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| Sempre que pode, Tiago Corrêa deixa as aulas na academia para pedalar no Parque da Cidade. Foto: André Redlich |
Mateus Almeida
Seja no esporte, lazer com a família ou nas compras de fim de semana, a opção ao ar livre cai muito bem. Em Niterói as opções são muitas e não tem fim
Niterói tem um litoral de 11 quilômetros de praia envolto em áreas verdes como parques e mata Atlântica. Seja no esporte, lazer com a família ou nas compras de fim de semana, a opção ao ar livre vai cair muito bem. E em Niterói as opções não têm fim...
Reduto de praticantes do voo livre, o Parque da Cidade, no alto do Morro da Viração, é considerado área de preservação ambiental, e sua vista é tida como uma das mais completas e bonitas da cidade, permitindo uma panorâmica das lagoas de Piratininga e Itaipu; da Praia de Camboinhas; dos bairros de São Francisco, Jurujuba e Charitas; e, é claro, de toda a extensão da Baía de Guanabara (até onde os seus olhos conseguirem alcançar).
A calmaria do lugar, com o vento batendo, é colocada de lado perante a adrenalina das duas rampas de decolagem. A todo momento, principalmente nos fins de semana, é possível ver os praticantes de parapente e da asa delta alçando voo. Esporte radical não motorizado usa a força do vento para desenvolver a atividade. “Apesar da semelhança com um paraquedas, o parapente plana pelo ar, com o auxílio do vento e das camadas térmicas para se movimentar. Uma vez aberto o equipamento, é possível planar por horas subindo milhares de metros através das correntes ascendentes”, conta o instrutor de voo Luciano Miranda, de 58 anos.
Há mais de 20 anos é possível encontrar no Parque da Cidade os amantes do voo livre. “Eu já praticava o voo livre antes, mas no início dos anos 90 iniciamos um processo de instrução em Niterói. Conseguimos fazer com que o esporte se popularizasse e fizemos a ‘habitação’ do local”, lembra Luciano.
Para voar, não é necessário nenhum curso de preparação. Mas é preciso estar atento a algumas condições básicas de segurança. “É indispensável saber quem é o profissional responsável pelo voo. Apesar de ser um esporte tranquilo, um profissional que não se certifique das condições básicas para o voo pode estar colocando vidas em risco”, alerta Luciano.
Lá do alto, na altitude de 270 metros, Tiago Corrêa, professor de Educação Física de 31 anos, observa a beleza da paisagem. Depois de subir as curvas da estrada que dá acesso ao Parque, ele aproveita para descansar. Tiago costuma pedalar pela área e aproveitar o contato com a natureza que o esporte proporciona. “Niterói tem um complexo de estradas e trilhas extensas e que precisam ser exploradas. Quando eu tenho oportunidade, largo a aula de spinning na academia, pego minha bicicleta e saio para pedalar na rua.”, declara Tiago, que pedala há mais de 15 anos.
Pano de fundo para o visual do Parque da Cidade está a Praia de Icaraí, bem ao fundo. E a areia da praia na Zona Sul da cidade fica movimentada seja pela manhã ou mesmo à noite. Seja qual for o dia e horário, quem passa pela orla consegue ver as inúmeras atividades. Correr no calçadão, bater papo enquanto toma uma água de coco, jogar frescobol... Tem espaço para todos os estilos. Uma mania entre os frequentadores da Praia de Icaraí, o circuito na areia inaugurou mais uma modalidade: se você avistar cones, bandeirinhas e bambolês coloridos espalhados pela areia pode ter certeza que ali tem gente com disposição. A prática do circuito consiste em exercícios sequenciais, divididos em estágios de dificuldade e estímulo corporal.
“O circuito na areia oferece definição e resistência muscular, além de um gasto calórico maior do que outras atividades. As pessoas mantêm o condicionamento cardiovascular e cardiorrespiratório, além de auxiliar na redução da gordura corporal”, explica o professor de Educação Física Ulisses Schifini, que há dois anos consegue reunir cerca de 250 pessoas por dia na praia.
