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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Fauna silvestre volta a frequentar áreas verdes de Niterói



Siriema soberana no alto do Costão de Itacoatiara - Igor Camacho / Divulgação 


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Bicho-preguiça, pica-pau, figuinha-do-mangue e outros bichos estão de volta às florestas da cidade

NITERÓI - Setenta e sete espécies de mamíferos, 77 de répteis, 55 anfíbios e 202 aves diferentes. São muitos e variados os vertebrados contabilizados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) em áreas verdes de Niterói. Mas, contrariando os registros oficiais, ora imprecisos, ora desatualizados, um dos grandes trunfos da natureza é a capacidade de se renovar e fazer crescer a lista a todo o tempo, trazendo de volta para perto novos e velhos personagens daqui. Bicho-preguiça, tucano, ouriço-cacheiro, tamanduá-mirim, jacaré-do-papo-amarelo, jaguatirica, jiboia, todos eles estão entre os primeiros habitantes da área da cidade, e, embora alguns tenham sumido por algum tempo, voltaram a ser vistos com relativa frequência nas matas da cidade.

O administrador do Parques de Niterói (Parnit), Alex Figueiredo, é um que observa e comemora a reaparição de algumas espécies:

— São os verdadeiros moradores daqui. Chama atenção, principalmente, a volta da araponga, do ouriço-cacheiro e do tamanduá-mirim. Não eram mais vistos há tempos. A preguiça é outro animal que tem sido visto ultimamente.

O grupo dos mamíferos é o que sofre a maior pressão pela ação do homem, principalmente pela redução de seu habitat. Ainda assim, animais de médio porte como a jaguatirica e o cachorro-do-mato sobrevivem na área do Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset), que guarda o fragmento de floresta mais rico em diversidade de fauna da Região Metropolitana — com registro de 28% de todas as espécies do estado.


Bicho-preguiça fotografado no Engenho do Mato - Felipe Queiroz


Estimulada pela biodiversidade, a atividade de observação de aves cresce na cidade. O coordenador de Monitoramento de Ecossistema do Peset, Felipe Queiroz, conta que, no último Vem Passarinhar, evento de observação organizado pelo Inea em novembro passado, a ave sanã-carijó foi avistada pela primeira vez.

— A figuinha-do-mangue é outra que não aparecia mais aqui e voltou. Ela precisa de uma área bem preservada de mangue. Por alguma modificação, talvez pelo reflorestamento feito pelo Luiz, este e outros animais estão retornando — conta Queiroz, referindo-se ao trabalho de recuperação do mangue no entorno da Lagoa de Itaipu promovido pelo biólogo marinho Luiz Gonzaga.

A fauna marinha também é admirável. Todas as cinco espécies de tartaruga-marinha da costa brasileira têm registros na Enseada do Bananal, principalmente a tartaruga-verde. Os sociáveis golfinhos nariz-de-garrafa também têm sido figurinhas fáceis nas praias oceânicas este ano. Na primeira semana de janeiro, dezenas deles roubaram a atenção de banhistas e remadores na Praia de Itaipu.


Toc-toc. Pica-pau-de-cabeça-amarela na área do Parnit - Newton Moraes 



As áreas verdes protegidas representam quase 40% do território do município, divididas entre os 3.568 hectares do Peset e os 1.600 hectares do Parnit. Ambientalista de longa data, o secretário-executivo de Niterói, Axel Grael, assegura que novas áreas serão incluídas, e o percentual deve subir para até 50%.

— Duvido que outra cidade no contexto metropolitano se aproxime disso — provoca Axel Grael. — É muito comum ter florestas vazias, sem muita diversidade. Niterói ainda tem alguma fauna. É importante porque mostra que temos uma chance maior de estabilizar nossas florestas remanescentes.


















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