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domingo, 27 de janeiro de 2013

ENSEADA LIMPA: Prefeitura quer praias de Niterói livres da sujeira


Axel diz que projeto de despoluição já está em estudo. Foto de Nathalia Felix, jornal O Fluminense.


Por Henrique Moraes

Vice-prefeito, Axel Grael, revela plano para despoluir enseada de Jurujuba sem grandes investimentos financeiros. Para Axel, a poluição da região não vem somente da Baía

As praias de Jurujuba, Charitas e São Francisco - que formam a enseada de Jurujuba - podem ser despoluídas, independentemente do programa de despoluição da Baía de Guanabara. Inclusive, já há um projeto sobre sendo elaborado pela Prefeitura, tendo a concessionária Águas de Niterói como parceira. A informação é do vice-prefeito de Niterói, Axel Grael. Em um balanço preliminar dos quase 30 dias do governo Rodrigo Neves, ele faz um balanço positivo do foi feito até agora, e mira as principais metas sob sua responsabilidade. Os programas Chuvas de Verão e Niterói de Bicicleta, além da integração da cidade na agenda Olímpica, estão entre elas.

Para Axel, a poluição maior da enseada de Jurujuba não vem essencialmente da Baía de Guanabara, mas de pontos críticos da cidade: do canal da Avenida Franklin Roosevelt, em São Francisco, e de ligações clandestinas em Jurujuba e em Charitas, próximo à estação dos catamarãs, onde três línguas negras vazam para a praia.

“As ações nesses três pontos não demandam um investimento muito alto. Ao contrário do que muitos pensam, a Baía de Guanabara não é a principal poluidora da enseada de Jurujuba. As condições de balneabilidade das praias de Jurujuba, Charitas e São Francisco podem melhorar bastante com as medidas”, explica Axel.

O vice-prefeito afirma que o projeto ainda está em fase de desenvolvimento e, por isso, ainda não há dados sobre início e conclusão das obras, e nem sobre valor total do investimento.


De acordo com Axel, praias de Jurujuba, Charitas e São Francisco voltarão a ser limpas quando ligações clandestinas e línguas de esgoto na região forem combatidas. Foto Evelen Gouveia.

“O que temos definido é uma agenda de conversas marcadas com a Águas de Niterói. Já tive um primeiro encontro com o superintendente da concessionária (Nélson Gomes), que se propôs a ser parceira no projeto”, anuncia o vice-prefeito.

Duas rodas – Axel diz que, em fevereiro, vai lançar o projeto conceitual da malha cicloviária de Niterói. O “Niterói de Bicicleta” pretende traçar estratégias de mobilidade para ciclistas.

“Ciclovia é uma alternativa de mobilidade, e deve ser projetada para o cidadão comum, não para o atleta da bicicleta. Tem que ter regra de comportamento e de velocidade. Vamos integrar a malha cicloviária de Niterói à do Rio. Queremos superar a má impressão que o niteroiense teve sobre o assunto ciclovia em função das ciclofaixas que a prefeitura passada implantou, e que são muito perigosas”.

O vice-prefeito deseja seguir o modelo de ciclovias de cidades sustentáveis como Copenhague (Dinamarca), Melbourne (Austrália) e Berlim (Alemanha).

“Queremos acabar com o caos que se transformou o trânsito de Niterói. E não adianta fazer rodízio, como em São Paulo, adotando uma medida impositiva. Queremos seguir o caminho da oferta do transporte alternativo individual e coletivo. Queremos criar a cultura da bicicleta. O relevo plano de Niterói é ótimo para as ciclovias. Sem contar que a maior fonte de emissão atmosférica de poluição são os automóveis”, justifica.

Olimpíada – Outra ideia é integrar Niterói à agenda Olímpica em 2016, trazendo delegações de diversos países na fase de treinamento para os Jogos Olímpicos.

“Há pouco mais de uma semana, tivemos a visita do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, e viabilizamos a integração de Niterói na agenda Olímpica. Niterói pode se beneficiar para abrigar as equipes olímpicas para treinamento antes das competições. O iatismo será uma delas. No próximo dia 6, vamos receber uma delegação da Noruega para avaliar a possibilidade de usar a infraestrutura de Niterói. Queremos também negociar a possibilidade de a cidade abrigar equipes olímpicas brasileiras permanentes. Estamos negociando com algumas delegações. A vela é uma delas”, comenta.

EGP – Em fevereiro, Axel espera que já esteja implantado o Escritório de Gestão de Projetos (EGP), também sob sua responsabilidade. O órgão estabelecerá procedimentos para gestão de projetos elaborados pelas secretarias municipais.

“Como o prefeito me disse que todo o programa que envolve mais de uma secretaria estará sob minha coordenação, decidi criar o EGP. Hoje, os projetos desenvolvidos pelas secretarias não têm os indicadores de desempenho. Se o prefeito quiser saber se uma obra está dentro do cronograma, se ela está dentro do prazo ou não, ele encontra dificuldade”, explica. “Vamos promover a articulação entre as secretarias. A gente vai facilitar a elaboração dos projetos captando recursos e supervisionando a prestação de contas. Vamos fazer com que projetos prioritários da cidade sejam implementados”.

BID – Responsável também pela negociação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o vice-prefeito está organizando a recepção de uma missão do banco em Niterói em fevereiro, para viabilizar um empréstimo de US$ 52 milhões (cerca de R$ 110 milhões).

Ele também pretende retirar Niterói da inadimplência junto ao Cadastro Único de Convênios (Cauc), herança deixada pelo ex-prefeito Jorge Roberto Silveira.

“O Cauc é a Serasa dos municípios. Niterói estava sem crédito, sem acesso aos repasses de verbas federais, o que é gravíssimo, na medida em que 70% dos impostos são recolhidos pela União. Somente 5% são recolhidos por municípios em termos monetários”, detalha, de olho nos editais lançados pelo Governo Federal, que o município inadimplente não pode participar.

Sobre o programa Chuvas de Verão, o vice-prefeito afirma que estão sendo instalados Núcleos Comunitários de Defesa Civil (Nudecs) em cada uma das 29 comunidades identificadas com risco de queda de encosta ou com possibilidade de alagamento.

“Já estamos mobilizando as estruturas do Médico de Família, dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e a estrutura da Secretaria de Educação. Em relação às sirenes, estão para ser instaladas nas comunidades”, mas isso depende ainda da Defesa Civil estadual.

“Está a cargo dela a compra das sirenes. No programa Chuvas de Verão, teremos simulações e treinamentos porque cada lugar tem que ter o seu próprio planejamento. As equipes da Defesa Civil estão nas comunidades vistoriando as situações de risco. O que falta a Niterói é um plano de contingência. Hoje, não há uma comunidade de risco nos moldes do Morro do Bumba. O Bumba foi uma tragédia anunciada”, avalia, lamentando a perda do PAC do Risco.

“É lamentável que a administração passada não tenha apresentado projeto para o PAC do Risco. Niterói teria facilmente como aprovar projetos para obter repasses federais. Para compensar, estamos negociando com o Governo Federal alternativas para a liberação de verbas para obras para contenção de encostas”, frisa.

Axel diz também que, por pouco, Niterói não perdeu recursos do PAC da Mobilidade por causa da gestão Jorge Roberto Silveira.

“Antes mesmo de assumir o governo, ainda na fase de transição, conseguimos nos manter na inscrição do PAC da Mobilidade graças a uma ida nossa a Brasília. Acompanhei o prefeito (eleito) em uma visita à presidente Dilma Rousseff. Assim, garantimos ainda para esse ano os recursos para a TransOceânica”, informa.


Fonte: O Fluminense






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