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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Dificuldade em inscrever e acompanhar projetos via edital ainda é comum
Recentemente o redeGIFE publicou matéria sobre como os projetos inscritos para o financiamento via editais tem melhorado no setor. No entanto, ainda é comum que as organizações sintam dificuldades em colocar no papel suas iniciativas para, assim, viabilizar recursos para a execução
Segundo alguns profissionais responsáveis por captar recursos para projetos entrevistados pelo GIFE, as dificuldades aparecem, em especial, nos editais nacionais, que apresentam exigências bastante rígidas, tanto para a apresentação quanto execução das ações, em contraponto ao baixo valor de financiamento. Neste cenário, uma organização tem que captar de diferentes editais para a realização de um mesmo projeto, o que implica em diferentes exigências nos relatórios de prestação de contas.
Para a analista de projetos da Fundação Gol de Letra, Juliana Barrena, os diferentes critérios sobrecarregam as equipes administrativas, que muitas vezes não são financiadas por esses montantes. “Os recursos disponibilizados nos editais geralmente são limitados às despesas com ‘atividade fim’ dos projetos, não sendo possível o investimento na estruturação e profissionalização das equipes administrativas, que realizam os relatórios de prestação de contas, contabilidade e auditoria”, afirma Juliana. A Fundação informou ao redeGIFE ter arrecado em 2012 o total de R$1.100.000,00 via editais para a execução de seus projetos.
De modo geral, as organizações têm percebido a importância de ter em suas equipes profissionais qualificados para a escrita e formatação de projetos, que saibam traduzir as ações de acordo com a linguagem exigida nos editais. Assim, a contratação desses colaboradores tem acrescentado qualidade aos projetos apresentados.
A organização Aldeias Infantis SOS, que captou cerca de R$ R$ 45 mil via editais em 2012, ainda sente dificuldades em encontrar editais que sejam direcionados a causa que atuam. “Captar recursos financeiros por meio de editais é um trabalho árduo e extenuante, pois exige, além de muita atenção, uma vasta compreensão de mundo e do real papel da sua organização”, declara o gerente de relacionamento corporativo, Marcelo Paiva.
Apesar de sentir que há uma falta de flexibilidade tanto na inscrição para os editais como na prestação de contas, a Casa Zezinho captou R$890 mil em 2012 via editais. “Todos os candidatos terem o mesmo roteiro para preencher é uma maneira muito legal de selecionar projetos, padronizando a triagem. Porém, às vezes deixamos de colocar coisas importantes que relatam o projeto em si porque há uma limitação de caracteres. Além disso, há um desperdício imenso de papel na prestação de contas, que poderiam ser enviadas via email”, relata a diretora executiva da Casa Zezinho, Corina Macedo.
Apesar das críticas, o fundador da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), Marcelo Estraviz, não vê necessidade de os financiadores adequarem seus editais. “Organizações buscam recursos pois acreditam que projetos podem ser uma fonte de financiamento para seu custeio, quando na verdade não é. Os recursos são carimbados, definidos para o projeto e não para organização”, declara Estraviz.
Ele defende também que um maior detalhamento e maiores cobranças na prestação de contas fazem com que haja uma melhora nos projetos e, consequentemente, uma melhoria social. “O fato de cobrarem mais detalhes na prestação de contas assim como melhores argumentos nas justificativas dos projetos é justamente para evitar alguns conflitos de interesse, como falta de transparências e projetos `frankstein´”.
Fonte: RedeGIFE
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