Muitas pessoas estão apostando na malhação ao ar livre e trocando o ambiente fechado das academias pelo ar puro da praia. A comerciante Helena Oliveira, de 45 anos, é uma dessas. “Por muito tempo, frequentei academia. A opção de fazer o circuito juntou a minha vontade de estar em contato com a natureza e a necessidade de fazer atividade física regularmente”, conta.
Como há espaço para todos, as redes de vôlei também são várias ao longo da areia da praia. Durante o fim de semana o movimento fica maior. Há quem vá ali para ver o tempo passar, mas há quem leve a atividade a sério.
“Eu treino todos os dias aqui. Nos fins de semana, aproveito o movimento para dinamizar. As pessoas participam mais, têm o tempo menos corrido e isso faz a diferença no clima”, conta a estudante de Educação Física Natasha Borges, 24.
VAMOS PASSEAR
Quem estiver com disposição para caminhar um pouco mais pelo calçadão, pode dar uma esticada, passar pela Praia das Flechas e subir o bairro da Boa Viagem. Localizado sob o mirante, o Museu de Arte Contemporânea (MAC), uma das obras mais famosas do arquiteto Oscar Niemeyer, é destino certo de quem vem conhecer Niterói. Além das exposições, o pátio do museu também se tornou uma atração à parte, não só pela bela vista, como também pelas atividades que acontecem ali, como oficinas culturais e aulas de Tai Chi Chuan.
Segundo estimativa da Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur), até junho desse ano, 9.105 pessoas foram conferir as atrações do MAC. A família Malta, de Maceió, Alagoas, é um exemplo. O corretor de imóveis Gileno Malta, 46, a esposa Adriana Malta, 46, que é auditora fiscal, e as filhas Mariah, 16, e Laura, 10, ficaram hospedados no Rio com um grupo de outros turistas, mas eles trocaram um dia de passeio na Cidade Maravilhosa e resolveram atravessar a Ponte.
“É a primeira vez que estamos no Rio. Sempre que ouvíamos falar das opções de lazer, Niterói esteve entre uma das mais comentadas. Resolvemos trocar um dia de programação no Rio para conhecermos. E não nos arrependemos”, conta o pai Gileno. Adriana completa: “A obra de Niemeyer é referência em todo o mundo e, em especial, o MAC desperta curiosidade. Conhecer assim, tão de perto, um exemplo da arquitetura contemporânea é fantástico. Sem dúvida é uma oportunidade que tínhamos que dar para as nossas filhas e para a gente também, claro”.
E o perfil de turistas que escolhem Niterói é cada vez mais evidente. “As pessoas que vêm conhecer o Rio têm vindo também a Niterói. A cidade tem uma variedade de pontos turísticos. O MAC é um ícone mundial. É possível, ainda, encontrar outros programas como os Fortes, que juntos correspondem ao maior complexo do Brasil”, completa o presidente da Neltur, Paulo Freitas.
O Campo de São Bento é outro local que atrai os moradores e turistas que visitam a cidade. O “coração verde” de Icaraí abriga um pequeno parque de diversões e, nos fins de semana e feriados, uma feira de artesanato.
O contato com a natureza e as opções de lazer são o diferencial, além da tranquilidade. O casal de médicos Marcelo Lins, 34, e Nathalia Neves, 34, elegeram o programa como essencial para levar os filhos Clara e Pedro, de 2 e 1 ano, respectivamente.
“O Campo de São Bento é uma boa oportunidade de aproveitar o fim de semana e integrar a família. Como nós temos uma rotina muito corrida durante a semana, são momentos como esse que temos para estarmos juntos com nossos filhos”, conta Marcelo.
HORA DE FAZER COMPRAS
Considerado um shopping a céu aberto, a Rua Moreira César dá o charme a Icaraí, abrigando grifes famosas. A Tavares de Macedo é outra via do bairro que vem se firmando quando o assunto é moda.
“A Moreira César se tornou a rua mais conhecida da cidade e sinônimo de lugar de fazer compras. O comércio local é tão importante para Niterói como o do Centro da cidade. As principais marcas nacionais e internacionais estão reunidas e promovem o desenvolvimento do comércio como um todo”, analisa Charbel Tauil, vice-presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) de Niterói.
A empresária Raquel Magalhães, 45, já elegeu a rua como seu point quando sai para fazer compras.
