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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Dirigente empresarial elogia o Projeto Grael

Bailly: Empresa Amiga do Projeto Grael

Foi com muito orgulho que recebemos há poucos dias um comovente depoimento do gerente industrial da empresa Bailly Industrial Ltda.

A empresa, que produz equipamentos e acessórios náuticos, com sede em Niterói, é uma das mais antigas colaboradoras do Projeto Grael, contribuindo de uma forma fundamental: oferecendo uma chance de primeiro emprego para os jovens formados pelo programa profissionalizante do Projeto Grael.

O depoimento, que reproduzimos abaixo, foi escrito após a sua primeira visita à sede do Projeto Grael. José Carlos Dias é um profissional experiente e trabalha diretamente na orientação dos profissionais formados pelo Projeto Grael e que são contratados por aquela empresa.

Suas palavras encheram de emoção toda a nossa equipe, que não mede esforços para dar instrumentos para que jovens estudantes da rede pública de educação aprendam uma profissão e, com isso, construam o seus próprios futuros. Para isso, utilizamos barcos para dar-lhes oportunidades de se desenvolverem no esporte da vela e para que aprendam uma profissão.

Saber, através de depoimentos como o de José Carlos Dias, da acolhida que os nossos ex-alunos encontram na empresa e, principalmente, a forma como exercem a sua profissão, nos reafirma a certeza que o trabalho que realizamos vai de encontro do sonho que, em 1998, motivou a criação do Projeto Grael: usar barcos para educar e democratizar o acesso aos esportes náuticos.

Resta-nos ainda agradecer ao Roberto Bailly, ao José Carlos e à toda equipe da Bailly, por darem continuidade à formação profissional e cidadã desses jovens e, acima de tudo, por permitirem que o talento e a determinação desses "marujos" encontre bons ventos que os impulsione para um futuro cada vez melhor.

Axel Grael
Fundador do Projeto Grael, juntamente com Torben Grael, Lars Grael e Marcelo Ferreira.

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Da esquerda para direita: Giovani Souza, Diogo Pinto, José Carlos Dias (gerente industrial da Bailly), Helena Tavares, Alan da Silva e Thiago Ribeiro.



Depoimento:

Conheci, finalmente, in loco, o Projeto Grael e, definitivamente, me apaixonei. Na verdade, eu já conhecia o resultado do Projeto: o Alan da Silva, o Thiago Ribeiro, o Giovani Souza, o Matheus Ribeiro, o Jéferson Belém, o Shalon Juda, o Diogo Pinto, a Helena. Todos eles diamantes lapidados por essa grande obra de formação de pessoas.

Por isso, nos desperta a questão:

A todo momento, ouve-se falar que “está faltando mão de obra especializada no mercado”. Aponta-se o grande gargalo para o desenvolvimento do país: a carência de mão de obra técnica especializada, em suas diversas nuance. Manchetes de jornais sinalizam para a necessidade de se importar trabalhadores de outras plagas, uma espécie de volta ao passado, época em que o Brasil trazia alemães, italianos, japoneses e outras nacionalidades para labutarem em nossas lavouras e dominarem nossas terras. A indústria têxtil trouxe, em seus primórdios, ingleses e americanos para transferirem seus conhecimentos (know-how) aos nossos iniciantes operários; portanto, nada de novo nesta prática. Mas isso aconteceu há muitos anos, em meados do século XIX. Época em que não havia escolas, não havia professores. O país, como incipiente nação, estava sendo formado. Era uma imensa floresta com restritos buracos de exploração de ouro e diamantes.

Contudo, a visão de formação de mão de obra não pode, ou melhor, não deve se restringir apenas à capacitação técnica. É preciso o antes: a formação de pessoas.

In loco, as instalações do Projeto são maravilhosas, um local deslumbrante em vista e bons ventos; prédios, oficinas, cais e embarcações; colaboradores vibrantes e comprometidos. É como uma labareda em marcha, anda feito corta-vento, sonhando com a liberdade e cidadania. Um símbolo de que basta querer.

Este excepcional espaço que ocupa hoje não o faz maior do que da época em estava naquela simples tenda na Praia de Charitas. Ali, já era grande, porque sua grandeza não está nas instalações, mas no sonho que o nutre e faz construir novos cidadãos. Cidadãos. É disso que o Brasil precisa. Este é o gargalo.

Uma das melhores coisas da vida é agradecer. Porque agradecer é sinal de que ainda temos amizades; é prova da existência de fraternidade, é certeza de que ainda há pessoas que acreditam nas pessoas.

Prezados senhores, companheiros de vida, obrigado; continuem sua maior regata, mantenham seus postos, ainda há muitas águas a fazer-se a vela.

A BAILLY Industrial Ltda. se orgulha de sonhar junto esse sonho e fazer parte de sua tripulação.


José Carlos Dias
Gerente Industrial

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