.
  • BIODIVERSIDADE: florestas abrigam inúmeras espécies vegetais e atraem animais. Áreas desprovidas de florestas são pobres em biodiversidade.
  • PAISAGEM, LAZER E TURISMO: florestas são oportunidades para o lazer, recreação e para o turismo. Portanto, além de beneficiar diretamente a população, contribuindo para a qualidade de vida, florestas são indutores do turismo, gerando empregos e movimentando a economia.

Pelos motivos acima citados, a Prefeitura de Niterói criou o programa Niterói Mais Verde e tem envidado muitos esforços para proteger as áreas verdes da cidade, evitar que sejam destruídas pelo fogo e promover a recuperação das florestas nas encostas.

O reflorestamento é um trabalho árduo, de risco e muito caro. Calcula-se que para promover o plantio e fazer a sua manutenção até que a floresta se estabeleça de forma a poder desenvolver-se naturalmente, são necessários pelo menos 10 anos de manejo e tratos culturais mais intensos, consumindo-se pelo menos US$ 10 mil/hectare.

Portanto, quando se vê o fogo numa encosta, é preciso pensar que é dinheiro que está virando fumaça, que é a saúde das pessoas que está sendo prejudicada, que são empregos que estão deixando de ser gerados, e que são oportunidades para o futuro que estão sendo desperdiçadas.

Também, como vimos, recuperar florestas é necessário, é muito trabalhoso e custa muito caro. Os recursos públicos que são canalizados para reflorestar áreas que foram queimadas poderiam ser aplicados em outras necessidades da população.

Portanto, evitar queimadas é uma questão de bom-senso e de inteligência. Incêndios em vegetação precisam indignar as pessoas e esta indignação precisa ser canalizadas para ações efetivas. Uma boa forma de ajudar é participar dos cursos de Formação de Voluntários para a Prevenção de Queimadas, o chamado NUDEC-Queimadas, oferecidos pela Defesa Civil de Niterói. Saiba como participar aqui.


Axel Grael
Secretário Executivo
Prefeitura de Niterói



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Replantio muda paisagem do Morro Boa Vista




por

Crescimento de 25 mil mudas de 50 espécies já revitalizou 9,5 hectares de área verde no Bairro de Fátima

O biólogo marinho Luiz Gonzaga, que já reflorestou sozinho mais de 20 mil metros quadrados de área de mangue às margens da Lagoa de Itaipu, costuma dizer que “é só dar uma forcinha; o resto, a natureza faz”. E foi o que ela fez também no Morro Boa Vista, na região central da cidade, com a “forcinha” da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin), do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e de medidas compensatórias que promoveram o plantio de aproximadamente 25 mil mudas de 50 espécies numa área de 9,5 hectares do Bairro de Fátima que passou anos degradada.


25 mil mudas de 50 espécies foram plantadas no Morro do Boa Vista!

Nossa política para a sustentabilidade e o respeito ao meio-ambiente estão gerando ótimos resultados! As medidas compensatórias em nossa cidade já permitiram a revitalização de 9,5 hectares no Morro Boa Vista. Desde que assumimos a Prefeitura de Niterói, iniciamos um trabalho para preservar e recuperar as áreas verdes de nossa cidade e estamos obtendo muito êxito. Já estamos produzindo cerca de 100 mil mudas ao ano e contamos com três viveiros: um no Horto do Fonseca, outro na Clin e mais um no Horto de Itapu. É Niterói avançando de forma mais sustentável e compromissada com as próximas gerações!
(Rodrigo Neves, prefeito de Niterói)


O Morro Boa Vista integra a Área de Proteção Ambiental (APA) da Água Escondida e tem 22 hectares ao todo. O trabalho de reflorestamento que vem sendo feito no local já revitalizou aproximadamente 42% da área degradada do morro. A estimativa é que até 2020 toda a montanha esteja reflorestada. Para conseguir cobrir toda a área, os trabalhos foram divididos em cinco lotes. Três deles são replantados via medidas compensatórias, sendo duas de empreendimentos imobiliários que foram construídos na cidade e uma da Autopista Fluminense, em razão da obra de alargamento da Avenida do Contorno, no Barreto. Uma parte do terreno foi reflorestada pelo Inea, e o maior lote, com aproximadamente cinco hectares, recebeu replantio do projeto socioambiental da Clin, que tem um viveiro em sua sede, próxima ao morro, só para a produção de mudas. Todo o trabalho é fiscalizado pela Secretaria municipal de Meio Ambiente.

Monitoramento constante

Secretário executivo da prefeitura e engenheiro ambiental, Axel Grael explica que o trabalho de plantio por si só não garantiria o reflorestamento. Foi preciso monitorar o crescimento de espécies invasoras e as queimadas, que são os maiores vilões.

— A maior preocupação é com o fogo. E a gente tem o grande inimigo do reflorestamento: é o capim-colonião, que ironicamente tem o nome científico de Panicum maximum. Ele tem uma capacidade de produção de biomassa fantástica e, com alguns dias sem chover, já seca e vira um vegetal com alta capacidade de combustão. É ficar o tempo todo roçando para não deixá-lo se alastrar, porque ele briga muito com a vegetação nativa que ainda está se integrando ao solo — conta Grael. — O melhor instrumento para combater o capim-colonião é sombra. Então, na fase inicial do plantio é preciso monitorar de perto, até que as árvores comecem a fazer sombra e possam se proteger sozinhas.

Além de contribuir para a estabilização das encostas do Morro Boa Vista, o trabalho de reflorestamento está recuperando duas nascentes que existem na área. Devido à sua localização central, a Secretaria municipal de Meio Ambiente acredita que o local tem potencial para se tornar uma área de visitação, inclusive com a criação de um parque, o que será estudado após a conclusão do trabalho de recuperação de toda a mata. Com o sucesso, a prefeitura espera que as ações de revitalização desenvolvidas no Morro Boa Vista sirvam também de exemplo para o reflorestamento de outras áreas verdes degradadas na cidade.

— Serão mais de 22 hectares de áreas recuperadas lá. O morro tinha passado por uma série de queimadas e sofria com problemas de erosão; as chuvas fortes traziam riscos para as pessoas que moram próximo, além de contribuírem para o assoreamento dos rios. O reflorestamento garante a estabilidade do solo e melhora muito o microclima, com melhora da sensação térmica. São ações em que o ganho é mútuo: uma área dessas reflorestada garante um fluxo melhor do aquífero, e, quanto mais ativo o lençol freático for, mais resistente ficam as árvores em período de estiagem — detalha Grael.

Frutas e legumes

No reflorestamento estão sendo usadas mais de 50 espécies nativas, como ipê, aroeira, pau-brasil e pau-ferro. Por meio de um trabalho conjunto da Clin com a Secretaria municipal de Meio Ambiente, e em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), está sendo desenvolvido no Morro Boa Vista um projeto piloto agroflorestal, que consiste no plantio de mudas nativas e também de mudas de árvores frutíferas, além de aipim e outras espécies que podem ser consumidas. Um dos objetivos dessa ação é que os moradores dos arredores do morro aceitem melhor o reflorestamento e ajudem na preservação da vegetação.

Fonte: O Globo Niterói



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