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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Amazonas quer reduzir mais unidades de conservação

Área de pastagem em Apuí. Crédito: Divulgação/Idesam.

Três unidades de conservação do Amazonas - Floresta Estadual Apuí , Parque Estadual Sucunduri e Parque Nacional Juruena - estão no caminho de projetos de exploração de calcário e poderão ter alterados seus status enquanto unidades de conservação - a exemplo do que aconteceu recentemente com o Parque Nacional Nhamundá, que virou Área de Proteção Ambiental Guajuma. A ideia tem sido incentivada pelo deputado estadual Sinésio Campos (PT), que cogita entrar na Assembleia Legislativa com um projeto de lei para recategorizar as unidades.

No final de julho, durante o seminário sobre Plano Estratégico de Expansão Econômica com a Jazida de Calcário do Sucunduri, em Apuí, Sinésio Campos e representantes de vários órgãos estaduais fizeram um levantamento das demandas e defenderam a política mineral do Estado do Amazonas, segundo informações publicadas no site da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas. Tanto o prefeito do município de Apuí, Marcos Maciel, quanto o titular da recém-criada Secretaria Estadual de Recursos Minerais, Daniel Nava, consideram que o calcário explorado pode ser usado na recuperação dos solos degradados e ajudar no controle do desmatamento.

“Essa discussão já é antiga, o calcário é de excelente qualidade, um dos melhores que existem no país. Ele ajuda a equilibrar o PH do solo e disponibiliza nutrientes - em Apuí o solo é muito ácido e ´calcarear´ áreas já desmatadas de fato pode diminuir a necessidade de abrir novos desmates. No entanto, esta decisão pode ser preocupante ao explorar a região sem gerar benefícios ou contribuir para o desenvolvimento local”, afirma Gabriel Carrero, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam). Para Izac Theobald, chefe do Mosaico do Apuí - bloco formado por nove Unidades de Conservação - a discussão sobre o empreendimento deve extrapolar a esfera estadual. “Por envolver um parque nacional, qualquer obra precisa ter autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)”, diz.

A área prevista para a exploração de calcário está localizada na Floresta Estadual Apuí, no município de Apuí, há 455 quilômetros de Manaus. Para viabilizar o empreendimento será necessário desmatar para abrir uma estrada que permita o tráfego dos veículos com o produto trazido da Floe Apuí, onde está prevista a lavra do calcário. A estrada está sendo planejada para ser construída dentro do Parque Nacional Juruena. O traçado definitivo para a licença de exploração de calcário na região deve ser feito pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

Fonte: O Eco

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