“Todas as lojas que eu encontro em grandes shoppings têm aqui. Pelo menos em Icaraí eu saio de casa, venho andando e olhando as vitrines. É muito mais tranquilo. A diferença é que, ao invés do ar-condicionado, aqui posso curtir as tardes, a luz do dia”, comenta.
Fonte: Revista de domingo, O Fluminense
Reduto de praticantes do voo livre, o Parque da Cidade, no alto do Morro da Viração, é considerado área de preservação ambiental, e sua vista é tida como uma das mais completas e bonitas da cidade, permitindo uma panorâmica das lagoas de Piratininga e Itaipu; da Praia de Camboinhas; dos bairros de São Francisco, Jurujuba e Charitas; e, é claro, de toda a extensão da Baía de Guanabara (até onde os seus olhos conseguirem alcançar).
A calmaria do lugar, com o vento batendo, é colocada de lado perante a adrenalina das duas rampas de decolagem. A todo momento, principalmente nos fins de semana, é possível ver os praticantes de parapente e da asa delta alçando voo. Esporte radical não motorizado usa a força do vento para desenvolver a atividade. “Apesar da semelhança com um paraquedas, o parapente plana pelo ar, com o auxílio do vento e das camadas térmicas para se movimentar. Uma vez aberto o equipamento, é possível planar por horas subindo milhares de metros através das correntes ascendentes”, conta o instrutor de voo Luciano Miranda, de 58 anos.
Há mais de 20 anos é possível encontrar no Parque da Cidade os amantes do voo livre. “Eu já praticava o voo livre antes, mas no início dos anos 90 iniciamos um processo de instrução em Niterói. Conseguimos fazer com que o esporte se popularizasse e fizemos a ‘habitação’ do local”, lembra Luciano.
Para voar, não é necessário nenhum curso de preparação. Mas é preciso estar atento a algumas condições básicas de segurança. “É indispensável saber quem é o profissional responsável pelo voo. Apesar de ser um esporte tranquilo, um profissional que não se certifique das condições básicas para o voo pode estar colocando vidas em risco”, alerta Luciano.
Lá do alto, na altitude de 270 metros, Tiago Corrêa, professor de Educação Física de 31 anos, observa a beleza da paisagem. Depois de subir as curvas da estrada que dá acesso ao Parque, ele aproveita para descansar. Tiago costuma pedalar pela área e aproveitar o contato com a natureza que o esporte proporciona. “Niterói tem um complexo de estradas e trilhas extensas e que precisam ser exploradas. Quando eu tenho oportunidade, largo a aula de spinning na academia, pego minha bicicleta e saio para pedalar na rua.”, declara Tiago, que pedala há mais de 15 anos.
Pano de fundo para o visual do Parque da Cidade está a Praia de Icaraí, bem ao fundo. E a areia da praia na Zona Sul da cidade fica movimentada seja pela manhã ou mesmo à noite. Seja qual for o dia e horário, quem passa pela orla consegue ver as inúmeras atividades. Correr no calçadão, bater papo enquanto toma uma água de coco, jogar frescobol... Tem espaço para todos os estilos. Uma mania entre os frequentadores da Praia de Icaraí, o circuito na areia inaugurou mais uma modalidade: se você avistar cones, bandeirinhas e bambolês coloridos espalhados pela areia pode ter certeza que ali tem gente com disposição. A prática do circuito consiste em exercícios sequenciais, divididos em estágios de dificuldade e estímulo corporal.
“O circuito na areia oferece definição e resistência muscular, além de um gasto calórico maior do que outras atividades. As pessoas mantêm o condicionamento cardiovascular e cardiorrespiratório, além de auxiliar na redução da gordura corporal”, explica o professor de Educação Física Ulisses Schifini, que há dois anos consegue reunir cerca de 250 pessoas por dia na praia.
Muitas pessoas estão apostando na malhação ao ar livre e trocando o ambiente fechado das academias pelo ar puro da praia. A comerciante Helena Oliveira, de 45 anos, é uma dessas. “Por muito tempo, frequentei academia. A opção de fazer o circuito juntou a minha vontade de estar em contato com a natureza e a necessidade de fazer atividade física regularmente”, conta.
