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domingo, 30 de janeiro de 2011

Regata Cape Town-Rio: Velejadores do Projeto Grael se aproximam do Rio

Tripulações do Spirit of Izivunguvungu e do City of Cape Town treinam na Cidade do Cabo, antes do início da regata Cape Town-Rio. Foto: divulgação.

BARCO CITY OF CAPE TOWN CONTINUA NA LIDERANÇA E ESTÁ A APENAS 388 MILHAS DA CHEGADA.

Quatro velejadores formados pelo Projeto Grael, Samuel Gonçalves, Hallan Batista, Alex Sandro Mattos e Allan Leitão Tavares (saiba mais sobre eles), são os únicos representantes brasileiros na tradicional regata Cape Town - Rio, de travessia do Oceano Atlântico. Os velejadores fazem parte da tripulação do barco City of Cape Town, onde estão também três velejadores sul-africanos.

A equipe, que é patrocinada pela prefeitura da Cidade do Cabo (Cape Town), está na liderança desde os primeiros dias da regata.

À frente do barco dos brasileiros, segue o Prodigy, barco que deve conquistar a Fita Azul (primeiro barco a cruzar a linha de chegada). Mas, isso não significa que o barco será o campeão. Bem maior e de construção mais sofisticada que os demais, o Prodigy é penalizado no sistema de handicap, regra existente nas competições de oceano para equiparar as embarcações e garantir a competitividade em igualdade de condições dos participantes, independente do tamanho dos seus barcos.

Protestos

Como não há como ter juízes vigiando toda a competição, como em outros esportes, na vela, as dúvidas e conflitos surgidos durante a competição são julgadas depois da prova por uma Comissão de Protestos. No caso da atual Cape Town-Rio duas decisões terão que ser tomadas pela Comissão de Protestos.

Os dois casos referem-se a um mesmo incidente. O barco Spirit of Izivunguvungu, teve uma pane no equipamento desalinizador - que transforma a água do mar em água potável - o que os deixou perigosamente sem estoque de água para os tripulantes. Os tripulantes da embarcação Xtra Link, foram solidários e dentro do espírito esportivo e de marinharia responsável, prestaram socorro ao barco em apuros.

Agora, a tripulação do Xtra Link reivindica, justamente, que as seis horas que teriam dedicados ao socorro sejam justamente descontadas do tempo total a ser contabilizado pelo barco na regata. O pedido deverá ser acatado sem problemas.

A outra decisão é quanto ao Spirit of Izivunguvungu, que pode ser penalizado até com a desclassificação pela Comissão de Regatas, por ter recebido ajuda externa, o que contraria as regaras da competição. O Projeto Grael lamenta muito pela equipe do Izivunguvungu, organização social parceira do Projeto Grael e que desenvolve um trabalho semelhante na África do Sul. Torcemos que a decisão da Comissão de Protestos não privilegie, mas também não invalide todo o esforço destes bravos jovens que junto com os velejadores do Projeto Grael tornam a atual edição da regata um marco da vela internacional, pela presença de duas tripulações compostas por velejadores oriundos de projetos sociais.

Armadilhas na chegada ao Rio de Janeiro

Nesta manhã de domingo, ao ser publicado o boletim diário com a posição dos competidores, o Prodigy estava a 127 milhas de distância da Linha de Chegada. A previsão inicial era que a embarcação chegasse na tarde de sábado, mas os velejadores estão sofrendo as consequências de uma má decisão estratégica: segundo o site da regata, o comandante e o navegador do Prodigy decidiram chegar ao Rio de Janeiro em uma posição mais para o sul do que o restante da flotilha. Isso os fez cair em uma Zona de Alta Pressão, o que lhes tirou o vento. Para sair da "armadilha", o Prodigy teve que contornar esta zona e seguir o seu caminho para o Rio.

Com isto, prdeu-se parte da vantagem que o Prodigy conseguiu abrir com relação aos demais competidores nos últimos dias, que o levou da oitava para a quinta posição no tempo corrigido (pela regra do handicap). Bom para o líder City of Cape Town que consolida a sua posição, mas que terá que evitar os erros cometidos pelo Prodigy. A distância dos brasileiros para o Prodigy diminuiu nas últimas horas e para os demais competidores que estão para tras, a distância é cada vez maior e mais confortável. Mas, todo cuidado é pouco e, de certo, a regata só termina quando os barcos cruzarem a linha de chegada.

Ansiedade e emoção

A medida que os barcos se aproximam, aumenta a ansiedade dos familiares, velejadores, amigos e de toda equipe do Projeto Grael, que estão acompanhando e torcendo pelos brasileiros. A expectativa é que o City of Cape Town cruze a linha de chegada na terça-feira de manhã.

Que todos continuem emanando as melhores vibrações para que tudo continue correndo bem e os velejadores do Projeto Grael nos encham de emoção com a vitória. Seja como for, já temos muito o que comemorar com tudo o que já fizeram até agora.

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