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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Lars Grael pede gestão esportiva mais democrática e transparente


O velejador Lars Grael.

O velejador Lars Grael divulgou nota nesta quarta-feira (27) em resposta ao recuo do Ministério do Esporte da posição de só repassar recursos públicos às confederações com dispositivo que limite os mandatos dos dirigentes. No texto, ele pede uma gestão esportiva mais democrática, plural e transparente. Para o atleta, esperar por 2017, como pretende o Executivo, seria um “equívoco histórico”.

A nota expressa a posição do movimento Atletas pela Cidadania e lembra que as entidades de administração do desporto são entidades de direito privado, mas representam um bem público nacional, que é o esporte. “[As entidades] vivem e se abastecem de investimentos majoritariamente públicos. Nada mais natural e democrático que nossos dirigentes tenham noção de transitoriedade”, pondera.

Lars afirma ainda que as confederações têm usado a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 para adiar a mudança. Para ele, os bons presidentes de confederações poderão terminar seus mandatos e, se forem bons, serão capazes de eleger um sucessor. “Não queremos cartolas, queremos gestores e que sejam profissionalizados. Queremos que atletas, treinadores e árbitros tenham direito ao voto”, pede.

O texto de Grael foi divulgado um dia depois do deputado federal Romário também pedir para o ministro Aldo Rebelo não recuar. Para o Baixinho, a ato de velejador demonstra cidadania. “Espero que outros atletas venham a público pedir a mudança. Este movimento tem que crescer”, declarou Romário.

Confira a íntegra da nota de Lars Grael:

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Recuar, jamais!

Esta é posição do movimento Atletas pela Cidadania diante a um eventual recuo do Ministério do Esporte na posição de condicionar investimentos públicos para as confederações com um dispositivo que limite os mandatos dos coronéis do esporte.

Seria a hora de fincarmos a bandeira por um modelo de gestão esportiva mais democrática, plural e transparente.

As entidades, no caso Olímpico e Paralímpico, vivem e se abastecem de investimentos majoritariamente públicos. Nada mais natural e democrático que nossos dirigentes tenham noção de transitoriedade. Seria uma grande contribuição do Ministro Aldo Rebelo para o futuro do esporte brasileiro.

Usar a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 como reféns, do “não se pode acabar agora com um trabalho encaminhado para estes eventos globais”, não serve!

Os bons presidentes de confederações poderão terminar seus mandatos, e se forem bons, serão capazes de eleger um sucessor. Outros que se perpetuam por décadas perceberão a necessidade de separar o público do privado. Separar o pessoal do institucional. O esporte é de todos. É este novo modelo de governança que a sociedade anseia.

Devemos seguir o exemplo a partir da cúpula do esporte, o Comitê Olímpico Internacional, que por iniciativa de seu presidente, o velejador Jacques Rogge, alterou o estatuto do COI permitindo apenas uma reeleição, já a partir de seu próprio mandato.

No Brasil, algumas entidades esportivas adotaram espontaneamente este conceito, como o Comitê Paralímpico Brasileiro.

Não queremos cartolas, queremos gestores e que sejam profissionalizados.

Queremos que atletas, treinadores e árbitros tenham direito ao voto.

O lobby das confederações poderá atropelar este movimento pela democracia no esporte. Podemos até perder esta batalha, mas ganharemos a guerra, por que a causa é certa. Defender a tirania da cartolagem, é indefensável.

Esperar por 2017, seria incorrer num equívoco histórico.

Lars Schmidt Grael

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Fonte: romario.org

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