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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Sobrinho de Torben e Lars Grael quer fazer história no rugby


David, cria da praia, quer brilhar no gramado na Olimpíada de 2016

por Márcio menasce
 
 


NITERÓI - Para a família Grael, cruzar uma linha é muitas vezes sinônimo de glória e conquistas. Mas, enquanto os velejadores Torben e Lars se acostumaram a atravessar a linha de chegada impulsionados pelo vento que sopra suas velas, o sobrinho deles David usa a força das pernas para desviar de marcadores e cruzar o gol carregando uma bola de rúgbi envolvida nos braços.

Aos 27 anos, David já é um veterano no esporte. Na modalidade tradicional, disputada na grama, começou aos 14, no time juvenil do Niterói Rugby. Aos 19, foi campeão do torneio Spac Lions, que vale pontos para circuito nacional, e foi convocado para a seleção brasileira juvenil. Em 2007, foi chamado pela primeira vez para o time adulto nacional, pelo qual jogou os campeonatos sul-americanos de 2008, 2010 e 2011. Após algum tempo afastado da seleção brasileira principal, em dezembro, ele ganhou um presente de Natal antecipado. Foi convocado para defender as cores do Brasil no Desafio Internacional de Beach Rugby, contra Itália e Argentina. Na modalidade praticada na areia, o niteroiense, acostumado a treinar na Praia de Icaraí, saiu-se bem. Com o time brasileiro, empatou com a Itália e perdeu por apenas um ponto da Argentina, adversários tradicionalmente superiores. A participação no torneio deu novo ânimo a David e reacendeu em seu peito uma chama: a olímpica.

Na grama e na areia

Apesar de serem seleções diferentes, já que o rúgbi que será disputado nas Olimpíadas de 2016 é o praticado na grama, David acha que seu desempenho no Beach Rugby pode mostrar que merece uma chance de defender o Brasil na competição.

— Meu sonho é participar das Olimpíadas. Para isso, sou capaz de qualquer coisa. Sei que o grupo está muito fechado. A Confederação Brasileira já selecionou 12 atletas, que estão morando e treinando em São Paulo para a competição, mas enquanto existir uma chance de roubar uma vaga nesse time, eu vou acreditar — diz.

Por sua história no esporte, determinação e força não faltam a David para lutar pela vaga tão almejada no time olímpico. Prova disso é tudo o que faz pelo rúgbi. Não é exagero dizer que o atleta dedica toda sua vida à modalidade. A rotina de treinos exaustivos é apenas parte disso. Mas não é pouco. São duas horas de treino, três vezes por semana, na Praia de Icaraí com o Niterói Rugby, mais uma hora e meia de musculação, quatro vezes por semana, somados a dois treinos de corrida semanais e muita fisioterapia, indispensável para um praticante desse esporte de alto impacto.

O resto do tempo, ele divide entre a faculdade de educação física, as aulas para os times juvenis feminino e masculino do Niterói Rugby e ainda o trabalho como treinador do time adulto feminino do clube. Além disso, David percorre escolas da cidade dando palestras sobre rúgbi e convidando crianças a participar dos treinos em Icaraí. Tudo isso, ele garante, não é nada além da missão que escolheu.

— Niterói tem muita tradição no rúgbi, e meu papel é passar esse legado adiante, assim como fizeram por mim. Agora é a minha vez de carregar essa bandeira e faço isso com muito orgulho — afirma.

Fonte: O Globo Niterói







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