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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Semana da Mobilidade de Niterói e as Ciclovias Temporárias



Por que uma Malha Cicloviária Temporária apenas durante a Semana da Mobilidade?

No sábado, começa a Semana da Mobilidade de Niterói, de 21 a 28 de setembro. Como você poderá ver na programação da Semana da Mobilidade,temos muita coisa programada, mas uma das principais atividades será a implantação de uma Malha Cicloviária Temporária em Niterói (vide mapa abaixo).

Para que as Ciclovias Temporárias?

Algumas pessoas têm nos pedido esse esclarecimento. Ocorre que a implantação de uma infraestrutura cicloviária não é apenas uma questão técnica, que se resolva na prancheta (ou nos softwares gráficos, como se faz hoje). Não basta apenas fazer a obra. A opção pela bicicleta é uma questão política, cultural e depende de uma mudança de costumes e de comportamento. As pessoas precisam ganhar confiança na ideia do uso da bicicleta, não apenas para fins lúdicos, mas como uma opção de mobilidade. E os demais usuários das ruas (pedestres, motoristas de automóveis, ônibus, taxis, etc.) também precisam se adaptar. As ciclovias temporárias têm caráter experimental, mas serão o primeiro passo para as ciclovias definitivas que serão efetivamente implantadas.

Mapa das ciclovias temporárias. Programa Niterói de Bicicleta, Prefeitura de Niterói.


Quando começam as ciclovias definitivas?

Já estão começando. Encontra-se em andamento a obra de recapeamento, implantação de ciclovia e de dispositivos de redução de velocidade ("traffic calming") da Rua Timbiras, em São Francisco. Veja em Começa a implantação de ciclovia na Rua Timbiras, São Francisco.

Como está sendo planejada a Malha Cicloviária de Niterói?

O responsável pelo planejamento das ciclovias e pela coordenação do Programa Niterói de Bicicleta é o arquiteto urbanista Argus Caruso, militante da causa e que já deu a volta ao mundo de bicicleta. O processo de concepção e planejamento da Malha Cicloviária de Niterói está sendo desenvolvido de forma participativa, já tendo sido realizados três encontros do programa Niterói de Bicicleta com a participação de gestores públicos, técnicos e militantes da causa. Durante a Semana da Mobilidade, acontecerão eventos técnicos, ocasião em que continuaremos debatendo a implantação do sistema cicloviário de Niterói.

A implantação do programa Niterói de Bicicleta é um esforço conjunto do governo, reunindo vários órgãos da administração pública municipal, dentre eles:
  • Gabinete da Vice-Prefeitura/EGP-Nit, onde está a coordenação do Programa
  • Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade
  • NitTrans
  • Secretaria de Obras e EMUSA
  • Secretaria Municipal de Educação e Fundação Municipal de Educação
  • Secretaria Municipal de Ordem Pública

As bicicletas atrapalham o trânsito?

A opção pelo uso das bicicletas, principalmente para deslocamentos de curta distância é uma tendência mundial. As cidades do mundo com as melhores políticas de sustentabilidade já avançaram muito e hoje contam com extensas malhas cicloviárias e com um enorme contingente de usuários de bicicletas. É o caso de Copenhague, Amsterdam, Berlim, Melbourne e outras. Na América Latina, Bogotá e o Rio de Janeiro já possuem extensas malhas.

A visão dos planejadores urbanos dessas cidades é que solução para os engarrafamentos é reduzir o número de carros na rua, não abrir mais ruas. Quanto mais expectativa de conforto for criado em torno do uso do automóvel, mais as pessoas tenderão ao uso do transporte individual (automóvel), um modelo comprovadamente inviável e insustentável, que já levou os grandes centros urbanos ao caos.

A saída é, portanto, aumentar a oferta de transporte coletivo, eficiente e atraente para o usuário do automóvel e implantar um bem planejado sistema cicloviário. Em suma, mais bicicletas e mais opções de transporte coletivo, menos carros e menos engarrafamentos.

Saiba um pouco mais sobre isso:

Vídeos: Copenhagen - a cidade das bicicletas
Uso da bicicleta aumentou 85% no Rio nos últimos oito anos
Bairro na Coreia fecha ruas para carros por um mês para testar "cidade do futuro".
Entrevista: Zé Lobo explica como a bicicleta transformará o centro do Rio
Bicicletas azuis competem com taxis amarelos de Nova York
História das bicicletas e ciclovias de Copenhague
Britânicos pretendem tornar carros obsoletos em 2030: 80% dos deslocamentos serão a pé ou de bicicleta

As pessoas estão preparadas para conviver com mais bicicletas nas ruas?

Toda mudança de comportamento leva tempo e requer um processo de convencimento das pessoas. Conforme registrou-se em cidades de outros países, Copenhague, por exemplo, as pessoas optaram pela bicicleta "por que era mais conveniente". Ou seja, as pessoas se convenceram que com a bicicleta chegava-se mais rápido ao destino.

É o que pretendemos que os niteroienses descubram: muita coisa poderá ser feita de bicicleta, com conforto, com segurança e com prazer.

Para isso teremos muito trabalho pela frente e para o sucesso do programa, contaremos com a participação não apenas dos órgãos governamentais, mas das ONGs dedicadas ao transporte sustentável, dos ciclistas e militantes da causa e da população em geral.