Como há espaço para todos, as redes de vôlei também são várias ao longo da areia da praia. Durante o fim de semana o movimento fica maior. Há quem vá ali para ver o tempo passar, mas há quem leve a atividade a sério.
“Eu treino todos os dias aqui. Nos fins de semana, aproveito o movimento para dinamizar. As pessoas participam mais, têm o tempo menos corrido e isso faz a diferença no clima”, conta a estudante de Educação Física Natasha Borges, 24.
VAMOS PASSEAR
Quem estiver com disposição para caminhar um pouco mais pelo calçadão, pode dar uma esticada, passar pela Praia das Flechas e subir o bairro da Boa Viagem. Localizado sob o mirante, o Museu de Arte Contemporânea (MAC), uma das obras mais famosas do arquiteto Oscar Niemeyer, é destino certo de quem vem conhecer Niterói. Além das exposições, o pátio do museu também se tornou uma atração à parte, não só pela bela vista, como também pelas atividades que acontecem ali, como oficinas culturais e aulas de Tai Chi Chuan.
Segundo estimativa da Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur), até junho desse ano, 9.105 pessoas foram conferir as atrações do MAC. A família Malta, de Maceió, Alagoas, é um exemplo. O corretor de imóveis Gileno Malta, 46, a esposa Adriana Malta, 46, que é auditora fiscal, e as filhas Mariah, 16, e Laura, 10, ficaram hospedados no Rio com um grupo de outros turistas, mas eles trocaram um dia de passeio na Cidade Maravilhosa e resolveram atravessar a Ponte.
“É a primeira vez que estamos no Rio. Sempre que ouvíamos falar das opções de lazer, Niterói esteve entre uma das mais comentadas. Resolvemos trocar um dia de programação no Rio para conhecermos. E não nos arrependemos”, conta o pai Gileno. Adriana completa: “A obra de Niemeyer é referência em todo o mundo e, em especial, o MAC desperta curiosidade. Conhecer assim, tão de perto, um exemplo da arquitetura contemporânea é fantástico. Sem dúvida é uma oportunidade que tínhamos que dar para as nossas filhas e para a gente também, claro”.
E o perfil de turistas que escolhem Niterói é cada vez mais evidente. “As pessoas que vêm conhecer o Rio têm vindo também a Niterói. A cidade tem uma variedade de pontos turísticos. O MAC é um ícone mundial. É possível, ainda, encontrar outros programas como os Fortes, que juntos correspondem ao maior complexo do Brasil”, completa o presidente da Neltur, Paulo Freitas.
O Campo de São Bento é outro local que atrai os moradores e turistas que visitam a cidade. O “coração verde” de Icaraí abriga um pequeno parque de diversões e, nos fins de semana e feriados, uma feira de artesanato.
O contato com a natureza e as opções de lazer são o diferencial, além da tranquilidade. O casal de médicos Marcelo Lins, 34, e Nathalia Neves, 34, elegeram o programa como essencial para levar os filhos Clara e Pedro, de 2 e 1 ano, respectivamente.
“O Campo de São Bento é uma boa oportunidade de aproveitar o fim de semana e integrar a família. Como nós temos uma rotina muito corrida durante a semana, são momentos como esse que temos para estarmos juntos com nossos filhos”, conta Marcelo.
HORA DE FAZER COMPRAS
Considerado um shopping a céu aberto, a Rua Moreira César dá o charme a Icaraí, abrigando grifes famosas. A Tavares de Macedo é outra via do bairro que vem se firmando quando o assunto é moda.
“A Moreira César se tornou a rua mais conhecida da cidade e sinônimo de lugar de fazer compras. O comércio local é tão importante para Niterói como o do Centro da cidade. As principais marcas nacionais e internacionais estão reunidas e promovem o desenvolvimento do comércio como um todo”, analisa Charbel Tauil, vice-presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) de Niterói.
A empresária Raquel Magalhães, 45, já elegeu a rua como seu point quando sai para fazer compras.
“Todas as lojas que eu encontro em grandes shoppings têm aqui. Pelo menos em Icaraí eu saio de casa, venho andando e olhando as vitrines. É muito mais tranquilo. A diferença é que, ao invés do ar-condicionado, aqui posso curtir as tardes, a luz do dia”, comenta.
Fonte: Revista de domingo, O Fluminense
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