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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

ANDREA GRAEL - O GLOBO: "Ela é medalha de ouro em preservar a natureza"


Para Andrea, as pessoas deveriam refletir sobre o que consomem e procurar reduzir o seu legado nocivo - Agência O Globo / Gustavo Stephan


Andrea Grael põe em prática lições para minimizar impactos negativos no meio ambiente

Andrea Grael é veterinária e mantém uma rotina bem particular quando se trata de preservar o meio ambiente. Ela recicla a água do banho, reutiliza o saquinho do pão, transforma resíduos domésticos em adubo e recolhe o lixo da praia nos seus passeios com os cães. Do carro, ela abriu mão faz tempo. Seu meio de circular pela cidade — ela mora na Estrada Fróes e é voluntária na área de animais selvagens da UFF — é a bicicleta. Aqui, a mãe dos atletas olímpicos Martine e Marco Grael, e mulher do supermedalhista Torben Grael, dá algumas dicas de como tornar o dia a dia mais sustentável.

Como é a sua rotina em prol do meio ambiente?
Vendi meu carro e hoje em dia faço tudo de bicicleta. Outro dia estava calculando: para dar assistência a um cão, que eu visitava três vezes por semana, pedalava cerca de dez quilômetros; em dez meses, foram 1.200 quilômetros de bicicleta! Ao sair para as compras, levo a sacola reciclável na bicicleta, onde consigo encaixar até cerca de 16 quilos de compras. Como exemplo de reutilização: ao ir comprar pão pela manhã, levo o saquinho do pão do dia anterior. Reaproveito os saquinhos que embalam frutas e verduras.

E a preocupação com o consumo excessivo de água?
A água não abunda. Vejo vizinhos lavando calçada. O que faço talvez soe mais como um exercício. Eu reciclo a água do banho em uma bacia e uso essa água cinza no vaso sanitário ou lavando o chão. Com isso passei a perceber quanta água eu realmente precisava para tomar um banho. Percebi o valor da água em uma travessia num barco à vela, onde a água deveria durar uma semana para as dez pessoas da tripulação.

E como você faz para evitar a produção de mais lixo?
Todas as folhas de árvores varridas e de podas e restos de frutas e verduras vindas da cozinha se destinam à composteira, que de forma simples e eficiente diminui o volume do meu lixo não reciclável, e me fornecem o húmus. Também costumo sair com minhas cadelas para elas se exercitarem e, nesse trajeto, preciso estar atenta aos dejetos deixados por elas. Em vez de levar um saquinho, eu acabo catando vários sacos pela rua. Na praia, vou recolhendo o lixo.

Quais medidas simples podem ser adotadas?
Observe seu consumo com detalhe; cada item adquirido no supermercado. Participe de cada etapa desse consumo. E também do seu destino. Repare no quanto você pode fazer para diminuir e otimizar seu consumo e reduzir o seu legado nocivo. A preservação começa a partir de um raio de meio metro de nós.

Fonte: Coluna "FOME DE QUÊ?", de Ana Cláudia Guimarães,  O Globo Niterói



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