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terça-feira, 19 de julho de 2016

Projeto Aruanã da UFF estuda tartarugas marinhas da Baía de Guanabara



Crianças visitando o Projeto Aruanã. Divulgação UFF.

Integrantes do Projeto Aruanã em Itaipu com tartaruga marinha. Divulgação UFF.

Placa Projeto Aruanã. Divulgação UFF.
 
Integrantes do projeto em trabalho de campo. Divulgação UFF.

Trabalho de análise genética de tartaruga marinha. Divulgação UFF.

Tartaruga marinha na praia. Divulgação UFF.


Com o objetivo de monitorar a presença e a qualidade de vida das tartarugas marinhas existentes na Baía de Guanabara e adjacências, surgiu em 2003 o Projeto Aruanã. Sediado no Laboratório ECOPESCA, Biologia do Nécton e Ecologia Pesqueira do Departamento de Biologia Marinha da UFF, em Niterói, procura não só trabalhar diretamente com as tartarugas, mas também conscientizar a população da cidade em educação ambiental.

Quando começou, o projeto restringia o seu trabalho à região de Itaipu, Niterói, RJ. Com o passar dos anos e constatada regularmente a ocorrência de tartarugas marinhas em outras regiões da Baía de Guanabara, percebeu-se a necessidade de ampliação da área de atuação do projeto. Dessa forma, em 2012, com a licença do SISBio, Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade, foi possível aumentar o alcance da operação e incluir todos os municípios da Baía, posteriormente abrangendo também Maricá em 2014.

Em decorrência dessa expansão no direcionamento da atividade, em janeiro de 2012, o que costumava ser conhecido como Projeto de Monitoramento de Tartarugas Marinhas do Laboratório ECOPESCA, foi batizado de Aruanã. O termo é de origem tupi-guarani e é outro nome que se dá à tartaruga-verde, comumente encontrada nessa região.

A equipe é formada apenas por voluntários, biólogos e estudantes da área, e tem como metas principais realizar um levantamento da ocorrência de animais vivos e da sua mortalidade nessa região. Visa também conhecer melhor as interações deste animal com o meio ambiente marítimo, com a comunidade pesqueira local e sua atividade.

A partir do Projeto Aruanã, obteve-se o levantamento dos primeiros dados sobre a captura de tartarugas marinhas através da pesca de arrasto de fundo industrial no Brasil. A análise e identificação de todas as espécies capturadas, dos locais de ocorrência e da quantidade de animais envolvidos, coloca em evidência a relação desse animal com o lixo presente na Baía de Guanabara e as doenças que o afetam.

“Estamos pesquisando a interação das tartarugas com o lixo através da investigação do conteúdo gastrointestinal de animais encontrados mortos. Recentemente, começamos a fazer análises de sangue para verificar o estado de saúde e análises genéticas para identificar a quais populações as tartarugas pertencem. Esses e outros estudos são realizados no ECOPESCA e em parceria com outros laboratórios da UFF e ONGs”, relata a assessora de imprensa do projeto, Larissa Araújo.

Segundo a assessora, através do monitoramento a partir de capturas intencionais, o projeto detectou a existência de poucas tartarugas em Itaipu. Foi observado que no local estão presentes sempre os mesmos exemplares da espécie que lá residem e poucos novos animais chegam à região. Com base nesse dado, teses de doutorado estão sendo desenvolvidas para analisar o resultado desse estudo.

A equipe do Aruanã é formada pelo Coordenador Geral Professor Doutor Cassiano Monteiro-Neto, a Coordenadora Técnica e Científica e Mestre em Ciência Suzana Machado Guimarães e as biólogas: Amanda Vidal (Coordenadora de Educação Ambiental), Alicia Bertoloto (Gestora do banco de dados), Larissa Araújo (Assessora de Comunicação) e Anna Carolina Moraes (Coordenação de Estágio). Sendo um projeto não remunerado e sem nenhum fim lucrativo, Larissa conta sobre o que a motiva a continuar: “Faço o que amo. Se não fosse pelo amor, não só meu, mas de todos do grupo, o trabalho não iria à frente. Encontramos muitas dificuldades no caminho, mas, mesmo assim, aprendemos sempre a seguir em frente e acreditar que uma hora conseguiremos atingir nossos objetivos”.

Apesar de não ter alunos bolsistas, Aruanã aceita estagiários voluntários de faculdades públicas e particulares, escolhidos através de seleções semestrais anunciadas em sua página do Facebook . Utiliza também diversas parcerias, como relata a sua assessora de comunicação: “Temos parcerias com diversas entidades, como INEA, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Niterói, Secretaria de Meio Ambiente de Maricá, Associação de Pescadores Tradicionais de Itaipu, Itaipu Surf Hoe, SGA Toyota, Pro-oceano, Comlurb, Clin, alguns laboratórios que nos auxiliam e o CRAS-UNESA, que recebe os animais que necessitam de reabilitação”.

O seu financiamento é todo feito através da venda de produtos (camisetas, bolsas e adesivos) produzidos pelo grupo e de doações feitas pela população, pelos parceiros e pela própria equipe. A UFF auxilia com o vínculo institucional e com o espaço para a sede no laboratório ECOPESCA. Além disso, dentro e a partir do projeto são desenvolvidas monografias, dissertações e teses no programa de pós-graduação de Biologia Marinha e Ecossistemas Costeiros.

Outro propósito do Aruanã é a conscientização da população local. Larissa Araújo realça a importância do papel desempenhado pelos participantes: “Através das exposições, ações e atividades em campo que realizamos, as pessoas têm demonstrado interesse em nosso trabalho e, dessa forma, transmitimos mensagens que despertam a necessidade de preservar o ambiente”. O último evento realizado ocorreu no dia 26 de junho, no Campo de São Bento, em Niterói, comemorando o Dia Internacional das Tartarugas Marinhas.

A temporada de captura intencional das tartarugas marinhas na praia de Itaipu foi encerrada recentemente no último mês de junho. Para outras informações e divulgação de datas de novos eventos, basta acessar a página do Projeto Aruanã no Facebook.

Fonte: UFF






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