A nossa estratégia pressupõe investir não apenas na infraestrutura (ciclovias) mas também na educação de motoristas, pedestres e usuários de outros meios de transporte. Trabalharemos nas escolas, nas empresas de ônibus e faremos campanhas na mídia para sensibilizar a população sobre os cuidados com os ciclistas e as vantagens para todos do uso da bicicleta.

O ciclista também precisa ser educado?

O ciclista precisa ser um dos principais focos do trabalho educativo, uma vez que precisa ser convencido que o comportamento dele na ciclovia é um fator fundamental de segurança para ele e para os demais usuários. Ele precisa seguir regras de trânsito como qualquer outro condutor de veículos no trânsito. Ou seja, ciclovias têm mão e contramão, tem velocidade limite, tem que respeitar a sinalização semafórica, tem que respeitar pedestres, etc. Trabalhei na década de 1990 na supervisão do Programa de Educação Cicloviária da Secretaria de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro (SMAC), quando fui o coordenador de Planejamento e Educação Ambiental daquele órgão. Foi uma boa experiência e que será muito útil.

Axel Grael
Vice-prefeito
Niterói

Leia também:
Abertura da Semana Nacional Educativa de Trânsito
Começa a implantação de ciclovia na Rua Timbiras, São Francisco.
Semana da Mobilidade de Niterói. Europa também mobiliza-se para sua semana da mobilidade


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O Globo Niterói

Bicicletas para desatar os nós do trânsito em Niterói
Como estímulo ao transporte alternativo, prefeitura cria ciclovia temporária durante a Semana da Mobilidade

Isabel de Araújo

NITERÓI - Magrelas a postos, carros na garagem, e Niterói começa a contagem regressiva para se transformar numa Amsterdã tupiniquim. No próximo sábado, a prefeitura inicia a Semana da Mobilidade propondo como principal desafio provocar uma mudança no comportamento dos niteroienses. A ideia é que, pelo menos entre os dias 21 e 28, a população encare suas bikes como principal meio de transporte. Para isso, será instalada, temporariamente, uma ciclovia que ligará a Zona Sul ao Centro, num percurso que beneficiará, principalmente, os universitários, passando pelos campus da cidade. O trecho será delimitado com cones.

O domingo, 22, quando será comemorado o Dia Mundial Sem Carro, já virou, aos olhos dos idealizadores da campanha, a grande oportunidade para a população e as autoridades debaterem a mobilidade no município. Estão programados eventos em toda a cidade.

— Temos um cronograma para a implantação de ciclovias em Niterói, mas não podemos trabalhar apenas com a técnica. O mais importante é lidar, também, com o comportamento das pessoas. Fazer com que elas se acostumem com a ideia e aprendam a confiar no sistema cicloviário e a respeitar as regras — comenta o vice-prefeito, Axel Grael.

O arquiteto e urbanista Argus Caruso, coordenador do Plano Niterói de Bicicleta, explica ainda que a ciclovia temporária será um grande simulado para a prefeitura.

— A ideia é observar os impactos que o trecho criará no trânsito e se serão necessárias alterações no traçado. E a ciclovia, depois, será implantada de forma definitiva. É fundamental que o niteroiense abrace a ideia para nos ajudar — afirma Caruso.

Na semana posterior ao evento, a prefeitura implantará a primeira ciclovia da cidade, na Rua Timbiras, em São Francisco. A via, fora do simulado, é paralela à Avenida Presidente Roosevelt, onde há uma ciclofaixa, que será desativada.

Fonte: O Globo Niterói

Um comentário:

  1. Com muito estardalhaço foi noticiada a Semana da Mobilidade em setembro de 2013. De lá pra cá, muito pouco tem sido feito para incentivar o uso da bicicleta na mobilização diária pela cidade. As condições das ciclovias e principalmente das ciclofaixas deixam muitíssimo a desejar. Esta semana precisei transitar de bicicleta pelas ruas Visconde de Sepetiba e Barão de Amazonas e pude constatar que essas ciclofaixas são um tremendo risco de queda e atropelamento, o pavimento é desigual, com buracos e tampas de bueiros na pista, fora os carros estacionados irregularmente na ciclofaixa. Isto faz que o ciclista tenha que parar constantemente para evitar passar pelos buracos e relevos do pavimento, ou bem sair da ciclofaixa e arriscar ser atropelado pelos carros circulando na pista vizinha. Outro grande problema é que não há uma rede contínua de ciclovias/ciclofaixas pela cidade, elas terminam bruscamente, como na Rua Presidente Pedreira, uma quadra antes de chegar na Dr. Paulo Alves. Outra falha no desenho das ciclovias, como a da Av. Ernani do Amaral Peixoto, é a falta de sinal de 3 tempos nas esquinas onde os carros viram à esquerda cruzando a ciclovia (exemplo Rua Almirante Tefé); sem isso o ciclista não tem condições de transito nesses cruzamentos. Considero que as ciclovias e ciclofaixas não são apenas vias de recreação, elas deveriam ter uma finalidade maior que é a mobilidade urbana sustentável. Niterói está mais do que saturado de carros e continuará assim enquanto a explosão imobiliária continuar a construir grandes prédios e mais prédios, sem pensar na qualidade de vida que está sendo proporcionada à população.

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