Traçado da TransOceânica. |
Paulo Roberto Araújo
NITERÓI — Durante a inauguração da primeira etapa das obras de ampliação da capacidade da estação Praça Arariboia, em Niteroi, o prefeito da cidade, Rodrigo Neves, anunciou que, na próxima semana, assinará um contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal no valor de R$ 292 milhões para a construção da TransOceânica. A via ligará Charitas, na Zona Sul, ao Engenho do Mato, na Região Oceânica.
A TransOceânica terá 9,3 quilômetros de extensão. Destes, 8 quilômetros estarão inseridos no sistema BRT, e 1,3 quilômetro será um túnel.
— A perfuração do túnel começa no início do ano que vem, e as obras ficam prontas dois anos depois. Nesta mesma ocasião, será ampliada a estação dos catamarãs de Charitas, o que vai aliviar um grande fluxo de passageiros que atualmente usam a Ponte e as barcas através da Praça Arariboia para chegar ao Rio — afirmou o prefeito de Niteroi, na manhã deste sábado.
Túnel Charitas-Cafubá. |
Ele lembrou ainda que solicitou ao prefeito Eduardo Paes o adiamento da interdição do Elevado da Perimetral, no Centro do Rio, até que a nova Praça Arariboia estivesse construída.
— O trânsito vai piorar muito no Rio a partir desta segunda-feira. A melhor opção para os moradores de Niterói e São Gonçalo será o transporte aquaviário — acredita Rodrigo Neves.
Segundo o presidente do grupo CCR, Márcio Roberto, a nova estação, que começa a funcionar às 14h deste sábado, tem capacidade para 4 mil pessoas, em ambiente refrigerado. Já a antiga estação, que fica ao lado, está fechada para uma reforma que promete ampliar sua capacidade também para 4 mil passageiros. Assim, a capacidade total chegará a 8 mil.
Márcio Roberto afirmou também que, na segunda-feira, a operação Rio-Niteroi passará a ser feita com oito lanchas, sendo quatro delas tradicionais — de 2 mil lugares —, e as outras quatro, catamarãs — de 1 mil lugares. Haverá ainda uma lancha reserva. De acordo com o presidente do Grupo CCR, há um ano, a operação era feita com apenas cinco barcas.
Fonte: O Globo
Coitada de Charitas! Um lugar tão bucólico vai virar uma Avenida Atlântica. Poderia concordar com isso se fosse um túnel só para ônibus ou bondes modernos, mas abrindo o túnel para carros vai ter o efeito de engarrafar Charitas, São Francisco e o túnel Raul Veiga e além, piorando a situação em Niterói. Já foi mostrado muitas vezes internacionalmente que aumentando o sistema de trânsito para carros aumenta o número de carros. O que acontece é, que em vez de distribuir mais o trânsito entre mais vias, outros motoristas que normalmente não usam o carro para ir ao trabalho etc..., começam a usá-lo.
ResponderExcluirConcordo que Niterói tem um grande problema de trânsito, mas a solução não é mais ruas que vão encorajar mais carros, mas sim, melhoramento nos transportes públicos e incentivos para usá-los +/-desincentivos para usar carros.
Georgia
Georgia. Concordo com você que é necessário mudar a forte cultura rodoviarista, baseado no transporte individual em automóveis, que foi cristalizado na nossa sociedade ao longo de várias gerações. Até mesmo os planos de mobilidade de Niterói ainda são fortemente influenciados pelo rodoviarismo.
ResponderExcluirO que estamos fazendo é exatamente o que você pede: investindo em transporte público e tomando várias medidas para desencorajar o uso dos automóveis. Mas os investimentos e as intervenções precisam ser realistas. Medidas radicais não são a solução. Niterói dará uma guinada para um sistema de transporte público eficiente e abrangente na cidade.
Axel
Conta a história, que a uns cinquenta anos atras, tentaram mudar a cultura do povo de um lugarzinho chamado "Los Angeles, EUA". As palavras de ordem eram: "transporte público melhor para todos, eliminando a necessidade dos automóveis". Uma cidade com elevado poder econômico de seus habitantes. Nestes pontos, a história se repete, em Niterói. A atual malha viária desda citada cidade, com Freeways que chegam a 6 pistas de cada lado, mostram que o cidadão quer, tem dinheiro para e, o mais importante, tem o DIREITO de ir com SEU carro. As ideias são até politicamente corretas, mas utópicas e inviáveis. Nada mais ridículo do que ouvir do Prefeito, na reunião da AABB, em resposta a pergunta de morador, que ele e sua equipe sempre usam ônibus para ir para o trabalho. Tristes mentiras. Daqui a 50 anos, a gente conversa.
ResponderExcluirAo autor do comentário acima, que não se identificou. Gosto de deixar registrado opiniões como a sua, pois em bem menos de 50 anos, quando as cidades contarão com alternativas mais sustentáveis de mobilidade, será interessante ler o tipo de resistências que encontramos para proceder as mudanças necessárias. O modelo das "freeways" que você defende está sendo revista até mesmo nas cidades americanas. É de lá que surgem alguns dos mais interessantes debates e reflexões sobre o problema da mobilidade.
ExcluirUtópico é achar que poderemos ter o crescimento dos automóveis indefinidamente. A realidade do trânsito nas cidades mostra isso.
Não somos pela erradicação dos automóveis, mas a eliminação da atual dependência que temos do transporte individual.
O futuro será multimodal. E acredito, que automóveis menos poluentes ainda estarão presentes nas cidades do futuro, mas convivendo com a prioridade ao transporte coletivo e de propulsão humana, como as saudáveis bicicletas.
Axel Grael