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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Dupla de velejadores paralímpicos se muda para Niterói de olho em 2016


Marinalva Almeida e Bruno Lendgraf, a proeira e o timoneiro que se mudaram para Niterói a fim de melhorar os treinos rumo à paralimpíada - Agência O Globo / Pedro Teixeira

Bruno Lendgraf e Marinalva Almeida sofreram acidentes de trânsito

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NITERÓI — Enquanto ela “caça” o vento com as velas, ele controla o leme. Os movimentos têm que ser coordenados, em perfeita sintonia, para que o barco corte as águas na maior velocidade possível. Os dois atletas, que vivem hoje do que seus físicos podem lhes proporcionar, tiveram suas histórias marcadas pelas mudanças de seus próprios corpos. E foi essa transformação que os fez sair de São Paulo para Niterói. Bruno Lendgraf é o timoneiro e Marinalva Almeida, a proeira. Juntos num barco à vela, eles vão brigar por uma medalha para o Brasil nos Jogos Paralímpicos de 2016.

Os dois moram em Niterói desde maio. A mudança para a cidade foi para facilitar os treinos. Antes, eles velejavam na represa de Guarapiranga, em São Paulo, onde se conheceram, mas lá não havia barco próprio da classe Skud 18, a que eles competem. Aqui, eles encontraram o equipamento e o apoio ideal no Clube Naval Charitas, que tem um centro de vela adaptada.

VIDAS MARCADAS POR ACIDENTES
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Antes de se encontrarem sobre as águas, Bruno e Marinalva tiveram as vidas marcadas por dois acidentes. Ele de carro; ela de moto. Ele aos 20 anos; ela aos 15. Antes do trauma que os aproximou, os dois tinham vidas muito diferentes. Bruno era um jovem e muito promissor goleiro do São Paulo. Nas categorias de base, ele era apontado como o possível sucessor do ídolo da torcida Rogério Ceni. Mas em 2006, quando ia da capital paulista para uma festa em sua cidade natal, São Lourenço da Serra, com mais quatro amigos, o carro saiu da estrada e capotou barranco abaixo. Bruno estava ao volante.

— Não me lembro de nada do acidente. Já estávamos quase chegando, faltavam quatro quilômetros. Fiquei oito meses no hospital. Os médicos diziam que a lesão só me deixaria mexer os olhos — conta Bruno. — Mas o que mais me dói é ter perdido dois amigos que estavam comigo.

Dupla veleja na Baía de Guanabara - Divulgação / José Olímpio

A previsão dos médicos estava errada. Com muita fisioterapia e natação, Bruno recuperou parcialmente os movimentos dos braços. É deles que dispõe para mover o leme do barco. Os treinos diários são para ele uma forma de continuar a fisioterapia. Cada dia que passa, ele acredita que ganha mais força muscular nos braços, o que o ajuda não só a competir, mas a realizar as tarefas do dia a dia.
 
SÃO SILVESTRE DE MULETAS

Diferentemente de Bruno, Marinalva era uma adolescente que não tinha qualquer ligação com o esporte antes do acidente que a fez perder uma das pernas. Mas depois, ele passou a fazer parte de tudo. Marinalva aprendeu a nadar depois do acidente. E não parou por aí: ela foi a primeira mulher a completar a corrida São Silvestre de muletas, em 2012. E ainda é a detentora do recorde brasileiro de salto em distância.

— Caí de moto aos 15 anos, minha perna ficou presa embaixo da moto. Cheguei a passar por cirurgia, mas não adiantou, os médicos tiveram que amputar. Logo de cara eu aceitei o que tinha acontecido — afirma.

De lá para cá, Marinalva se casou, teve três filhos e se separou. Desde maio, deixou o filho mais velho, de 19 anos, em São Paulo; o caçula, de 6, no Pará, com o pai, e se mudou para Niterói com o outro filho, de 14, para perseguir com Bruno o sonho de conquistar uma medalha paralímpica para o Brasil.

Fonte: O Globo Niterói 






Um comentário:

  1. bem legal ai, a vela adaptada e tratada com respeito, aki no df so interesses financeiros, varios atletas desistindo

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