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sábado, 17 de outubro de 2015
Audiência Pública no Legislativo Municipal debateu os problemas do manancial de abastecimento de água para Niterói
Vinicius Rodrigues
Cedae reduz fornecimento por causa da estiagem e moradores de algumas regiões de Niterói e SG reclamam de escassez
Mais de 2,5 milhões de moradores poderão ficar sem água na Região Metropolitana do Rio. Isso porque o sistema de água das estações de Imunana e Laranjal, que abastecem os municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Paquetá está em estado de alerta. O sistema, que deveria operar com pelo menos 7 metros cúbicos de água por segundo, hoje está em 5,5 m³/s. Os dados foram divulgados na noite da última quinta-feira pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) durante o debate sobre crise hídrica realizado na Câmara de Vereadores de Niterói. Ontem, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) informou, por meio de nota, que reduziu o fornecimento de água em função da estiagem dos últimos meses. O resultado já começa a aparecer: moradores de algumas regiões de São Gonçalo e de Niterói reclamam de falta d’água.
Durante a audiência pública – que contou com o vice-prefeito Axel Grael, ambientalistas, representantes da sociedade civil, além da concessionária Águas de Niterói – o vereador Daniel Marques (PV), que presidiu a audiência e é o presidente da Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara, expôs o principal problema da origem da falta de água no Imunana-Laranjal: o manancial do Rio Macacu, que fica no município de Cachoeiras de Macacu.
“Com o crescimento populacional da região abastecida pelo Rio Macacu e seus afluentes, o manancial não consegue atender a demanda. Somando a crise hídrica com a falta de chuva, a coisa piora. Temos que criar um pacto assinado pelo Ministério das Cidades, Governo do Estado, prefeitos e vereadores para que se invista em reflorestamento da mata ciliar e da vegetação nos topos dos morros, enquanto se discute a construção de barragens com o mínimo de retrocesso social”, disse.
O vice-prefeito Axel Grael também defendeu o esforço de todas as esferas públicas para que se crie leis de proteção ambiental, além de aumentar a conscientização da população, e alertou para a possibilidade do problema se agravar com as mudanças climáticas. “No início da nossa gestão houve uma renegociação do Governo do Estado para que houvesse um aumento da oferta de água, mas é preciso que a população fique alerta com o clima e que se esforce em economizar como puder”, disse Axel.
A concessionária Águas de Niterói apresentou os esforços que vêm sendo feitos para melhorar a distribuição de água na cidade, como a implantação de novos reservatórios no bairro do Caramujo, de 6 milhões de litros, e outro, no centro da cidade, de 3 milhões de litros. A empresa ainda pretende construir mais três reservatórios de água, com a capacidade total de 9 milhões de litros, na Região Oceânica e em Pendotiba.
“Niterói está em segundo lugar no país como o município que menos desperdiça água. A cidade desperdiça apenas cerca de 14%, índice comparável com algumas cidades da Europa”, disse Halphy Rodrigues, representante de Gestão Ambiental da concessionária.
Reservatórios – O ponto alto da discussão na plenária aconteceu quando o Inea apresentou três alternativas para a ampliação da disponibilidade hídrica: a implantação de sete reservatórios na bacia Macacu/Caceribu; um planejamento estratégico da Região Hidrográfica dos Rios Guapi/Macacu e Caceribu/Macacu; e a construção de uma barragem do Guapiaçu, apontada pela entidade como a única solução viável a curto prazo que garantiria maior reserva de água.
“Construir uma barragem vai tirar o morador que vive na beira do rio e não vai resolver nada. Precisamos de outra solução”, reclamou o presidente do Conselho Comunitário da Orla da Baía de Guanabara, Carlos Valdetaro, afirmando que a Cedae adquire água a um preço baixo e repassa por valores mais altos, destacando que esses recursos devem ser usados em novos investimentos.
Nenhum representante da Cedae estava no encontro, porém, Edson Falcão, coordenador de projetos estratégicos do Inea, explicou que diversos estudos técnicos apontaram a construção da barragem como solução viável.
Seca – Diversos bairros em Niterói e São Gonçalo já estão apresentando falta de água. A concessionária Águas de Niterói informou que realizou ações operacionais para minimizar o impacto na população niteroiense e irá fornecer carros-pipa, priorizando serviços essenciais. Os bairros que estão sendo mais afetados são o Fonseca e a região de Pendotiba.
“Sou morador do Engenho do Mato, na Rua 41, onde estamos sofrendo sérios problemas de abastecimento de água. A Águas de Niterói informou que houve corte desde as 11h para aumentar o nível do reservatório”, conta o morador Sânio Martins, através de mensagem para o WhatsApp O Flu (99616-2307).
Por meio de nota, a Águas de Niterói confirmou que reduziu o abastecimento de água e pediu para que a população economize, usando a água apenas para tarefas essenciais durante este período. A empresa apontou que os pedidos de carros-pipa aumentaram por causa da falta de água.
Em São Gonçalo, o problema atinge pelo menos quatro bairros: Boa Vista, Porto da Pedra, Alcântara e Mutuá. “Já não basta o calor de 40°C, agora temos que conviver com uma possível falta de água. O jeito é economizar e evitar que a gente fique sem água”, lamentou o morador do Mutuá Edson Santos, de 42 anos.
A Cedae informou que a estiagem dos últimos meses provocou a redução da água nos rios Guapiaçu e Macacu e que vinha operando o sistema Imunana-Laranjal de forma a não prejudicar o abastecimento de água em Itaboraí, São Gonçalo, Niterói e na Ilha de Paquetá. No entanto, nos últimos dias, a vazão destes rios reduziu drasticamente, obrigando a execução de manobras operacionais excepcionais.
“Foi necessário diminuir a produção de água no sistema Imunana-Laranjal, reduzindo consequentemente o fornecimento de água à população. Portanto, é fundamental a participação de todos e necessário o consumo racional de água de forma a contribuir com o melhor abastecimento”, completa a nota.
Fonte: O Fluminense
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