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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Estudo do Fórum Econômico Mundial mostra economia e meio ambiente em rota de colisão



por Rolf Wenkel, da Agência Deutsche Welle

Aumento do abismo entre ricos e pobres, endividamento estatal e prejuízos causados pelas mudanças climáticas indicam que o mundo enfrenta riscos crescentes, alerta relatório do Fórum Econômico Mundial.

O relatório Riscos Globais 2013, produzido pelo Fórum Econômico Mundial, é resultado de uma pesquisa de opinião que envolveu mais de mil especialistas em economia, política, ciência e sociedade. A maioria deles apontou a grave disparidade econômica como o risco mais provável de se manifestar no decorrer dos próximos dez anos.

As consequências mais graves seriam desencadeadas por uma eventual crise financeira sistêmica. Entre cinco maiores riscos citados tanto pelo impacto como pela probabilidade estão os desequilíbrios fiscais crônicos e a escassez no abastecimento de água.

Duas tormentas

Depois de um ano com eventos climáticos extremos e devastadores – da tempestade tropical Sandy às inundações na China –, o aumento das emissões de gases causadores do efeito estufa é mencionado pelos pesquisados como o terceiro risco global mais provável. Para os especialistas, a conseqüência mais grave da próxima década será a falta de adaptação às mudanças climáticas – considerada um perigo para o meio ambiente.

“A lista de riscos globais apresenta um sinal de alerta a respeito de nossos principais sistemas”, disse Lee Howell, diretor do Fórum Econômico Mundial e um dos editores do relatório.

“O mundo passa atualmente por duas tormentas”, disse John Drzik, presidente do grupo de consultoria empresarial Oliver Wyman. “Nós vemos uma tormenta ecológica e uma econômica – e as duas estão em rota de colisão. Se nós não investirmos em medidas para prevenir o crescente risco de eventos climáticos graves, o bem-estar global das futuras gerações estará em perigo.”

Perigos interligados

Os riscos socioeconômicos considerados urgentes levaram à redução dos esforços para controlar as mudanças climáticas. Segundo o estudo, a principal causa seria uma percepção distorcida do aquecimento global – mesmo com os eventos climáticos extremos.

No setor de saúde, os editores do relatório alertam para uma falsa sensação de segurança promovida pelos avanços da medicina. “Um dos meios mais efetivos e utilizados para proteger a vida humana – o uso de compostos antibacterianos e antimicrobianos (antibióticos) – pode não ter mais a mesma eficácia no futuro próximo”, diz trecho do estudo.

Reação digital em cadeia

Em todos os ramos da comunicação – da imprensa à internet – sempre foi difícil antever como a tecnologia vai transformar a sociedade. A democratização do acesso à informação, de modo geral, é considerada positiva.

Contudo, os editores do estudo advertem para conseqüências desestabilizadoras e imprevisíveis como, por exemplo, as revoltas causadas pelo filme anti-islâmico “Inocência dos Muçulmanos”, postado no YouTube. Ao passo em que a tradicional função de controle da mídia desaparece, aumenta o perigo de reações em cadeia como essas.

Em duas semanas, o relatório Riscos Globais 2013 será discutido no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíca – de 23 a 27 de janeiro. Para isso, são esperados novamente influentes economistas, cientistas e políticos – entre eles a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev. Eles planejam discutir possibilidades de fortalecer o sistema econômico contra os riscos globais e, ao mesmo tempo, restringir os impactos das catástrofes ambientais.

* Publicado originalmente no site Mercado Ético.

Fonte: Envolverde

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