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terça-feira, 10 de julho de 2012

Problemas ambientais nas baías de Guanabara e Sepetiba

Acabo de receber as fotos abaixo do meu amigo ambientalista Mário Moscatelli. As evidências mostradas por este combativo militante da causa ambiental comprovam que ainda temos um enorme caminho a percorrer.

Assoreamento da Baía de Guanabara próximo à foz do Rio Sarapuí. Foto de Mário Moscatelli.
Filme de óleo sobre o espelho d'água do Rio Iguaçu. Foto de Mário Moscatelli (04/07/2012, cerca de 10:00h)
Aterro sobre área de apicum em Guaratiba, Baía de Sepetiba, RJ. Segundo Mário Moscatelli o empreendimento teria licença ambiental. Foto de Mário Moscatelli.
Nas fotos acima, três dramas.

1) Assoreamento: é a consequência do nosso modelo de ocupação do solo na bacia hidrográfica da Baía de Guanabara. A urbanização desordenada, o desmatamento de encostas e a falta de um sistema adequado de micro e mesodrenagem permitem o carreamento de uma grande quantidade de sedimentos para os rios e, consequentemente, para a Baía de Guanabara. Em extensa área do norte da Baía já não se verifica mais uma coluna d'água mínima, como mostra a foto da foz do Sarapuí. Na maré baixa, extensos bancos de lama e de areia podem ser vistos.

2) Óleos e graxas: vazamentos acidentais (com periodicidades, recorrências e volumes diversificados) e quantidades provenientes de fontes não pontuais ainda são importantes aportes de óleos e graxas para a Baía de Guanabara. Dados não atualizados, publicados pela Feema na época do PDBG, estimavam a quantidade de hidrocarbonetos que chegavam à Baía de Guanabara em cerca de 8 toneladas/dia.

3) Aterros, invasão de manguezais, áreas brejosas e outros ecossistemas associados: estes importantes ecossistemas tem sido degradados e invadidos por ocupações e assentamentos urbanos irregulares e empreendimentos licenciados. O entorno da Baía de Guanabara e da Baía de Sepetiba são cada vez mais pressionados por empreendimentos portuários, industrias e de logística offshore. Estes novos usos cada vez mais conflitam com usos tradicionais destas baías. É tempo de se pensar em formas mais apropriadas de governança para estas áreas. Defendemos a criação de estruturas gestoras aos moldes das "bay authorities", como existem em muitas outras regiões portuárias, baías e estuários do mundo.

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