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quarta-feira, 20 de julho de 2016

GOVERNO DO ESTADO: Água da Baía de Guanabara passa a ter monitoramento diário



Baía de Guanabara.


Coletas serão feitas nas raias olímpicas e rampas de acesso dos atletas à água até 18/9

O secretário do Ambiente, André Correa, anunciou, nesta quarta-feira (20/7), que, a partir de hoje, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) passa a fazer diariamente o monitoramento da qualidade da água da Baía de Guanabara nos pontos onde haverá as regatas olímpicas dos Jogos Rio 2016 até o término das Paralimpíadas.

- Para dar mais segurança e transparência, estamos fazendo, a partir de hoje, medições diárias da qualidade da água. Estamos trabalhando junto com a Organização Mundial de Saúde, que é o maior órgão de referência nessa área. Todas as nossas últimas medições, incluindo a Marina da Glória, que é o ponto em que os atletas entram na água para irem para a vela, estão dentro do padrão – destacou o secretário.

O principal desafio para os Jogos, no entanto, é a remoção do lixo flutuante, e não a qualidade das águas. Com o objetivo de conter o lixo flutuante, 12 ecobarcos e 17 ecobarreiras estão prontos para os Jogos. A exemplo do sucesso dos dois eventos-teste de vela do Rio 2016, uma força-tarefa atuará no monitoramento do espelho d´água da Baía de Guanabara com suporte tecnológico para identificar a concentração de lixo flutuante.

Um software possibilita indicar os possíveis locais de concentração do lixo flutuante de acordo com a previsão de marés, correntes marítimas e condições meteorológicas do ambiente da Baía de Guanabara. Monitorados por satélite, os 12 ecobarcos recebem orientação para combater os pontos de lixo no espelho d´água da baía. A frota tem capacidade para remover uma média de 40 toneladas de lixo flutuante por mês.


Andre Correa, secretário do Ambiente. Foto Mauricio Pingo

Já as 17 ecobarreiras estão instaladas na foz dos principais rios e canais que deságuam na Baía de Guanabara e contam com serviço de recolhimento e transporte do lixo retirado para os aterros sanitários dos municípios do entorno. Elas estão no canal do Mangue, em Santo Cristo; nos canais da Rua Darcy Vargas, do Cunha, da Vila dos Pinheiros, Baixa do Sapateiro, Nova Holanda e Rio Ramos, no Complexo da Maré, no Rio Irajá, na Penha; no Rio Meriti, Rio Iguaçu, Rio Sarapuí e Rio Estrela, em Duque de Caxias; e no Rio Bomba, na divisa entre São Gonçalo e Niterói; Rio Marimbondo e Rio Imboassu, em São Gonçalo, e Rio Brandoas e Canal do Rio Maruí, em Niterói. Somente a do Canal do Cunha evitou que 208 toneladas de resíduos sólidos chegassem às águas da baía no último mês.

- Com esse reforço operacional, todas as medidas previstas para manter as raias olímpicas da Baía de Guanabara livres do lixo flutuante estão em execução. Lixo zero em baía não tem em lugar nenhum do mundo. Aqui temos uma particularidade, encontramos sofá, televisão, pneu nas águas da Baía. Por isso, implantamos um sistema mecanizado, organizado, por intermédio dos ecobarcos – ressalta André Correa.

Com todo esse sistema, de acordo com o secretário do Ambiente, houve um grande salto na gestão do lixo flutuante. No entanto, ele chama atenção para a mudança de hábitos da população.

- Peço uma reflexão da população. Somos 8 ou 9 milhões de pessoas. Quando chove, o lixo que as pessoas jogam no chão ou vai parar na Baía de Guanabara ou em outro lugar. Não adianta esse sistema, se a gente não tiver uma mudança de hábitos. Não é possível a gente pensar numa cidade como o Rio de Janeiro, onde 30% do lixo coletado pela Comlurb são recolhidos no chão – afirma.


Ecobarreira instalada no Rio Meriti, na Rodovia Washington Luiz em Duque de Caxias. Foto Mauricio Pingo


A Baía de Guanabara após as Olimpíadas

A Baía de Guanabara tem 380 quilômetros quadrados de área e banha 15 municípios com 8,5 milhões de habitantes no seu entorno. Desde 2007, o Governo do Estado avançou no tratamento de esgoto no entorno da Baía de Guanabara, com investimentos pesados na construção, ampliação ou ativação de estações de tratamento de esgoto (ETEs) e aportes de R$ 2,5 bilhões de diferentes fontes. Atualmente são sete estações em funcionamento: Penha, Alegria, São Gonçalo, Pavuna, Sarapuí, Ilha do Governador e Icaraí.

Também foi implantada uma “galeria de cintura”, que consiste em uma linha coletora de proteção, ao longo de toda a Marina da Glória, impedindo – durante tempo seco - o despejo clandestino de esgoto em galerias de águas pluviais que deságuam na Baía de Guanabara.

Cabe ressaltar que, nos últimos cinco anos, o trecho que receberá as competições de vela dos Jogos Olímpicos (na área da Baía de Guanabara que vai do Pão de Açúcar à Ponte Rio-Niterói) tem águas com condições próprias para banho, uma vez que a região está localizada em área onde há maior renovação das águas da baía, em função da proximidade com o oceano.

Após os Jogos Olímpicos, o trabalho de despoluição da Baía de Guanabara prossegue, e grandes obras de saneamento estão em curso: a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Alcântara, que terá capacidade de tratar 1.200 litros de esgoto por segundo vai beneficiar cinco bairros com saneamento no município de São Gonçalo. Mais de 17 mil novas residências serão interligadas à nova rede e cerca de 30 mil domicílios, que já possuem rede, também serão conectadas à nova estação de tratamento deixando de lançar esgoto In natura nos rios Mutondo e Alcântara.

A construção do tronco coletor Cidade Nova, na região central do Rio, será responsável por captar esgoto de seis bairros cariocas, encaminhando até a estação de tratamento de Alegria, no Caju. A obra vai beneficiar cerca de 160 mil moradores da região, e contribuir para a despoluição da baía, evitando que mil litros de esgoto In natura por segundo deságuem no Canal do Mangue.

Fonte: Governo do RJ



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