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sábado, 3 de setembro de 2011

RELATÓRIO DO GOVERNO FEDERAL COMPROVA QUE APENAS 5% DA ÁREA DESMATADA DA AMAZÔNIA É CULTIVADA

Desmatamento da Amazônia, próximo ao Rio Madeira, Rondônia, para implantação de pastagens. Foto Axel Grael.


Pastagem abandonada às margens do Rio Madeira. Foto de Axel Grael.
 
Relatório anunciado ontem pela ministra Izabella Teixeira, pelo ministro Aloísio Mercadante e pelo presidente do INPE, Gilberto Câmara, apresentou o resultado do estudo feito sobre o uso do solo nas áreas desmatadas na Amazônia até 2008.

Veja alguns números e resultados:
  • 17,5% da Amazônia já foram desmatados.
  • 62,1% da área de 719,2 mil km2 desflorestados viraram pastos.
  • 5% apenas da área desmatada tem algum uso agrícola. Esse percentual só é significativo em Mato Grosso
  • 21% da área desmatada está se regenerando naturalmente.
  • 8,7% da área transformada em pasto virou “pasto sujo”, por não ter sido mantido e ter recebido o alto investimento para manter a pastagem.
  • 6,7 dos pastos foram abandonados
  • 0,1% virou pasto degradado
  • A produtividade da pecuária é de menos de 1 cabeça de gado/hectare.
MODELO BASEADO NOS LATIFÚNDIOS: o presidente do INPE, Gilberto Câmara, afirmou que:

“A pecuária só é viável em grandes propiedades. É preciso ter de 5 mil cabeças de gado para cima, de forma que se preserve a floresta e se mantenha a produtividade. Existe uma comunidade enorme vinculada à pecuária sem condições de manter uma pecuária produtiva”.

ALOÍSIO MERCADANTE: O ministro chegou a propor uma moratória no desmatamento da Amazônia. “A sugestão chegou a ser debatida na Câmara, mas, por falta de consenso, foi abandonada”.

- O Brasil não tem por que flexibilizar desmatamento. Já temos área suficiente para aumentar muito a produtividade agrícola e pecuária.

IZABELLA TEIXEIRA:

“Esse dado é absolutamente importante para o debate sobre o Código Florestal. Não podemos admitir nada que leve a novos desmatamentos. E o dado mostra que o desmatamento na Amazônia não está associado à agricultura. Então, quem discute que tem que desmatar para ter agricultura na Amazônia está com visão equivocada”.

Disse ainda que: "Temos que eliminar da agenda falsas ideias, falsas colocações de que o meio ambiente impede o desenvolvimento da agricultura. Está comprovado que a agricultura anual, consolidada, não é a responsável pelo uso das terras desmatadas da Amazônia. É preciso aumentar a produtividade, menos de uma cabeça de gado por hectare é algo inaceitável, é um desperdício substituir a floresta por algo que não dá retorno para o país".

Fontes:
Ministério do Meio Ambiente
O Globo, 3 de setembro de 2011: "Pecuária é setor que mais ocupa áreas desmatadas"
O Fluminense, 3 de setembro de 2011: "Amazônia: 60% da área desmatada virou pasto".

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